NACIONAL
DIARIAMENTE HÁ 5 QUEIXAS DE ‘BULLYING’ NAS ESCOLAS PORTUGUESAS
O ‘bullying’ nas escolas portuguesas motivou mais de cinco denúncias por dia no ano letivo de 2017/2018, segundo dados da PSP, que registou 1.898 crimes mas estima que haja muitos mais casos não denunciados.
O ‘bullying’ nas escolas portuguesas motivou mais de cinco denúncias por dia no ano letivo de 2017/2018, segundo dados da PSP, que registou 1.898 crimes mas estima que haja muitos mais casos não denunciados.
A polícia recebeu 1.898 queixas de ‘bullying’ ocorridas em ambiente escolar: 1.285 diziam respeito a ofensas corporais e as restantes 613 eram relativas a injúrias e ameaças.
Os números foram avançados à agência Lusa pelo comissário João Moura, do gabinete de imprensa da Direção Nacional da PSP, que acredita que os casos reais de injúrias e ameaças sejam muito superiores às denúncias.
“Há muitas ameaças e coação psicológica que não vêm nas estatísticas”, lamenta, explicando que muitas vezes as vítimas não denunciam porque não existe uma agressão física, algo visível.
No dia 20 assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying e a PSP, através das Equipas do “Programa Escola Segura” (EPES), irá lançar uma “operação” orientada para a prevenção deste tipo de crimes junto dos alunos do ensino obrigatório.
Nos últimos anos registou-se uma ligeira diminuição de queixas (em 2015/2016 registaram-se 2.015 ocorrências) e o comissário acredita que esta tendência poderá estar diretamente relacionada com a intervenção da PSP nas escolas.
A presença diária de agentes em meio escolar fez nascer e até fortalecer relações. Há histórias de polícias e crianças que se tornaram “amigos e confessores”, sublinha João Moura, explicando que os agentes passaram a ser vistos como alguém em quem os estudantes podem confiar e pedir ajuda.
A maioria das denúncias que chegam à polícia parte das próprias vítimas ou de professores, mas também existe uma rede que tem funcionado no combate a este crime. Diretores das escolas, professores e restantes funcionários estão alerta para o fenómeno, saúda o comissário.
“Às vezes, são as auxiliares educativas que ouvem uma conversa no corredor ou que se apercebessem que algo está mal e alertam a polícia”, lembra.
Já o ‘cyberbullying’ é um processo mais complexo e a polícia vê o fenómeno como um desafio. Se a maioria dos casos de ‘bullying’ se passa dentro dos muros da escola ou nas proximidades, o ‘cyberbullying’ tem como fronteira o ‘mapa mundi’: “Pode acontecer entre alunos de uma escola de qualquer canto do mundo”.
As ameaças de agressão física são o principal motivo de queixa à polícia, seguindo-se os casos em que as crianças e jovens são coagidas a aderir a jogos ou desafios que muitas vezes se revelam perigosos, como aconteceu recentemente com o fenómeno “baleia azul”, recorda João Moura.
Atualmente também é através das redes sociais que a polícia tenta estar mais próxima dos mais jovens. No Facebook, a PSP tem 680 mil seguidores e no Instagram são 85 mil. Às vezes é através destas plataformas que chegam pedidos de ajuda ou denúncias, revela Joao Moura.
O comissário da PSP vai participar esta semana num debate sobre ‘bullying’ nas escolas que está a ser organizado pela associação cultural Zero em Comportamento que conseguiu trazer para Portugal a exibição do filme holandês “Desculpa – Uma história de Bullying” que será exibido quinta-feira num cinema em Lisboa.
João Moura recorda que o bullying é um crime que não se circunscreve a um determinado grupo populacional: “É transversal, ocorre entre alunos de todos os estatutos sociais e económicos”.
NACIONAL
NÚMERO DE ANDORINHAS EM PORTUGAL CAIU 40% EM 20 ANOS
O número de andorinhas em Portugal diminuiu 40% nos últimos 20 anos, uma queda representativa do “declínio generalizado” de diversas espécies de aves migradoras de longa distância, alertou hoje a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
O número de andorinhas em Portugal diminuiu 40% nos últimos 20 anos, uma queda representativa do “declínio generalizado” de diversas espécies de aves migradoras de longa distância, alertou hoje a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
Em comunicado, a SPEA afirma que, se nada mudar em breve, é preciso encontrar outro símbolo para a chegada da primavera.
E diz que também o cuco, o picanço-barreteiro e a rola-brava estão em declínio em Portugal, Espanha e na Europa em geral.
Os dados fazem parte do “Censo das Aves Comuns”, publicado hoje, que avaliou as tendências populacionais de 64 aves comuns em Portugal continental para o período 2004-2023. É feita também a comparação com o que se passa em Espanha e na Europa, quanto às mesmas aves.
“Em plena crise da biodiversidade, termos acesso a informação atualizada sobre o estado das nossas espécies de aves comuns é uma enorme mais-valia,” diz, citado no comunicado, Hany Alonso, técnico da SPEA e coordenador do Censo de Aves Comuns.
