NACIONAL
ARTISTAS VOLTAM AOS PROTESTOS DE RUA E NÃO HOUVER MAIS APOIO AO SETOR
A Plataforma Cultura em Luta voltará aos protestos de rua, quando o Governo apresentar o Orçamento do Estado para 2020, para exigir mais financiamento para o setor, e um novo sistema de apoio às artes.

A Plataforma Cultura em Luta voltará aos protestos de rua, quando o Governo apresentar o Orçamento do Estado para 2020, para exigir mais financiamento para o setor, e um novo sistema de apoio às artes.
A decisão de protesto foi avançada hoje no final de duas tribunas públicas em Lisboa e no Porto, com a participação e revelação de testemunhos de mais de duas centenas de artistas e representantes de estruturas culturais e sindicais.
À agência Lusa, Hugo Barros, do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE), explicou que estas tribunas públicas serviram para auscultar e perceber a sensibilidade de várias estruturas paras as questões de financiamento e políticas do setor.
“Estamos bem mobilizados. (…) Marcámos aqui uma posição e agora vamos para a rua assim que o Orçamento do Estado estiver em cima da mesa”, afirmou Hugo Barros.
Em Lisboa, a tribuna pública contou com intervenções, entre outros, de Sofia Neupath (C.E.M – Centro em Movimento) que apelou para o respeito e união entre todos os artistas, e de Vítor Pinto Ângelo (TEatro Extremo), que defendeu um levantamento das necessidades das estruturas pelo país e a criação de um Plano Nacional de Cultura.
“Não há estruturas e artistas a mais, há uma clara insuficiência de financiamento para todo o país”, afirmou, por seu turno, José Russo, do Centro Dramático de Évora – Cendrev, numa nota de indignação apresentada na tribuna.
Na declaração final conjunta, a Plataforma Cultura em Luta exige um patamar mínimo de 1% para a Cultura no Orçamento do Estado para 2020 e o objetivo gradual de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) “sem truques de engenharia orçamental”.
Além de um reforço de financiamento para o setor, os artistas representados querem, em particular, “um novo sistema de apoio às artes, que não seja de exclusão, mas de desenvolvimento” e que haja uma garantia de apoio a todos as candidaturas elegíveis do atual concurso de apoio da Direção-Geral das Artes.
Estes encontros acontecem na véspera da discussão do programa do Governo na Assembleia da República – marcada para quarta e quinta-feira – e que estabelece como meta para a Cultura 2% de despesa prevista pelo Orçamento do Estado, a cumprir ao longo dos quatro anos de legislatura.
As tribunas públicas de hoje decorreram ainda cerca de uma semana depois de cerca de trinta artistas terem entregado ao primeiro-ministro, António Costa, cartas de contestação dos resultados provisórios dos concursos de apoio às artes.
Os resultados provisórios dos concursos de apoio às artes para o biénio 2020/2021 foram divulgados no passado dia 11 pela Direção-Geral das Artes (DGArtes) e deixaram sem apoio 75 das 177 candidaturas consideradas elegíveis pelos júris.
A fase de audiência de interessados terminou no dia 25 e os contratos com as estruturas apoiadas realizar-se-ão até ao final do corrente ano.
No meio da contestação, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, já admitiu a necessidade de se avançar com uma “revisão crítica” do atual modelo de apoio às artes, que já tinha sido recentemente revisto e simplificado nos procedimentos.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou hoje que irá receber os partidos políticos sobre o Orçamento do Estado para 2020, depois de o Governo apresentar a proposta no Parlamento, o que acontecerá até 15 de dezembro.

