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BURNOUT: A EXAUSTÃO ALÉM DO LIMITE
Associação de Psicologia de Saúde Ocupacional calcula que 47% dos trabalhadores tenham tido sintomas de exaustão em 2016. Pressão, carga horária e acumular funções contribuem para mais esgotamentos. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !
Associação de Psicologia de Saúde Ocupacional calcula que 47% dos trabalhadores tenham tido sintomas de exaustão em 2016. Pressão, carga horária e acumular funções contribuem para mais esgotamentos.
Exaustão emocional, fraca realização profissional e elevado cinismo. São os três sintomas chave do burnout, expressão cada vez mais comum – pelos piores motivos – entre os trabalhadores portugueses.
Os dados sobre o número de pessoas em risco ou com diagnóstico de esgotamento profissional “são extremamente preocupantes”, diz ao Jornal Económico o presidente da Associação Portuguesa da Psicologia de Saúde Ocupacional (APPSO), João Paulo Pereira.
Os números não param de subir, pelo menos desde 2008, quando a associação fez o primeiro grande estudo sobre o tema, baseado em inquéritos a quase 40 mil trabalhadores portugueses. Desde então, o barómetro da APPSO tem vindo a medir a evolução do número de situações e constatado que, ano após ano, há sempre um crescimento.
Os dados referentes a 2016 estão prestes a ser publicados pela APPSO, mas João Paulo Pereira antecipa alguns resultados: entre os cerca de 4 mil trabalhadores portugueses inquiridos pela associação, há 47,6% com diagnóstico de burnout. Por outro lado, cerca de 60% estão em risco de sofrer deste distúrbio e 75% estão perto de ter uma perturbação emocional.
O presidente da APPSO explica que, embora em 2016 tenha havido novamente um crescimento, ele não foi tão significativo como nos anos anteriores. O responsável associa o abrandamento no número de casos à mudança política e social, que acabou por trazer “mais confiança e segurança às pessoas”.
“A concordância e estabilidade entre as grandes forças políticas e também as questões em debate no Parlamento, como a redução do horário de trabalho e outras, permitiram que as pessoas começassem a vislumbrar que afinal havia uma certa preocupação com elas e até um reconhecimento”, diz João Paulo Pereira. “Esta situação tem uma influência direta e explica por que motivo em 2016 os números não subiram tanto”, acrescenta.
O peso da carga horária
Falar de exaustão ou de esgotamento profissional é falar de uma componente que todo um manancial por trás. Uma das origens do problema é a carga horária que, no caso dos portugueses, é das maiores da União Europeia. Segundo os últimos dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em 2015, a média de horas de trabalho de cada português era de 1.868 por ano, um número apenas ultrapassado na União Europeia pela Grécia, Polónia e Letónia. Na Alemanha – o país da OCDE onde se trabalham menos horas – o número é 36% menor do que em Portugal.
“Fazer horas extraordinárias é tão normal em Portugal, que mesmo sendo remuneradas, deixaram de ser sentidas como recompensadoras”, defende João Paulo Pereira.
Todos os estudos mostram que trabalhar mais horas não significa aumentar a produtividade, lembra o presidente da APPSO. “Na maioria dos casos, a exaustão acontece quando não há congruência entre aquilo que a pessoa faz e o sentimento de recompensa social. Não se trata apenas de recompensa remuneratória”, sublinha o especialista. E exemplifica: há trabalhadores da área das tecnologias da informação e comunicação que fazem, em média, 18 ou 19 horas por dia. Ou trabalhadores por conta própria que simplesmente não têm horário.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), do total da população empregada no ano passado, 39,2% (ou seja, 1,8 milhões de pessoas, tinham um horário de trabalho semanal entre 36 a 40 horas, incluindo horas extraordinárias. Mas 19,4%, ou seja, quase 900 mil trabalhavam entre 41 horas ou mais por semana.
O ex-bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Batista, que acompanha de perto os casos de burnout salienta, por sua vez, que o problema não tem apenas a ver com o horário de trabalho. “Do ponto de vista clínico, os níveis de stress e de depressão são elevados devido às más condições de trabalho, que se agravaram nos últimos anos”, diz o psicólogo.
