INTERNACIONAL
CLIMA: PORTUGAL ALERTA PARA A FALTA DE TEMPO E NECESSIDADE DE AGIR
O primeiro-ministro, António Costa, alertou hoje em Madrid os cerca de 50 líderes mundiais presentes na sessão da abertura da cimeira sobre as alterações climáticas que o tempo é “curto”, havendo o “dever imperioso de agir”.
O primeiro-ministro, António Costa, alertou hoje em Madrid os cerca de 50 líderes mundiais presentes na sessão da abertura da cimeira sobre as alterações climáticas que o tempo é “curto”, havendo o “dever imperioso de agir”.
“Temos dois deveres, ouvir os cientistas e o dever imperioso de agir” para salvar o planeta das consequências das alterações climáticas, disse António Costa na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo que se seguiu à sessão de abertura da cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas, conhecida como COP25, que irá decorrer até 13 de dezembro na capital espanhola.
O chefe do Governo português explicou que “o tempo é curto, não só porque há uma ameaça sobre os ursos polares, mas também porque há uma ameaça sobre a humanidade”.
Depois desta primeira mensagem aos líderes, António Costa transmitiu uma outra mais positiva: “É possível agir e vale a pena agir”, disse o primeiro-ministro, dando em seguida uma série de exemplos da experiência portuguesa na luta contra as alterações climáticas.
“Portugal tem hoje 54% da eletricidade que consome com origem em fontes renováveis”, realçou António Costa, acrescentando que o aumento foi conseguido numa altura em que “muitos receavam o impacto económico desta mudança energética”.
O chefe do Governo referiu que em 2018 o país reduziu “três vezes” as emissões de gases nocivos para a atmosfera relativamente à dimensão do conjunto da União Europeia e conseguiu, mesmo assim, ter um crescimento económico acima da média europeia.
“A transição energética não nos prejudicou no nosso crescimento”, concluiu António Costa, que em seguida também deu o exemplo da “diminuição do custo da energia em Portugal em 8%, enquanto na União Europeia aumentava 6%”.
O primeiro-ministro insistiu que a energia renovável “pode ser uma energia mais barata”.
“Temos a responsabilidade de ir ainda mais longe e ainda mais rapidamente”, foi a terceira mensagem que António Costa levou à reunião de líderes, explicando que Portugal aprovou um roteiro que fixou que em 2030 haja 80% da energia elétrica com origem em fontes renováveis.
O chefe do Governo também realçou a importância das “interconexões” energéticas para assegurar o transporte da energia, dando o exemplo do acordo que Portugal tem com Marrocos, esperando ainda reforçar as ligações com a Europa.
A quarta e última mensagem foi para afirmar que “os oceanos são o principal regulador climático”.
“Temos de dar a atenção aos oceanos que já damos à transição energética”, disse o primeiro-ministro, recordando que Portugal irá organizar em conjunto com o Quénia em junho de 2020 a segunda conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos.
António Costa pediu no fim da sua intervenção para os líderes presentes se inspirarem no português Fernão de Magalhães e no espanhol Juan Sebastián Elcano que há 500 anos participaram na primeira viagem de circum-navegação.
Temos de nos “inspirar nesta globalização para salvar, não só os ursos polares, mas também a humanidade”, disse.
A cimeira sobre o clima estava inicialmente prevista para se realizar no Chile, mas no final de outubro o Governo chileno decidiu cancelar o evento alegando não haver condições devido a um movimento de contestação interna e de agitação civil.
O Governo espanhol avançou com a proposta de organizar a grande conferência anual sobre alterações climáticas e conseguiu ter tudo pronto para a sua inauguração, em Madrid, apesar de a presidência da reunião continuar a pertencer ao Chile.
Hoje de manhã, o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, já tinha pedido a todos os países do planeta para ultrapassarem as suas divisões e chegarem a um entendimento para lutar contra as alterações climáticas.
“Exorto todas as partes a ultrapassarem as suas atuais divisões e a encontrarem um entendimento comum” sobre a questão da luta contra as alterações climáticas, disse António Guterres na sessão de abertura da cimeira.
O secretário-geral das Nações Unidas fez um apelo aos representantes de mais 170 países presentes, entre eles 50 chefes de estado e de governo presentes “para que aumentem” a sua “ambição e urgência” na luta contra este problema.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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