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CENTRO DE RECUPERAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES DE LISBOA TRATOU 20 MIL ANIMAIS EM 22 ANOS

Cegonhas, bufos-reais, corujas-das-torres e ouriços-cacheiros são alguns dos animais que passam pelo Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa (LxCRAS), uma instituição que em duas décadas recebeu 20 mil animais de todos os pontos do país.

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Cegonhas, bufos-reais, corujas-das-torres e ouriços-cacheiros são alguns dos animais que passam pelo Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa (LxCRAS), uma instituição que em duas décadas recebeu 20 mil animais de todos os pontos do país.

Inaugurado em 1997, o Centro de Recuperação de Animais Silvestres da capital portuguesa está sediado em pleno Parque Florestal de Monsanto e foi construído para acolher no máximo 300 animais por ano.

No entanto, a médica veterinária e coordenadora do LxCRAS, Manuela Leite Mira, sublinhou à agência Lusa que o centro recebe “praticamente 2.000 animais por ano” e, em 22 anos, recebeu 20 mil animais.

“Este ano já ultrapassámos os mil [animais]”, referiu.

Dentro da clínica, Manuela Leite Mira e a veterinária Inês Caetano colocaram uma cria de peneireiro vulgar em cima da marquesa para fazerem um ‘check-up’ ao animal, que deu entrada com uma lesão ao nível da articulação.

As causas de entrada de animais selvagens no LxCRAS são várias: quedas de ninhos, atropelamentos, colisões, traumas, armadilhas, doenças e até eletrocussões.

De acordo com o relatório anual de 2018 desta instituição, a maior parte dos animais deu entrada devido a queda de ninho (37,1%) e trauma desconhecido (18%).

No caso do peneireiro vulgar, a reabilitação poderá não ser total e as veterinárias vão tentar endireitar a pata esquerda o suficiente para que esta ave se possa alimentar autonomamente.

“Os animais que são aqui entregues têm um único objetivo: serem reabilitados e devolvidos à natureza”, vincou a responsável, acrescentando, contudo, que, “quando são irrecuperáveis”, os animais costumam ser enviados para parques biológicos, para que “tenham algum fundamento, algum objetivo”, que costuma ser a “educação ambiental”.

Enquanto Manuela Leite Mira e Inês Caetano verificam a asa esquerda de um bufo-real, uma outra veterinária alimenta um andorinhão com a ajuda de uma pinça, massajando a goela da ave para ajudar a engolir.

O LxCRAS está integrado na Rede Nacional de Centros de Recuperação para a Fauna — que é coordenada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) — e, por isso, recebe animais de todas as partes do país.

Segundo Manuela Leite Mira, o “número de animais tem aumentado” e costumam “ser entregues no centro ou pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, pela Brigada de Proteção Ambiental (BriPA) da PSP”, pelo ICNF ou por particulares.

No entanto, nem todos os animais podem ser acolhidos pelo LxCRAS: “Só recebemos animais da fauna autóctone portuguesa. Os exóticos não têm aqui cabimento”.

A veterinária também exemplificou que, se o centro receber “animais marinhos com determinadas características”, costuma enviá-los para o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos — localizado na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, no distrito de Aveiro.

“Um lince não recebemos aqui, porque só um centro é que trata de linces”, esclareceu, completando que, “se algum lince for capturado por algum motivo, tem de ir para Silves, para o Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico”.

Depois de os animais serem tratados, os profissionais deste centro têm de verificar se estão aptos para voltar à natureza porque ali o “tratamento não é só da parte médica”, mas também da “parte comportamental”.

Pouco antes de sair para libertar alguns animais, a bióloga Verónica Bugalho contou à Lusa que, depois de tratados, os ‘pacientes’ são colocados em “parques de reabilitação”.

Dentro de uma destas estruturas — designada por “túnel de voo” — estão quatro cegonhas, umas das quais ainda demonstra dificuldades a andar, e dois bufos-reais.

“São parques exteriores, de maiores dimensões, com um ambiente mais naturalizado”, elucidou a bióloga, explicando que permitem que os animais “possam voltar a exercitar os músculos, a demonstrar o comportamento e a desenvolver a capacidade de voo e também, em muitos casos frequentes nas aves de rapina, treinar e demonstrar a capacidade de caça”.

Nesta fase, o “acompanhamento é regular, mas não tão apertado como o que é feito na clínica”, fazendo também parte deste processo “o isolamento das pessoas e de outros animais”, porque “os centros de recuperação de animais selvagens não são propriamente” como um hospital.

