NACIONAL
DESINFORMAÇÃO EXISTE, MAS “NÃO TEM IMPACTO TRADUZIDO NO VOTO”
A desinformação, também conhecida por ‘fake news’, é uma realidade nas redes sociais em Portugal, mas “não tem impacto traduzido no voto”, disse à Lusa o investigador e professor do ISCTE-IUL Gustavo Cardoso.

A desinformação, também conhecida por ‘fake news’, é uma realidade nas redes sociais em Portugal, mas “não tem impacto traduzido no voto”, disse à Lusa o investigador e professor do ISCTE-IUL Gustavo Cardoso.
Gustavo Cardoso coordena o projeto de monitorização de propaganda e desinformação nas redes sociais do Media Lab ISCTE-IUL.
“Fizemos a monitorização para as eleições europeias”, no âmbito deste projeto, e “estamos a fazer para as legislativas”, adiantou o professor universitário.
Entre as principais conclusões das monitorizações feitas está o facto de a desinformação ser uma realidade nas redes sociais em Portugal.
“Em Portugal há claramente desinformação nas redes sociais”, mas “não tem impacto traduzido no voto”, referiu o investigador do ISCTE-IUL.
Ou seja, a desinformação “não tem aparentemente resultados práticos” nas eleições, prosseguiu.
Segundo Gustavo Cardoso, a desinformação “ajuda a criar narrativas” sobre um conjunto de temas, em geral.
No ‘top 10’ da desinformação, “oito são sobre corrupção e duas sobre minorias, imigração ou refugiados”, exemplificou, apontando que tal se traduz numa “singularidade portuguesa” quando comparados com os restantes países europeus.
Ou seja, contrariamente a outros países europeus, nem a imigração, nem o Islão são assuntos centrais nos debates políticos em Portugal.
Por sua vez, a corrupção é o tema mais em voga, impulsionados por casos mediáticos como o do ex-primeiro-ministro José Sócrates.
“O caso mais parecido sobre a importância da temática corrupção é o Brasil”, onde aquela prática é associada à política, apontou.
O projeto coordenado por Gustavo Cardoso analisa mais de 40 grupos públicos e mais de 40 páginas nas redes sociais, os quais têm um alcance de um universo de um milhão e meio de pessoas.
“A desinformação existe, circula e está presente no quotidiano”, sublinhou o investigador.
No entanto, um dos fatores que explica uma menor exposição de Portugal aos riscos de desinformação assenta no facto do público confirmar muito nos media tradicionais (68%) e muito menos na informação encontrada nas redes sociais (26%).
No entanto, a desinformação nas redes sociais também é criativa e muitas vezes utiliza notícias antigas ou sem data de publicação dos media, descontextualizadas, no intuito de aumentar o suporte de uma ideia e na expetativa que as pessoas partilhem.
Gustavo Cardoso acrescenta que a desinformação no período de campanha, por exemplo, não visa pedir para não votar num determinado partido, mas antes “criar a dúvida” sobre o voto.
Trata-se da “gestão da criação da dúvida”, salientou.
Por sua vez, os partidos já perceberam a importância das redes sociais nas campanhas eleitorais, na forma como “alcançar o maior número de pessoas”.
Entre tentar estabelecer um tipo de relação direta com o público, a publicar ‘posts’ da campanha ou a comunicar com humor nsa redes sociais, os políticos apostam em várias abordagens para chegarem aos seus eleitores através da Internet.
Por exemplo, “António Costa [PS] é muito melhor no Facebook e Rui Rio [PSD] no Twitter”, apontou Gustavo Cardoso.
Outro dos exemplos é o ‘top 5’ dos políticos no Facebook, onde segundo o investigador António Costa e Ana Catarina Mendes (PS) marcam presença assídua, tal como Assunção Cristas (CDS-PP) e Catarina Martins (BE).
“Rui Rio [PSD] entrou esta semana” neste ‘top’, referiu.