E acrescenta: “Ao olharmos para as aves comuns podemos compreender melhor o que se passa em nosso redor. Estas espécies vão ser as primeiras a dar-nos indicação de que alguma coisa não está bem”.
Segundo a SPEA, aves migradoras como as andorinhas têm sido afetadas pelas alterações climáticas, seja nos sinais que usam para iniciar a migração seja quanto à abundância de insetos para alimentar as crias.
A SPEA nota que, além das aves migradoras, também aves comuns nos meios agrícolas, como o pardal, o peneireiro e a milheirinha, estão em declínio nos últimos 20 anos, devido à “intensificação das práticas agrícolas”, que têm vindo a artificializar os campos, destruindo “os mosaicos tradicionais que permitiam que a biodiversidade florescesse”.
É preciso, acrescenta a SPEA, restaurar a natureza, implementar políticas que promovam práticas agrícolas sustentáveis, e fazer mudanças no ordenamento do território, no desenvolvimento energético, e nas avaliações de impacto.
NACIONAL
ELEIÇÕES EUROPEIAS: UM TERÇO NÃO VAI VOTAR POR FALTA DE INFORMAÇÃO
Os portugueses vão votar nas eleições europeias com base nos programas eleitorais (41%), segundo um estudo em que um terço dos inquiridos apontam para a ausência de informação e, por isso, não tenciona ir às urnas.
Os portugueses vão votar nas eleições europeias com base nos programas eleitorais (41%), segundo um estudo em que um terço dos inquiridos apontam para a ausência de informação e, por isso, não tenciona ir às urnas.
De acordo com um inquérito realizado entre 18 e 21 de março pela Euroconsumers, organização europeia de defesa do consumidor, e que abrangeu 1003 portugueses, 56% dos portugueses sentiam-se ainda mal informados sobre os programas eleitorais dos grupos políticos com assento no Parlamento Europeu.
Cerca de um terço dos inquiridos não pretende ir votar e justifica a ausência de informação disponível como um dos principais motivos, pode ler-se num comunicado divulgado nesta segunda-feira pela DECO PROteste, que faz parte desta entidade europeia.
“A decisão sobre o partido a votar é tomada com base na informação dos programas eleitorais (41%) ou seguindo a cor política que apoiam ao nível nacional”, apontam os resultados do inquérito realizado no âmbito das eleições ao PE.
As eleições para o PE decorrem entre 6 e 9 de junho nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE).
Sobre a função e o modo de funcionamento da UE, apenas 24% dos portugueses mostram estar bem informados, face a 19% que revelaram um desconhecimento generalizado acerca da UE.
“As dúvidas mais marcantes relacionam-se com o modo como o número de deputados do PE é determinado e como são eleitos, a rotatividade entre países da presidência do Conselho Europeu e a forma de aprovação das diretivas”, destaca a Euroconsumers.
Entre os quatro países envolvidos no inquérito — Bélgica, Espanha, Itália e Portugal — os portugueses são os que avaliam mais positivamente a atuação da UE nos últimos cinco anos (39% em Portugal, face a 26% de média nos quatro países analisados).
Em especial elogiam a atuação durante a pandemia de Covid-19, cuja gestão 68% dos inquiridos portugueses consideram positiva, pode ler-se no comunicado.
“Em termos médios, nos quatro países, quando questionados sobre esta matéria em concreto, apenas 26% dos inquiridos avaliam positivamente a atividade global da UE nos últimos cinco anos, enquanto 34% a avaliam de forma negativa”, destaca a Euroconsumers.
Entre os aspetos mais criticados em Portugal sobre a atuação da UE estão a inflação e o custo de vida (73% avaliam negativamente em Portugal face a 65% em média nos quatro países), a imigração (52%; 63%), a guerra Israel/Palestina (45%; 53%) e a guerra na Ucrânia (36%;45%).
Já as maiores preocupações futuras dos inquiridos em Portugal, em que a confiança na UE é baixa, são a inflação e o aumento do custo de vida (71%, face a 64%, em média, do total dos 4 países), a guerra na Ucrânia (60%; 47%), uma possível nova guerra mundial (56%; 45%), o conflito entre Israel e a Palestina (51%; 40%) e as alterações climáticas (49%; 45%), sublinha a entidade europeia de defesa de consumidores na nota de imprensa.
O inquérito revela ainda que, sobre as ações que a UE tem vindo a tomar, os portugueses destacam como temas muito importantes a exigência que aquela tem feito às redes sociais para a proteção dos menores (80%), assim como medidas de cibersegurança mais restritivas que protegem os aparelhos conectados à Internet (76%).
“Os portugueses reconhecem a ação da UE em temas como as redes sociais, a abolição de taxas de roaming e a implementação de limites mais baixos nas emissões de Co2 pelos automóveis. No entanto, sentem que a informação é reduzida”, realça este organismo.
Já 83% dos portugueses (80% em média nos quatro países analisados) consideram que a UE deve ter sempre em conta o impacto das medidas que toma nas gerações futuras.
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