“Quando vamos a um hospital, somos tratados e depois vamos para casa com algumas recomendações de repouso e medicação, até estarmos a 100%. Neste caso, os animais quando saem do centro têm de estar já a 100%”, esclareceu Verónica Bugalho, completando que os tratamentos não têm um tempo definido, já que “cada caso é um caso”.

Segundo a bióloga, uma ave pode estar em “excelente condição física”, mas se “não tiver a plumagem em boas condições”, a recuperação pode demorar “até um ano”.

Apesar de o LxCRAS estar integrado na rede de centros do ICNF, está sediado “num espaço municipal” e é “totalmente suportado pela Câmara Municipal de Lisboa”.

Para o futuro, a responsável pela coordenação do Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa deseja expandir as instalações: “Achamos sempre que as instalações devem ser melhoradas, que o número de funcionários deve ser ampliado, achamos sempre que poderemos ter muito melhores condições de trabalho.”

Manuela Leite Mira afirmou, contudo, que a autarquia nunca negou qualquer apoio ao centro.

“Temos uma diversidade muito grande de animais e, portanto, temos uma diversidade muito grande de alimento. Alimentos que são caros. É a Câmara [de Lisboa] que suporta [esses custos] e é dada uma resposta muito rápida a esses pedidos”, concluiu.

AFE // MCL

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AÇORES: AUTARCA CONDENADO A PENA SUSPENSA E PERDA DE MANDATO (SÃO ROQUE)

O Tribunal de Ponta Delgada condenou nesta quarta-feira o presidente da Junta de São Roque a três anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa, e perda de mandato por peculato na forma continuada e participação económica em negócio.

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O Tribunal de Ponta Delgada condenou nesta quarta-feira o presidente da Junta de São Roque a três anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa, e perda de mandato por peculato na forma continuada e participação económica em negócio.

Pedro Moura, presidente daquela junta de freguesia do concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, fica com a pena suspensa sob obrigação de pagamento, no prazo de um ano, de um montante superior a 3.800 euros.

Para que a perda de mandato a que foi condenado tenha efeito, terão primeiro de ser esgotados os recursos legais e Pedro Moura revelou, após a leitura do acórdão, que vai recorrer da decisão conhecida nesta quarta-feira.

O tribunal considerou como provada a acusação do Ministério Público (MP) no âmbito da investigação, que remonta a 2015, altura em que Pedro Moura era já presidente da Junta de Freguesia de São Roque, eleito pelo PS, e deputado no parlamento açoriano.

Em causa neste processo está o alegado desvio de um montante superior a 137 mil euros das contas da Junta de Freguesia para o Clube Naval de São Roque, criado e gerido por Pedro Moura.

Segundo o MP, a Junta comprou três terrenos para a realização de obras urgentes na freguesia e os bens transitaram para o Clube Naval.

Destes terrenos, dois foram posteriormente restituídos à Junta, mas um terceiro foi vendido pelo Clube Naval por 250 mil euros para sanar parte do empréstimo.

Durante a leitura da sentença, o juiz referiu que Pedro Moura era quem geria “os destinos” da Junta de Freguesia e “os restantes elementos assinavam” e “cumpriam ordens” do autarca, enquanto “o Clube Naval era uma associação fantasma”.

“Nunca existiu nenhum protocolo com a Junta para a deliberação de aquisição destes imóveis”, disse o magistrado, na leitura do acórdão, acrescentando que Pedro Moura, enquanto titular de um cargo público, “se apropriou ilicitamente de dinheiros públicos”.

O tribunal deu como provado que Pedro Moura controlava “exclusivamente” a Junta e o Clube Naval, que “foi criado para adquirir os bens imóveis”.

Ficou ainda provado que “as faturas da água e da luz foram pagas pela Junta, mas estavam no nome do Clube Naval. Segundo o juiz, “não foi um erro, foi uma apropriação ilegítima de quantias pertencentes ao erário público”.

No entender do tribunal, Pedro Moura “agiu com dolo, atuou de forma livre, sabendo que o fazia” na qualidade de presidente de Junta de Freguesia, apropriando-se de dinheiros da Junta em benefício do Clube Naval”.

Na suspensão da pena, foi tido em conta o facto de Pedro Moura não ter antecedentes criminais, bem como a sua integração familiar e social.

Quanto ao montante superior a 137 mil euros, o juiz disse que “o Clube Naval doou à Junta os dois prédios”, pelo que esta “já foi ressarcida”.

Após a leitura da sentença, Pedro Moura disse aos jornalistas estar “insatisfeito” e que vai recorrer da decisão, reforçando que foi feita obra pública e que “no saldo das contas” a Junta saiu beneficiada.

