REGIÕES
CARRAZEDA DE ANSIÃES: COLHEITA DA MAÇÃ COM PERDAS ACIMA DE 90%
Os produtores de maçã de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, estimam perdas na colheita “entre os 95 e os 98%”, por causa do granizo que caiu entre finais de maio e inícios de junho, disse hoje à Lusa o presidente da Associação de Fruticultores e Viticultores do Planalto de Ansiães (AFUVOPA), Luís Vila Real.

Os produtores de maçã de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, estimam perdas na colheita “entre os 95 e os 98%”, por causa do granizo que caiu entre finais de maio e inícios de junho, disse hoje à Lusa o presidente da Associação de Fruticultores e Viticultores do Planalto de Ansiães (AFUVOPA), Luís Vila Real.
“Este ano, não tivemos o problema da falta de água, mas tivemos o granizo extremamente intenso. Caiu cinco vezes no concelho. As perdas estão apuradas entre os 95 e os 98%, na parte mais crítica. No resto, rondarão os 80 a 90%”, avançou Luís Vila Real.
O responsável disse ainda que “o produto ficou sem qualidade, não tem valor de mercado, e, obviamente, os compradores não querem esse tipo de produto, porque o consumidor final também não”.
Por isso, o destino de grande parte da maçã é a indústria, essencialmente para fabrico de concentrado ou sumo fresco.
Luís Vila Real não tem um número exato da quebra a nível económico, mas não tem dúvidas de que é muito elevada.
“São uns milhões, porque somos um concelho que produz entre 25 a 30 mil toneladas de maçã de qualidade por ano. Temos uma redução na ordem 95 a 98% desse valor. Se o preço por quilo andar na ordem dos 35 cêntimos, é só fazer as contas do descalabro económico que vem por aí”, assinalou.
Este preço pago por quilo ao agricultor – em média entre os 30 e os 35 cêntimos em fruta de qualidade – é considerado baixo para fazer face ao aumento dos fatores de produção no pós-pandemia.
“O produtor vende a preços ridículos, que, muitas vezes, já nem estão a cobrir os custos da produção. O custo por quilo para produzir já se aproxima muito dos 30 cêntimos. O que significa que quase não fica nada para o produtor”, afirmou Luís Vila Real, que disse ainda que não conseguem “traduzir o aumento de custo no produto que é vendido aos operadores do mercado”.
Considerando que “o preço justo, em média, seriam 50 cêntimos por quilo na colheita de fruta de qualidade”, Luís Vila Real explicou ainda que os produtores “acabam por ceder” aos preços pagos pelos grandes grossistas, porque “os agricultores não têm uma organização que faça a gestão da comercialização”. Por isso, quem compra a fruta são as “grandes unidades fruteiras, que estão nas mãos dos grandes armazenistas. Têm câmaras de frio de grande capacidade”.
O produto vai depois encarecendo ao longo da cadeira de distribuição: “Neste processo, não vem nada para o produtor. A responsabilidade do encarecimento não é do agricultor”, lamentou Luís Vila Real.
Carrazeda de Ansiães é o maior produtor de maçã de Trás-os-Montes. São 600 hectares de pomar, cultivados por cerca de 45 agricultores. O concelho dedica aos produtos de maior expressão a Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite, entre 25 e 27 de agosto. Luís Vila Real diz que haverá maçã para as montras do certame e garante ainda que as preocupações dos agricultores também vão estar presentes.
“Também vamos lá pôr o nosso produto deteriorado, para que as pessoas tenham consciência do que realmente se passou”, disse.
A campanha de colheita começa dentro de cerca de duas semanas.

REGIÕES
COLHEITA DE PERA ROCHA DO OESTE DESCE 13% PARA 107 MIL TONELADAS
A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) divulgou hoje que a colheita dos associados foi de 107 mil toneladas, evidenciando uma quebra de 13% na produção, relativamente a 2022, quando foram colhidas mais 16,5 toneladas do fruto.

