Ligue-se a nós

ECONOMIA & FINANÇAS

BANCOS EUROPEUS REGISTARAM “TREMENDOS AUMENTOS” DOS LUCROS EM 2023

Os bancos europeus tiveram um “tremendo aumento” dos lucros em 2023, beneficiando da subida das taxas de juro, esperando-se uma quebra em 2024 face ao ‘pico’ do ano anterior, segundo a agência de ‘rating’ DBRS.

Online há

em

Os bancos europeus tiveram um “tremendo aumento” dos lucros em 2023, beneficiando da subida das taxas de juro, esperando-se uma quebra em 2024 face ao ‘pico’ do ano anterior, segundo a agência de ‘rating’ DBRS.

Na análise hoje divulgada, a DBRS mantém a perspetiva estável para a maioria das instituições financeiras globais já que, apesar das incertezas tanto geopolíticas como sobre a evolução da economia, o atual ambiente de altas taxas de juro beneficia os bancos.

Quanto aos bancos europeus, a DBRS diz que, com poucas exceções, tiveram resultados “excecionalmente fortes” em 2023 e fala mesmo num “tremendo aumento da rentabilidade” devido à subida da margem financeira (diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) enquanto o custo do crédito se manteve baixo.

Apesar de taxas de juro mais altas terem significado menos novo crédito, isso foi mais do que compensado por margens de juro líquidas elevadas, pois, por um lado, os bancos beneficiam do aumento das taxas de juro no crédito (desde logo em ‘stock’ existente, caso de crédito à habitação a taxa variável) e, por outro lado, as taxas de juro têm sido passadas com atraso para a remuneração dos depósitos, beneficiando assim as receitas bancárias.

Ao mesmo tempo, não houve um significativo aumento do crédito problemático pois, apesar do peso dos créditos, os clientes conseguiram cumprir as obrigações com os bancos (em Portugal houve milhares de reestruturações de empréstimos para baixar a prestação mensal).

Quanto a 2024, a DBRS considera “improvável que [os resultados] sejam igualados”, ou seja, os lucros deverão descer face a 2023.

Também na semana passada, num encontro com jornalistas citado nos jornais, a agência de ‘rating’ Fitch disse que o setor bancário português se fortaleceu em 2023 e que teve um ‘pico’ de lucros e que tal não deve ser esperado que se repita em 2024.

Em Portugal, dos cinco grandes bancos, já apresentaram contas Santander Totta, Novo Banco e BPI (crescimento dos lucros para 1.030 milhões de euros, 743 milhões de euros e 524 milhões de euros, respetivamente).

Apesar de faltarem Caixa Geral de Depósitos e BCP, os resultados já divulgados e os lucros apresentados por estes bancos até setembro (a CGD lucrou 987 milhões de euros e o BCP 651 milhões de euros) permitem antever que 2023 foi um ano de lucros históricos pelo menos desde 2007. Nesse ano, os cinco maiores bancos (CGD, Millennium BCP, BES – Banco Espírito Santo, Santander Totta e BPI – obtiveram lucros agregados de 2.891 milhões de euros.

Na apresentação de resultados, tanto os presidentes do Santander Totta como do BPI mostraram-se incomodados com os lucros da banca poderem entrar no debate político e contrários a novos impostos sobre o setor.

Questionado sobre as críticas públicas aos lucros dos bancos quando famílias passam dificuldades para pagar créditos, o presidente do BPI considerou que a “pergunta denota ideologia” e que “ter lucros não é um aspeto negativo desde que se pague os devidos impostos”, recordando que além dos impostos normais os bancos pagam o imposto de solidariedade.

João Pedro Oliveira e Costa respondeu ainda à líder do BE que se referiu aos principais bancos como “parasitas financeiros”: “Vamos subir o nível, é melhor não entrar por aí”, afirmou.

Na semana passada, questionado sobre como explica aos portugueses o lucro recorde, o presidente do Santander Totta afirmou que a quem deve explicações é sobretudo aos acionistas e aos clientes.

“Já expliquei que o que devemos à sociedade são os impostos que pagamos”, vincou, e considerou que o seu banco “deve ser a empresa privada que mais impostos paga em Portugal”.

Questionado sobre essa afirmação é um aviso para eventuais novas medidas sobre a banca, o gestor disse que o banco “não dá respostas políticas”. Também o presidente do BPI recusou que haja um sindicato bancário informal cujo caderno reivindicativo é influenciar os programas eleitorais e que objetivo quando fala dos impostos é “dar informação clara” e que “não quer entrar na política” mas que também não aceita que queiram “amordaçar todos”.

O Novo Banco não fez conferência de imprensa, como não tem feito desde que Mark Bourke substituiu António Ramalho como presidente.

ECONOMIA & FINANÇAS

SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS

Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

Online há

em

Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.

Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.

Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.

Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.

Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.

Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.

No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.

Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.

O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).

A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.

Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.

LER MAIS

ECONOMIA & FINANÇAS

ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES

As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

Online há

em

As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).

“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.

Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.

O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.

No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.

O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.

Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.

A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.

De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.

O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.

O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.

LER MAIS

MAIS LIDAS