NACIONAL
FENPROF ACUSA MINISTRO DE “ESCONDER” A REALIDADE SOBRE A COLOCAÇÃO DE PROFESSORES
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) acusou hoje o ministro da Educação de, no parlamento, voltar a “esconder a realidade” ao dizer que apenas 02% dos alunos ainda não têm docentes.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) acusou hoje o ministro da Educação de, no parlamento, voltar a “esconder a realidade” ao dizer que apenas 02% dos alunos ainda não têm docentes.
“A ser assim, apontaria para cerca de 30.000 alunos. Se fossem apenas 30.000 os alunos sem os professores todos (número que, ainda assim, não seria desprezível), então a situação seria gravíssima para esses alunos, pois significaria que, em média, lhes faltariam três professores e não apenas um”, afirma a Fenprof em comunicado.
Para a estrutura sindical, alunos sem professores “serão cerca de 90.000”.
A Fenprof reagia assim à afirmação do ministro João Costa hoje na Assembleia da República segundo a qual 98% dos alunos têm todos os professores e aulas a todas as disciplinas.
No documento, a Fenprof adianta que na próxima segunda-feira “atualizará o contador que tem no seu ‘site’” sobre a colocação de professores, mas salienta que “compete ao Ministério da Educação (ME) confirmar o que foi afirmado hoje no parlamento, divulgando publicamente, escola/agrupamento o número de professores que estão em falta”.
“Lamentavelmente, os responsáveis do Ministério da Educação parecem sempre mais preocupados em iludir a realidade do que, perante ela e a sua gravidade, tomarem as medidas que se impõem: valorizar a profissão docente, melhorar as condições de trabalho nas escolas e atrair os jovens (desde logo os que a abandonaram) para a docência”, defende.
A Fenprof defende que é exigível do ministro “uma atitude responsável neste processo e menos desvalorizadora do problema”.
“Dos vários exemplos de medidas que estão a ser tomadas para, alegadamente, valorizar os professores, representando um investimento na ordem dos 300 milhões de euros, segundo o ministro, está a vinculação de cerca de 8.000 professores. Como pode o ministro incluir esta vinculação naquele valor se os docentes que ingressaram nos quadros se mantiveram no índice salarial (167) em que se encontravam?”, questionam.
Segundo a Fenprof, “estes docentes passarão, inclusivamente, a ganhar menos do que os colegas que continuam contratados a termo”, situação que considera “ilegal e em relação à qual vai agir também juridicamente”.
A estrutura sindical critica também os planos de recuperação de aprendizagens, também referidos por João Costa, que “deveria ter explicado como poderão as escolas concretizá-los com o corte de horas que impôs ao crédito que tinham para este efeito (80 e mais horas)”.
“Em relação ao aumento de financiamento em 27% dos colégios de educação especial, o ministro deveria ter reconhecido que é um aumento insuficiente, pois estes colégios estiveram década e meia sem atualização de financiamento (metade desse tempo, com governos a que João Costa pertencia), situação que quase provocou a sua asfixia, tendo alguns estado muito perto de encerrar”, critica.
DESTAQUE
ESTUDO: 68% DOS JOVENS FORAM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Uma investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, concluiu que 68% dos adolescentes portugueses, entre os 12 e 18 anos, foram vítimas de comportamentos agressivos em contexto escolar.

Uma investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, concluiu que 68% dos adolescentes portugueses, entre os 12 e 18 anos, foram vítimas de comportamentos agressivos em contexto escolar.
Os comportamentos de vitimação mais reportados foram em 92% dos casos de natureza psicológica (piadas agressivas, ignorar, culpar, mentir ou enganar), seguindo-se os de natureza física (pontapés, beliscar ou arranhar, ferir “a brincar”) com 82% e os de controlo (controlar ou proibir e ‘stalking’ [perseguir]) com 62%, referiu a UTAD, em comunicado enviado à Lusa.
Também se verificaram comportamentos associados ao ‘cyberbullying’ (assédio virtual) e de partilha de imagens íntimas sem consentimento (‘sexting’) com uma prevalência de 58%, sublinhou.
Embora a frequência seja inferior, o estudo demonstrou ainda que 35% dos adolescentes sofreram comportamentos tendencialmente mais graves (ameaças com objetos ou armas e lesões corporais graves) e 6% suportaram comportamentos de natureza sexual (relação forçada).
A investigação apurou ainda que 64% dos jovens assumiram já ter praticado algum ato violento para com um colega de escola.
“Os atos de agressão, quer sejam perpetrados ou recebidos, acontecem de uma forma transversal em todos os anos de escolaridade e em ambos os sexos. Estes dados foram recolhidos em 61 estabelecimentos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário”, afirmou o investigador da UTAD, Ricardo Barroso, citado na nota de informação.
Estes dados foram recolhidos entre 2018 e 2022, no âmbito do PREVINT, um programa de prevenção da violência interpessoal implementado em mais de uma centena de escolas, abrangendo cerca de 20.000 estudantes.
Dos 7.139 jovens inquiridos, de ambos os sexos e com idades entre os 12 e 18 anos, 68% (4.837) revelaram ter sido vítima de algum comportamento de agressão e 64% (4.634) assumiram já ter praticado algum ato violento para com um colega de escola.
“Verificámos que são dados que se mantêm constantes ao longo dos anos e, embora em termos sociais se valorize mais o facto de existir violência física, uma prevalência tão elevada de violência psicológica é algo que nos preocupa, uma vez que esta tende a estar na base do sofrimento psicológico elevado dos adolescentes. A existência de trabalhos de prevenção e de intervenção junto dos adolescentes é tão crucial como junto dos pais/tutores e dos profissionais que trabalham em contexto escolar”, adiantou o investigador da UTAD.
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