REGIÕES
ÉVORA: PESCADORES PROTESTAM CONTRA A PROIBIÇÃO DA PESCA DO LAGOSTIM
Pescadores e mariscadores profissionais de águas interiores do Baixo Alentejo manifestaram-se hoje em Évora contra a proibição da pesca do lagostim, condicionando o trânsito na circular junto ao centro histórico da cidade.

Pescadores e mariscadores profissionais de águas interiores do Baixo Alentejo manifestaram-se hoje em Évora contra a proibição da pesca do lagostim, condicionando o trânsito na circular junto ao centro histórico da cidade.
Os manifestantes concentraram-se às primeiras horas da manhã na periferia da cidade e, por volta das 09:00, rumaram para a rotunda das Portas de Avis, com passagem pelas principais entradas do centro histórico, provocando atrasos na circulação automóvel.
A iniciativa contou com a participação de cerca 60 pessoas em duas dezenas de veículos, a maioria ligeiros de mercadorias e alguns com barcos de pesca atrelados, os quais seguiram durante o percurso em marcha lenta e em buzinão.
“Queremos que a lei volte ao que era há três anos para podermos pescar uma espécie exótica, que só faz mal e não traz qualquer benefício”, afirmou aos jornalistas João Cortez, presidente da associação Importante Oásis, promotora do protesto.
Em causa está a revogação, em 2018, de uma lei que permitia a total liberdade de pesca daquela espécie invasora das principais bacias hidrográficas do país, segundo a associação Importante Oásis, com sede em Moura, no distrito de Beja.
João Cortez considerou que a alteração da lei “não faz qualquer sentido”, alegando que o lagostim-vermelho-do-Louisiana “é uma praga que se está a instalar” nas barragens de Portugal, porque “fura paredões e entope as tubagens da água”.
Os pescadores “estão a arriscar e são multamos em cinco mil euros, como todos já fomos, são apreendidas as embarcações e gaiolas. O pouco que tinham perdem-no por uma simples alteração da lei que não faz qualquer sentido e daí a nossa revolta”, sublinhou.
Segundo o responsável, o lagostim apanhado nas barragens do Baixo Alentejo é vendido para empresas de Espanha, que têm fábricas para a sua transformação, e, posteriormente, exportado para países como a Suécia e os Estados Unidos.
“Dependem desta atividade 400 ou 500 pessoas só na parte do Baixo Alentejo”, vincou o presidente da Importante Oásis, advertindo que muitas famílias já “estão a passar dificuldades sérias”, por “uma coisa que não faz sentido nenhum”.
João Cortez indicou que a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), responsável por várias barragens, está ao lado dos pescadores e até “já fez um pedido ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para uma autorização especial”.
A empresa do Alqueva já está a “ter problemas de perfurações de paredões e entupimentos nas barragens”, mas “ninguém responde, nem à EDIA respondem”, referiu.
Também em declarações aos jornalistas, André Grácio, representante da associação, indicou que os pescadores deram “um grito de revolta”, justificando o protesto por não haver respostas de instituições como o ICNF.
“Não queremos mais nada do que poder apanhar uma espécie exótica, que é uma praga e que provoca prejuízos e, ao mesmo tempo, trazer riqueza a pessoas que já estão tão pobres”, exigiu, assinalando que o efeito negativo do lagostim “é do conhecimento de biólogos e da comunidade científica”.
Caso não hajam respostas às reivindicações dos pescadores, o presidente da associação Importante Oásis revelou que um novo protesto já está marcado para o dia 15 de agosto na Autoestrada do Sul (A2).
Alguns veículos do protesto tinham faixas em que se podia ler “Quero trabalhar”, “Matam-nos à fome”, “Pesco para viver” e “ICNF = vergonha”.
A associação Importante Oásis, com sede em Moura, no distrito de Beja, foi fundada, em 2017, para legalizar a atividade e a exportação, passando a licenciar os pescadores e a fiscalizar a venda, faturação e emissão de certificados veterinários.
O lagostim-vermelho-do-Louisiana terá entrado em Portugal em 1979, estando espalhado por, pelo menos, 11 bacias hidrográficas do país: Douro, Leça, Vouga, Mondego, Lis, ribeiras do Oeste, Tejo, Sado, Mira, ribeiras do Algarve e Guadiana.
Trata-se de um predador voraz de anfíbios, insetos e plantas, sendo bastante temido pelos orizicultores, que veem as galerias escavadas pelos lagostins secar os campos de arroz.

