NACIONAL
SIRESP: MOTOROLA É ACCIONISTA E FORNECEDOR
Motorola passou de accionista a fornecedora privilegiada do SIRESP. A empresa tecnológica vai continuar a ser responsável pelas futuras actualizações informáticas e manter-se como accionista.
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A empresa de telecomunicações Motorola vai continuar a ser fornecedora privilegiada do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) em futuras actualizações informáticas e manter-se como accionista, revela a edição desta segunda-feira do Público.
Segundo um dos contratos assinados entre o Estado e a firma consultados pelo diário generalista, em causa está um ajuste directo que deu 1,072 milhões de euros à Motorola e que foi autorizado em Julho de 2015 pela antiga ministra da Administração Interna Anabela Rodrigues, e rendeu 1,072 milhões de euros à empresa.
Ao que apurou o Público, o Tribunal de Contas não sondou a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) e deu luz verde à operação, dado que esta não suscitou qualquer suspeita por parte dos magistrados. “Para o sistema Dimetra instalado na rede SIRESP […] não existem no mercado nacional e internacional fornecedores alternativos para as control rooms e consolas de despacho […] nem para o indispensável upgrade”, clarifica o documento examinado.
A SGMAI afirma que, para a Autoridade Nacional de Protecção Civil poder “coordenar de forma eficiente os meios SIRESP atribuídos torna-se necessária a existência de um centro de despacho em cada um dos 18 Comandos Distritais de Operações de Socorro”. De acordo com o matutino, só sete desses os tinham no continente, o que tornava indispensável a compra de novos equipamentos. Logo, a atualização para o Dimetra R6.2 era tarefa da Motorola, “a fabricante exclusiva do sistema”.
O último boletim trimestral da Unidade Técnica de Apoio às Parcerias Público-Privadas (UTAP), referente ao primeiro trimestre deste ano, a que o Jornal Económico teve acesso, deu comta de que os cofres públicos deverão ter de pagar a esta concessionária 41 milhões de euros referentes ao ano de 2016, uma verba que habitualmente só é liquidada no ano seguinte – ou seja, no presente exercício.
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