A crise fez aumentar o desemprego e, nos locais de trabalho, “muitas pessoas foram obrigadas a acumular as suas funções com as dos trabalhadores que foram dispensados”, afirma Telmo Batista.
Em muitos casos, acrescenta o psicólogo, o problema tem a ver com a organização da empresa ou com a falta dela: “Quando as chefias nos dão pouca autonomia, quando não são claras sobre aquilo que querem e quando há dificuldades na relação entre os trabalhadores e a liderança da equipa, as pessoas sentem-se perdidas”.
Tudo somado, explica Telmo Batista, leva à exaustão física e mental e à baixa produtividade. “Trata-se de um fenómeno cumulativo, contínuo, que provoca um desgaste imenso. Não estamos a falar de picos de trabalho”, esclarece, acrescentando que quando os trabalhadores atingem o limite “deixam de pensar com clareza, de ter força anímica e não conseguem realizar o seu trabalho”.
Para o ex-bastonário, a solução passa sobretudo por atuar ao nível das chefias, onde o número de casos de burnout são elevados. É preciso “educar” os dirigentes para que saibam definir o que é prioritário, confiar noutras pessoas para delegar tarefas e saber comunicar de forma clara aquilo que é pretendido. “Desta forma, liberta-se a pessoa para ter tempo pessoal, que a certa altura está esgotado”, defende o psicólogo.
“Cada vez mais temos profissões altamente qualificadas que insistema na ideia errada de que é preciso dar tudo até ao limite”, afirma, por seu lado o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho (SPMT), Jorge Barroso Dias. E um gestor que valorize esta dedicação só vai prejudicar tanto a motivação do trabalhador como os resultados para a empresa, acrescenta. “Há-de chegar uma altura em que a pressão é tanta e os níveis de stress são tão elevados que a pessoa deixa de ver o colega, o chefe ou o cliente como indivíduos”, conta. Um dos exemplos mais comuns são precisamente os médicos, uma das profissões mais afetadas pelo desgaste emocional e físico, que “deixam de ver o senhor José ou a dona Maria e passam a ver as pessoas apenas como os doentes.”
Jornal Económico
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PROCURA RENOVAR O SEU JARDIM? QUATRO DICAS DE OURO
Com este artigo, poderá encontrar a motivação que necessita para começar a pensar no seu próximo projeto: remodelar o exterior da sua casa. E que boa altura para o fazer. Comece agora no inverno para que, na primavera e verão, possa aproveitar ao máximo deste novo espaço da sua casa e da sua vida.
No processo de compra e remodelação de uma casa nova, existem certas partes que vão ficando para trás no processo. É o caso do espaço exterior da casa – normalmente, as pessoas focam-se na construção do interior, ficando o exterior para mais tarde.
Com este artigo, poderá encontrar a motivação que necessita para começar a pensar no seu próximo projeto: remodelar o exterior da sua casa. E que boa altura para o fazer. Comece agora no inverno para que, na primavera e verão, possa aproveitar ao máximo deste novo espaço da sua casa e da sua vida.
Por onde começar:
Seja um espaço pequeno ou um jardim amplo, existem diversas soluções para otimizar a utilização e criar um ambiente harmonioso, tal como vê naquelas publicações inspiradoras. Desde a seleção dos materiais certos até à integração de elementos naturais, cada detalhe faz uma diferença significativa.
Pretende um local para relaxar, conviver com amigos e família, ou criar uma zona de lazer para crianças? A resposta a esta questão ajudará a orientar todas as decisões de design. Caso o objetivo seja um ambiente relaxante, apostar em mobiliário confortável, como sofás de exterior e espreguiçadeiras, poderá ser uma excelente opção. Se a prioridade for o convívio social, considere uma área de jantar ao ar livre, equipada com uma mesa espaçosa e cadeiras ergonómicas.
