INTERNACIONAL
ESPANHA: CATALUNHA QUER A “INDEPENDÊNCIA”
É o diário espanhol El País quem o garante. O governo regional da Catalunha terá uma norma secreta para declarar a independência de Espanha, unilateral e imediata, caso não seja celebrado um referendo.
É o diário espanhol El País quem o garante. O governo regional da Catalunha terá uma norma secreta para declarar a independência de Espanha, unilateral e imediata, caso não seja celebrado um referendo.
“Se o Estado espanhol impedir de maneira efectiva a celebração de um referendo, a lei entrará em vigor de maneira completa e imediata quando o Parlamento der conta desse impedimento”, pode ler-se no referido documento. O projecto, mantido até agora em segredo, é conhecido como lei de ruptura, propondo-se funcionar como Constituição provisória da Catalunha durante dois meses, até que o Parlamento regional ponha em marcha um processo constituinte. O plano ameaça aquecer as relações tensas entre o independentismo catalão e o governo de Mariano Rajoy, que se opõe ao separatismo.
O mecanismo de secessão imediata está preparado para ser activado caso o Governo impeça a consulta para a independência, prevista para finais de Setembro ou princípio de Outubro. Segundo o El País, no documento a que terá tido acesso é especificado de forma minuciosa a ruptura – embora com lacunas legais e incógnitas. Quem seriam os cidadãos catalães e como obter a nacionalidade; que leis espanholas permaneceriam em vigor e quais seriam eliminadas, e qual seria o destino dos funcionários da Administração Central do Estado residentes na Catalunha são alguns dos pontos abordados no documento.
Segundo a lógica constituinte dos redactores do referido documento, nenhuma das disposições propostas infringe a legalidade, porque como referem no segundo artigo, “a soberania nacional radica no povo de Catalunha, sendo dele que emanam todos os poderes do Estado”.
A Generalitat, o governo autonómico catalão, já veio desmentir a informação e garante que o referendo continua a ser a via prioritária para alcançar a independência. O presidente da bancada parlamentar do Juntos pelo Sim, uma coligação de vários partidos a favor da independência, Jordi Turull, afirmou que “quem passou este suposto esboço está muito desfasado, e desmentimo-lo”.
Um porta-voz do governo autonómico assegurou ao jornal La Vanguardia que “a única via que o governo tem em cima da mesa é realizar o referendo e a prioridade total é fazê-lo em acordo com o Estado”. “Se o Estado nos impedir de votar não teremos alternativa que não seja adoptarmos os mecanismos legais que nos permitam celebrá-lo”, acrescentou, sem, porém, desmentir ou confirmar a veracidade do documento.
INTERNACIONAL
VACINAS SALVARAM 154 MILHÕES DE VIDAS EM 50 ANOS
As vacinas permitiram salvar pelo menos 154 milhões de vidas em todo o mundo desde 1974, o equivalente a seis vidas por minuto, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje divulgado.
As vacinas permitiram salvar pelo menos 154 milhões de vidas em todo o mundo desde 1974, o equivalente a seis vidas por minuto, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje divulgado.
Em comunicado, a OMS salienta que a estimativa plasmada no estudo incide sobre a vacinação contra 14 doenças, incluindo difteria, hepatite B, sarampo, tétano, febre amarela, rubéola, tuberculose, meningite A e tosse convulsa.
De acordo com o estudo, publicado na revista médica britânica The Lancet, a vacinação permitiu salvar 101 milhões de bebés entre as 154 milhões de vidas estimadas.
O estudo realça que a imunização contra as 14 doenças analisadas contribuiu diretamente para reduzir 40% da mortalidade infantil global e 52% em África.
Por si só, a vacinação contra o sarampo diminuiu 60% da mortalidade infantil à escala global.
A OMS destaca, ainda, que mais de 20 milhões de pessoas podem hoje andar graças à imunização contra a poliomielite.
“As vacinas estão entre as invenções mais poderosas da História, prevenindo doenças antes temidas”, sublinhou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado em comunicado.
Os dados foram publicados num momento de retrocesso da vacinação, causado nomeadamente pela redução dos programas de imunização devido à pandemia da covid-19.
A OMS assinala que 67 milhões de crianças não receberam entre 2020 e 2022 todas as vacinas de que necessitavam, o que contribuiu para um aumento de 84% dos casos globais de sarampo entre 2022 e 2023.
O estudo foi divulgado na Semana Mundial da Vacinação 2024, que hoje começou e termina na terça-feira.
INTERNACIONAL
ADVOGADOS DE TRUMP DECLARAM EX-PRESIDENTE INOCENTE NO INÍCIO DE JULGAMENTO
Os advogados de defesa do ex-presidente dos EUA Donald Trump declararam hoje o seu cliente inocente, alegando que o Ministério Público nem sequer devia ter iniciado este processo.
Os advogados de defesa do ex-presidente dos EUA Donald Trump declararam hoje o seu cliente inocente, alegando que o Ministério Público nem sequer devia ter iniciado este processo.
Nas declarações iniciais do julgamento de Trump, os procuradores defenderam que o ex-presidente “orquestrou um esquema criminoso para subverter” as eleições presidenciais de 2016.
Os advogados de defesa alegaram que Trump está inocente, acrescentando que o gabinete do procurador distrital de Manhattan “nunca deveria ter aberto este caso”.
Um painel de jurados nova-iorquinos — 12 jurados e seis suplentes — tomou posse na passada sexta-feira, após quatro dias de seleção do júri, e começou hoje a participar naquele que é o primeiro julgamento criminal contra um ex-presidente dos EUA.
Trump é acusado de falsificar registos comerciais como parte de um alegado esquema para dissimular histórias que acreditava que poderiam prejudicar a sua campanha presidencial em 2016.
No centro das acusações está um pagamento de cerca de 100 mil euros feito à atriz pornográfica Stormy Daniels por Michael Cohen, ex-advogado de Trump, para evitar que fosse conhecida uma relação extramatrimonial com o empresário.
Os procuradores dizem que Trump dissimulou a verdadeira natureza dos pagamentos falsificando documentos comerciais.
O ex-presidente nega ter tido um encontro sexual com Daniels e os seus advogados argumentam que os pagamentos feitos a Cohen foram despesas legais legítimas, declarando-se inocente de 34 acusações criminais de falsificação de registos comerciais.
Um dos advogados de defesa de Donald Trump concentrou-se durante as declarações iniciais em repetir argumentos colocando em questão a credibilidade de uma das principais testemunhas da acusação: Michael Cohen.
O advogado Todd Blanche forneceu um extenso relato sobre o cadastro criminal de Cohen e sobre o facto de ele já ter sido condenado por mentir sob juramento.
Blanche acusou Cohen de ser “obcecado pelo ex-presidente”, dizendo que “o seu sustento financeiro depende da destruição da reputação de Trump.
“Não se pode tomar uma decisão séria sobre o presidente Trump confiando nas palavras de Michael Cohen”, argumentou Blanche.
Antecipando os prováveis ataques da defesa à sua principal testemunha, o procurador Matthew Colangelo reconheceu o cadastro criminal de Cohen, logo no início do julgamento.
Os advogados de defesa argumentaram ainda que Trump não teve nada a ver com os pagamentos feitos para evitar que histórias sobre a sua vida sexual se tornassem públicas, nas vésperas das eleições presidenciais de 2016.
Blanche questionou em particular a insinuação feita pela acusação de que o pagamento a Stormy Daniels se destinava a tentar influenciar o resultado das eleições presidenciais.
“Não há nada de errado em tentar influenciar uma eleição. Isso chama-se democracia”, concluiu o advogado.
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