A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) divulgou hoje que a colheita dos associados foi de 107 mil toneladas, evidenciando uma quebra de 13% na produção, relativamente a 2022, quando foram colhidas mais 16,5 toneladas do fruto.
O relatório da campanha 2023, divulgado hoje pela ANP, precisa que em 2023 a colheita foi de 107.111 toneladas, menos 16.563 toneladas que as colhidas o ano passado, evidenciando uma quebra de 13% relativamente à campanha anterior.
Para a associação, cujos associados são responsáveis por 89% do total da produção nacional (estimada este ano em 120 mil toneladas) “trata-se do segundo pior ano desde 2010 da Pera Rocha, sendo que apenas em 2012 foi registado volume de colheita inferior”.
Segundo a ANP a quebra explica-se pelas condições climáticas adversas em vários momentos determinantes do ciclo produtivo, “que resultaram na diminuição do número e calibre dos frutos e potenciaram a elevada incidência de doenças, culminando com o escaldão na primeira semana de agosto”.
No caso do Oeste, a ANP estima que 51% das peras colhidas sejam de calibres inferiores a 60 mm e 49% de calibres superiores, representando “uma ligeira melhoria relativamente a 2022”, mas ficando “aquém do registado em 2021, ano em que mais de 63% dos frutos teve calibre superior a 60 mm”. Relativamente às peras com menos de 55 mm, a previsão é de que em 2023 representem 22% do total.
Este é, segundo a ANP, o segundo ano consecutivo de quebra na produção (já que em 2022 registou um decréscimo de 51% relativamente a 2021), situação devido a “uma enorme pressão na sustentabilidade do setor, que se reflete na potencial perda de rendimento de todos os envolvidos na cadeia, e que terá de ter reflexo ao nível dos preços praticados, sob pena de não existirem meios para suportar uma nova campanha”.
No balanço enviado às redações a ANP sublinha o papel que a Pera Rocha desempenha na oferta de frutos frescos a nível nacional: “quando é possível ter uma colheita normal, tem a capacidade de fornecer os portugueses durante a maior parte do ano; no mercado externo está no top cinco da exportação de fruta nacional há vários anos”.
Apesar da menor quantidade de fruta disponível este ano, “o setor permanece empenhado na valorização da Pera Rocha e em especial da marca coletiva Rocha do Oeste, fornecendo frutos de excelente qualidade e segurança alimentar aos consumidores no mercado nacional e no mercado externo”, garante a ANP.
A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) foi criada em 1993 e representa cerca de 89% da produção de Pera Rocha em Portugal. Reúne os principais intervenientes do setor, entre fruticultores, associações de fruticultura, centrais fruteiras, exportadores e outras entidades interessadas no desenvolvimento da Pera Rocha, como autarquias e instituições de crédito.
Os associados exportam cerca de 60% da produção para mercados como o Brasil, Marrocos, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha Polónia, Holanda, Irlanda, Suíça, Roménia, Uruguai, Colômbia, Canadá, Emirados Árabes Unidos ou Jordânia.
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CHAVES: AUTARCA PREOCUPADO COM O FECHO DA URGÊNCIA PEDIÁTRICA
O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, mostrou-se hoje muito preocupado com o encerramento da urgência pediátrica do hospital local esta semana e pela quinta vez este ano, exigindo “soluções estáveis” para o futuro.

O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, mostrou-se hoje muito preocupado com o encerramento da urgência pediátrica do hospital local esta semana e pela quinta vez este ano, exigindo “soluções estáveis” para o futuro.
“Vejo sinais de preocupação. O primeiro sinal é que esta situação tem vindo em crescendo, ou seja, os períodos de indisponibilidade da urgência pediátrica têm vindo a aumentar, passaram de dois dias para sete ou mais. E a minha pergunta é o que vai acontecer no futuro? Que tipo de soluções é que estão a ser desenhadas para que situações desta natureza não se verifiquem com regularidade”, afirmou hoje Nuno Vaz.
A urgência pediátrica do Hospital de Chaves está fechada desde as 08:00 de hoje e até às 08:00 da próxima segunda-feira, dia 09 de outubro, efetuando-se o atendimento na urgência de Vila Real, sede do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).
Esta é quinta vez, desde a Páscoa, que a urgência pediátrica de Chaves fecha, mas é o período que este fecho se prologa por mais tempo.
Com esta tomada de posição pública, Nuno Vaz quis demonstrar a sua indignação e preocupação com a situação e garantiu que tudo fará para garantir o acesso à saúde por parte da população.
O autarca socialista disse que a população da área de influência deste hospital, que corresponde aos concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre e Valpaços, “fica desprotegida na lógica de resposta atempada”.
“Quando falamos com questões que têm a ver com urgência ou emergência significa que o tempo conta, que o tempo de resposta a este tipo de problemas de saúde conta”, frisou, destacando situações de residentes em localidades já distantes de Chaves e que ficam, agora, ainda mais longe da resposta hospitalar, em Vila Real.
Entre a “identificação do assunto, o acionar do meio e a prestação dos cuidados podemos estar a falar de mais de uma hora e meia”, acrescentou.
As cidades de Chaves e de Vila Real distam cerca de 70 quilómetros e são ligadas pela Autoestrada 24 (A24).
Ao Governo e, especificamente, ao Ministério da Saúde o presidente trasmontano exigiu “soluções estáveis” para resolver uma questão “que parecia conjuntural, mas que parece que se está a tornar estrutural”, designadamente o “défice de recursos humanos”.
“A minha questão é que se isto vai ser sempre assim, se vamos ter períodos sem urgência pediátrica todos os meses e se isto também não é um indício do regresso a um passado, não muito distante, de não haver urgência pediátrica”, frisou.
Nuno Vaz deixou ainda uma “nota de preocupação adicional”, com a reforma da saúde anunciada no início de setembro pelo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na qual está incluída a criação da ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, que agregará o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) com os Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Tâmega e do Barroso, do Douro I — Marão e Douro Norte e do Douro II — Douro Sul.
Em consequência, o autarca quer saber se a implementação deste modelo vai “significar abandonar as periferias”.
“E este é um sinal nesse sentido, perante a dificuldade de arranjar pediatras nas três unidades o que é que decidiu o CHTMAD? Concentrar todos os recursos, pediatras, em Vila Real. Este é um mau pronuncio, é um indicio de que porventura a ULS desenhada para a região não é solução”, sublinhou.
E concluiu: “Sempre que há problemas concentra-se, está aqui o exemplo”.
O CHTMAD agrega os hospitais de Chaves, Lango e Vila Real.
A Assembleia Municipal de Chaves e a Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso, que inclui os municípios de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, aprovaram moções a reivindicar a criação de uma ULS do Alto Tâmega e Barroso.
Contactado pela agência Lusa, o CHTMAD não se quis pronunciar sobre este assunto.
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