Escolha dos materiais e iluminação:
A escolha dos materiais é outro fator crucial. Opte por materiais duráveis e resistentes às condições climáticas, como madeira tratada, pedra natural ou compósitos de alta qualidade (bem se sabe o quão instáveis podem ser as condições metereológicas no decorrer do ano em Portugal, nomeadamente na zona norte. Estes materiais não só garantem longevidade, como também acrescentam valor estético ao espaço. Para o pavimento, sugere-se a madeira deck, uma solução elegante e funcional.
Aliado aos materiais, a iluminação desempenha um papel fundamental na arquitetura exterior, permitindo prolongar o uso do espaço para além do dia. Luzes embutidas no solo, candeeiros de parede e fitas de LED são algumas opções que podem ser utilizadas para criar uma atmosfera acolhedora e destacar elementos arquitetónicos.
Já pensou em adicionar um abrigo de jardim?
Outro elemento a considerar são os abrigos de jardim, que proporcionam uma solução versátil e estética para organizar o espaço exterior. Estes abrigos podem ser utilizados para armazenamento de ferramentas, mobiliário ou equipamentos de jardim, protegendo-os das condições meteorológicas.
Além disso, ao adotar esta utilidade poderá sempre convertê-los em pequenas áreas de lazer, como escritórios ao ar livre, ateliês de arte ou mesmo um espaço de leitura tranquilo – já imaginou o quão maravilhoso seria criar o seu próprio oásis no exterior, mas sem nunca sair realmente de sua casa?
No momento de escolha de qual o abrigo de jardim que se adequa às suas necessidades, procure modelos que combinem com o estilo da sua casa, seja esta moderna, rústica ou minimalista.
Integração de vegetação e elementos de água:
Tal como não pode deixar de ser, ao criar um espaço exterior pode sempre ponderar adicionar vegetação – seja através de plantas e árvores ou frutos, a introdução de vida vegetal não só acrescenta cor e vida, como também contribui para um ambiente mais fresco e saudável.
Para criar um ambiente harmonioso, opte por escolher espécies que se adaptem ao clima local e que requeiram pouca manutenção, como suculentas, lavanda ou oliveiras. Pode também recorrer a jardins verticais para otimizar espaços pequenos, criando uma parede verde visualmente impactante.
Se tenciona adicionar vegetação, claramente terá de considerar integrar elementos de água. Para além de valorizar o ambiente exterior, ao incorporar elementos como fontes, lagos artificiais ou pequenas cascatas, estará a trazer um elemento que representa tranquilidade e sofisticação. A utilização destes elementos possibilitará, ainda, que nos dias mais quentes tenha sempre onde se poder refrescar. Aliás, já imaginou o quão mágico seria criar a sua própria natureza, à escala da sua casa?
Personalize cada detalhe ao seu gosto:
A personalização é a chave de ouro para fechar qualquer projeto. No caso de criação de um jardim exterior, e após as dicas e sugestões que foi analisando, importa agora compreender o que procura para si e para o seu espaço.
Para isso, dedique tempo a fazer a sua pesquisa: seja através de revistas de bricolage, design de exteriores, ou de arquitetura, tente encontrar exemplos daquilo que procura. Dica importante: encontre a sua visão nos pormenores. Seja através de almofadas coloridas, tapetes de exterior, lanternas ou vasos decorativos – estes certamente dão um toque único e aconchegante ao ambiente.
Ao apostar também em elementos sustentáveis, como mobiliário reciclado ou iluminação solar, poderá reduzir o impacto ambiental e criar um espaço mais ecológico. Seja qual for a linha de design que optar por seguir, o mais importante é garantir que o seu gosto e visão pessoal são cumpridas, tendo em conta o espaço envolvente e a sua casa. A partir das dicas deste artigo, certamente conseguirá transformar o espaço exterior da sua casa num verdadeiro refúgio, onde poderá desfrutar de momentos de lazer e convívio com o máximo de conforto e, claro, estilo.
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ESTUDO REVELA QUE HÁ MAIS PESSOAS SEM DENTES E PIORES HÁBITOS DE HIGIENE ORAL
Mais pessoas sem dinheiro para ir ao dentista, com maior perda de dentes e piores hábitos de higiene oral são as conclusões do Barómetro da Saúde Oral 2024 divulgado hoje pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).