“Nós vamos recorrer. Não estamos satisfeitos. Achamos que São Roque ficou beneficiado e era a única forma que tínhamos de fazer obra para a freguesia. Está lá: uma circular, um parque de estacionamento e uma zona balnear que é das mais concorridas da ilha”, sustentou.

Segundo o autarca, “o tribunal acaba por considerar que foram feitas obras” e “não pede a restituição do valor inicial que tinha pedido”.

“Não tirámos qualquer proveito”, sublinhou.

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MATOSINHOS: QUARTAS-FEIRAS SÃO DIAS DO “COMBOIO DE BICICLETAS”

As quartas-feiras passaram a ser dias “diferentes e fixes” para os alunos das escolas da Ermida e Padre Manuel de Castro, em Matosinhos, porque a chegada não se faz a pé ou de carro, mas num comboio de bicicletas.

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As quartas-feiras passaram a ser dias “diferentes e fixes” para os alunos das escolas da Ermida e Padre Manuel de Castro, em Matosinhos, porque a chegada não se faz a pé ou de carro, mas num comboio de bicicletas.

Eram perto das 09:00 quando, já próximo da Escola Básica da Ermida, em São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, no distrito do Porto, se avistou a chegada de um comboio, não de um comboio sobre carris e movido a eletricidade, mas um comboio de 27 crianças de bicicletas acompanhadas de maquinistas, igualmente de bicicletas, que têm como função não verificar se os passageiros têm bilhete, porque é gratuito, mas se chegam à escola em segurança.

O comboio de bicicletas, projeto que está a ser implementado em Matosinhos, tem, à semelhança dos comboios tradicionais hora de saída e chegada, assim como alguns atrasos, e paragens.

Para o apanhar não é preciso ser portador de qualquer bilhete, mas sim ser criança, frequentar as escolas do concelho, ter bicicleta e capacete e, às quartas-feiras, estar na paragem indicada para não perder o comboio e, assim, chegar quando soar o toque de entrada.

Os alunos chegaram a horas, em segurança, divertidos, muito contentes e sob o olhar curioso e atento dos colegas que, já no interior da escola e encostados aos gradeamentos, atiravam um “yeah” ou um simples olá.

“Andar de bicicleta é muito fixe, gosto muito”, confessou à Lusa Leonardo Cavalcante, de 6 anos, que, juntamente com o irmão, apanhou o comboio por volta das 08:05 no qual percorreu cerca de quatro quilómetros até chegar ao destino onde estava a avó com a mochila, porque vir com ela “era pesado”.

A mãe, Laura Cavalcante, que acha este comboio uma excelente iniciativa, afirmou que andar de bicicleta é algo que toda a gente deveria fazer, porque é um excelente meio de transporte, uma boa alternativa ao carro e ótimo para o ambiente.

Com três filhos, dois dos quais já utilizadores deste comboio, Laura Cavalcante, que anda de bicicleta desde os tempos de faculdade, quer que os filhos entendam que a bicicleta é um meio de transporte e tem muitas vantagens.

E que o diga Alice Ribeiro, de 9 anos, que disse que os “carros causam poluição”, por isso, sempre que puder, vai apanhar o comboio de bicicletas.

E acrescentou: “É muito fixe e não é muito perigoso, temos só de ter cuidado a andar”.

E, por falar em cuidados, o colega, João Teixeira, também com 9 anos, enumerou-os todos: usar capacete, parar nos semáforos, não passar à frente do maquinista e dar espaço a quem vai à frente.

E, se cumprirem estes requisitos, chegam em segurança e ajudam o ambiente, comentou.

“As portas das escolas são, provavelmente nas horas de ponta, os sítios mais poluídos das cidades, devido à grande concentração de carros”, afirmou João Araújo, impulsionador deste projeto em Matosinhos e pai de um dos alunos utilizadores do comboio.

Além de ser bom para o ambiente, esta iniciativa é benéfica para as crianças, porque lhes dá autonomia, autoestima, responsabilidade e divertimento, salientou, reforçando que “é seguro pedalar até à escola”.

O percurso demora cerca de 25 a 30 minutos, tem perto de 10 paragens, as crianças têm seguro e os maquinistas são pais ou apaixonados pelas bicicletas, por isso, tem tudo para correr bem, sublinhou João Araújo.

Este comboio de bicicletas ainda está numa fase piloto, sendo objetivo da autarquia estendê-lo a todas as escolas do concelho, referiu o vice-presidente e responsável pelo pelouro da mobilidade, Carlos Mouta.

“Estamos a falar de crianças muito pequeninas, do primeiro ciclo, e a ideia é que elas depois transportem isto para o secundário e mantenham este hábito de usar a bicicleta como meio de transporte”, concluiu.

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