NACIONAL
FENPROF ACUSA MINISTRO DE “ESCONDER” A REALIDADE SOBRE A COLOCAÇÃO DE PROFESSORES
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) acusou hoje o ministro da Educação de, no parlamento, voltar a “esconder a realidade” ao dizer que apenas 02% dos alunos ainda não têm docentes.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) acusou hoje o ministro da Educação de, no parlamento, voltar a “esconder a realidade” ao dizer que apenas 02% dos alunos ainda não têm docentes.
“A ser assim, apontaria para cerca de 30.000 alunos. Se fossem apenas 30.000 os alunos sem os professores todos (número que, ainda assim, não seria desprezível), então a situação seria gravíssima para esses alunos, pois significaria que, em média, lhes faltariam três professores e não apenas um”, afirma a Fenprof em comunicado.
Para a estrutura sindical, alunos sem professores “serão cerca de 90.000”.
A Fenprof reagia assim à afirmação do ministro João Costa hoje na Assembleia da República segundo a qual 98% dos alunos têm todos os professores e aulas a todas as disciplinas.
No documento, a Fenprof adianta que na próxima segunda-feira “atualizará o contador que tem no seu ‘site’” sobre a colocação de professores, mas salienta que “compete ao Ministério da Educação (ME) confirmar o que foi afirmado hoje no parlamento, divulgando publicamente, escola/agrupamento o número de professores que estão em falta”.
“Lamentavelmente, os responsáveis do Ministério da Educação parecem sempre mais preocupados em iludir a realidade do que, perante ela e a sua gravidade, tomarem as medidas que se impõem: valorizar a profissão docente, melhorar as condições de trabalho nas escolas e atrair os jovens (desde logo os que a abandonaram) para a docência”, defende.
A Fenprof defende que é exigível do ministro “uma atitude responsável neste processo e menos desvalorizadora do problema”.
“Dos vários exemplos de medidas que estão a ser tomadas para, alegadamente, valorizar os professores, representando um investimento na ordem dos 300 milhões de euros, segundo o ministro, está a vinculação de cerca de 8.000 professores. Como pode o ministro incluir esta vinculação naquele valor se os docentes que ingressaram nos quadros se mantiveram no índice salarial (167) em que se encontravam?”, questionam.
Segundo a Fenprof, “estes docentes passarão, inclusivamente, a ganhar menos do que os colegas que continuam contratados a termo”, situação que considera “ilegal e em relação à qual vai agir também juridicamente”.
A estrutura sindical critica também os planos de recuperação de aprendizagens, também referidos por João Costa, que “deveria ter explicado como poderão as escolas concretizá-los com o corte de horas que impôs ao crédito que tinham para este efeito (80 e mais horas)”.
“Em relação ao aumento de financiamento em 27% dos colégios de educação especial, o ministro deveria ter reconhecido que é um aumento insuficiente, pois estes colégios estiveram década e meia sem atualização de financiamento (metade desse tempo, com governos a que João Costa pertencia), situação que quase provocou a sua asfixia, tendo alguns estado muito perto de encerrar”, critica.
DESTAQUE
ESTUDO: 68% DOS JOVENS FORAM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Uma investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, concluiu que 68% dos adolescentes portugueses, entre os 12 e 18 anos, foram vítimas de comportamentos agressivos em contexto escolar.

Uma investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, concluiu que 68% dos adolescentes portugueses, entre os 12 e 18 anos, foram vítimas de comportamentos agressivos em contexto escolar.
Os comportamentos de vitimação mais reportados foram em 92% dos casos de natureza psicológica (piadas agressivas, ignorar, culpar, mentir ou enganar), seguindo-se os de natureza física (pontapés, beliscar ou arranhar, ferir “a brincar”) com 82% e os de controlo (controlar ou proibir e ‘stalking’ [perseguir]) com 62%, referiu a UTAD, em comunicado enviado à Lusa.
Também se verificaram comportamentos associados ao ‘cyberbullying’ (assédio virtual) e de partilha de imagens íntimas sem consentimento (‘sexting’) com uma prevalência de 58%, sublinhou.
Embora a frequência seja inferior, o estudo demonstrou ainda que 35% dos adolescentes sofreram comportamentos tendencialmente mais graves (ameaças com objetos ou armas e lesões corporais graves) e 6% suportaram comportamentos de natureza sexual (relação forçada).
A investigação apurou ainda que 64% dos jovens assumiram já ter praticado algum ato violento para com um colega de escola.
“Os atos de agressão, quer sejam perpetrados ou recebidos, acontecem de uma forma transversal em todos os anos de escolaridade e em ambos os sexos. Estes dados foram recolhidos em 61 estabelecimentos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário”, afirmou o investigador da UTAD, Ricardo Barroso, citado na nota de informação.
Estes dados foram recolhidos entre 2018 e 2022, no âmbito do PREVINT, um programa de prevenção da violência interpessoal implementado em mais de uma centena de escolas, abrangendo cerca de 20.000 estudantes.
Dos 7.139 jovens inquiridos, de ambos os sexos e com idades entre os 12 e 18 anos, 68% (4.837) revelaram ter sido vítima de algum comportamento de agressão e 64% (4.634) assumiram já ter praticado algum ato violento para com um colega de escola.
“Verificámos que são dados que se mantêm constantes ao longo dos anos e, embora em termos sociais se valorize mais o facto de existir violência física, uma prevalência tão elevada de violência psicológica é algo que nos preocupa, uma vez que esta tende a estar na base do sofrimento psicológico elevado dos adolescentes. A existência de trabalhos de prevenção e de intervenção junto dos adolescentes é tão crucial como junto dos pais/tutores e dos profissionais que trabalham em contexto escolar”, adiantou o investigador da UTAD.
-
DESPORTO DIRETO4 semanas atrás
DIRETO: GIL VICENTE X SL BENFICA (20:30)
-
DESPORTO DIRETO4 semanas atrás
DIRETO: RIO AVE FC X FC PORTO (20:15)
-
DESPORTO DIRETO3 semanas atrás
DIRETO: SC BRAGA X SPORTING CP (20:30)
-
DESPORTO DIRETO3 semanas atrás
DIRETO: FC PORTO X FC AROUCA (18:00)
-
DESPORTO DIRETO1 semana atrás
DIRETO: FC VIZELA X SL BENFICA (20:30)
-
DESPORTO DIRETO2 dias atrás
DIRETO: FC PORTO X GIL VICENTE FC (20:30)
-
MAGAZINE2 semanas atrás
CINEMA E DESPORTO: UMA UNIÃO DE SUCESSO
-
NACIONAL4 semanas atrás
QUASE 50 MIL ALUNOS COLOCADOS, APENAS 16% FICARAM DE FORA