Mais pessoas sem dinheiro para ir ao dentista, com maior perda de dentes e piores hábitos de higiene oral são as conclusões do Barómetro da Saúde Oral 2024 divulgado hoje pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).
“Dos cerca de um milhão de pessoas que nunca vão ou vão menos de uma vez por ano ao médico dentista, há 300 mil (30%) que apontam a falta de dinheiro como justificação para não realizarem qualquer consulta de medicina dentária”, uma percentagem que se agravou 5,6 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2023.
A OMD refere que, apesar de não ser possível estabelecer uma relação direta, “a verdade é que 98,2% dos inquiridos consideram importante e/ou muito importante o acesso à saúde oral através do Serviço Nacional de Saúde” e 96,3% defendem que o Estado deveria comparticipar os tratamentos dentários, tal como faz com os medicamentos.
Analisando a frequência das consultas de medicina dentária, o estudo conclui que 65,4% dos 1.102 inquiridos, com 15 ou mais anos, o fazem pelo menos uma vez por ano, mais 1 p.p. face a 2023.
Contudo, a percentagem de pessoas que nunca marcou uma consulta para ‘check-up’ aumentou 3,6 p.p. para 27,4%.
Os dados também mostram um agravamento de 6,8 p.p. de pessoas com pelo menos um dente em falta, passando de 58,9% em 2023 para 65,7% em 2024, assim como da população com seis ou mais dentes em falta, que subiu de 22,8% para 28%.
Os dados indicam que são as mulheres quem tem mais falta de dentes, com apenas 31,7% com dentição completa, contra 36,8% nos homens.
Dos dois terços da população com pelo menos um dente em falta, 57,1% não tem nada a substituir, mais 7,2 p.p.
Quando o indicador em análise passa a ser a falta de seis ou mais dentes, considerado o número de referência que afeta a qualidade da mastigação e da saúde oral, também são as mulheres que apresentam os valores mais elevado: 31,4% face aos 23,4 dos homens.
Segundo o barómetro, os hábitos de higiene oral da população também pioraram, com 74,4% dos inquiridos a afirmar que escovam os dentes com frequência (pelo menos duas vezes por dia), menos 4,4 p.p.
O relatório de 2024 também revela que apenas 2,5% dos inquiridos vai a uma consulta através do SNS ou cheque dentista (+0,5 p.p.). Os restantes fazem-no por via particular ou pelo seguro.
Quanto a menores de seis anos que nunca foram ao médico dentista, a percentagem voltou a diminuir pelo terceiro ano consecutivo. Em 2021 era 73,4%, em 2022 baixou para 65,2%, número que se agravou em 2023 (53,5%) e em 2024 (49,6%).
Comentando os resultados do estudo, o bastonário da OMD, Miguel Pavão, afirma que “envergonham o país e refletem a ausência de investimento na saúde oral”.
“Os portugueses continuam à espera que o Governo apresente o Programa Nacional de Saúde Oral, que seria conhecido até ao final de 2024”, salienta o bastonário, citado num comunicado da OMD.
Miguel Pavão sustenta que “enquanto a Organização Mundial da Saúde dá passos importantes no reconhecimento do impacto da saúde oral na saúde geral e desafia os países a trabalharem para garantir o acesso universal a estes cuidados, o reforço do direito à saúde oral em Portugal continua estagnado”.
“Não podemos nunca dissociar os índices de saúde oral do facto de quase 20% da população estar na pobreza. Uma população sem recursos e mecanismos de acesso a condições de saúde oral enfrenta mais desigualdades sociais, maior absentismo e mais problemas sociais e de autoestima”, alerta.
Para o bastonário, é urgente ter um programa prioritário para a saúde oral, que promova a complementaridade entre os setores público, privado e social e que envolva os ministérios da Saúde, da Segurança Social e da Juventude, pelo papel que podem desempenhar na prevenção da saúde em todas as fases da vida e na intervenção junto dos grupos de risco.
“É fulcral investir, ter um orçamento para a saúde oral que permita executar e não apenas planear”, salienta.
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