DESTAQUE
VIANA DO VASTELO: HOSPITAL CONTRATA MÉDICOS “TEMPORÁRIOS” – FNAM
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.
AFNAM classifica de “biscate” o recrutamento de médicos através de um “concurso por intermédio de uma empresa de trabalho temporário para suprir as falhas que não quer resolver por via da contratação de mais médicos sem termo”.
“Depois da tentativa de escalar médicos que já tinham manifestado indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais legalmente previstas, o conselho de administração da ULSAM tornou pública a contratação de médicos avulso, para dois turnos noturnos, das 20:00 às 08:00, por um período máximo de 728 horas, pagos a 35,5 euros, por hora”, lê-se num comunicado hoje emitido pela FNAM.
Para a FNAM, “o valor oferecido para pagar as consequências da falta de médicos é um insulto a quem tem alegado falta de verbas para concretizar um programa de emergência para fixar médicos e salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), atribuindo “a responsabilidade deste absurdo, exclusivamente, ao Ministério da Saúde e ao Governo”.
“Este valor é muito superior ao que ganham os médicos nos primeiros anos da especialidade, cujo valor por hora é de 16,52 euros, ou dos internos, cujo valor, por hora, varia entre 9,54 euros e 11,73 euros ou, mesmo de um médico no topo da carreira, em 42 horas com dedicação exclusiva, cujo valor, por hora, pode chegar até 32,45 euros, o mais alto da tabela salarial em vigor e, ainda assim, mais baixo do que o conselho de administração da ULSAM está a oferecer para resolver o problema da falta de médicos”, sustenta a FNAM.
A agência Lusa contactou o conselho de administração da ULSAM, mas ainda não obteve resposta.
Para a FNAM, “este é um episódio revelador do modelo de trabalho que o Governo e as administrações hospitalares querem generalizar no SNS”.
“O anúncio com a oferta de biscate na ULSAM, que denunciamos, concretiza aquilo que a FNAM tem vindo a denunciar: o Ministério da Saúde e o Governo, ao recusarem as propostas dos médicos para defender a carreira médica e o futuro do SNS, são os responsáveis pelo desenvolvimento de um modelo de trabalho precário, com contratações a termo, ferido de direitos e incapaz de construir as equipas que o SNS precisa para estar à altura das necessidades dos utentes”, acrescenta o comunicado.
Para a FNAM, trata-se de “um modelo de trabalho que mais não é do que um decalque do modelo empresarial das companhias de ‘low cost'”.
“Não é útil para a salvaguarda do SNS, nem tão pouco é capaz de ser económico, uma vez que o recurso a empresas de trabalho temporário para suprir tarefas regulares e fixas dos diferentes serviços de saúde do SNS implica gastar até cerca de três vezes mais por hora”, sustenta.
A FNAM adianta que “o Ministério da Saúde, o Governo e os conselhos de administração pretendem reduzir custos fixos com trabalhadores, mesmo que isso signifique gastar mais dinheiro, investindo numa contratação avulsa, desprovida de direitos e de projeto”.
“É uma escolha política, e os principais lesados são os utentes. Recusamos e combateremos um modelo de trabalho precário, onde são aplicadas métricas já obsoletas no universo de produção fabril, quanto mais aplicadas à prática clínica, e que, para cúmulo do absurdo, acabam por sair mais caras aos utentes, que ficam simultaneamente com menos SNS e com uma gestão danosa dos recursos públicos”, frisa.
A FNAM garante que não vai “ceder à pressão” e nem vai “recuar”: “Dizemos ‘somos todos Viana do Castelo’ e ‘somos todos SNS’, sendo que tudo faremos para evitar a transformação do SNS numa plataforma precária de serviços de saúde”.
A FNAM assegura que vai continuar a “mobilizar os médicos para que se recusem a exceder o limite legal das 150 horas de trabalho suplementar, exercendo a profissão e assistindo os utentes sem estarem condicionados pela exaustão”.
DESTAQUE
AMÉRICO AGUIAR NOMEADO BISPO DE SETÚBAL
O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).

O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).
“O Papa Francisco nomeou hoje D. Américo Manuel Alves Aguiar como Bispo de Setúbal”, lê-se num comunicado da CEP.
Américo Aguiar, de 49 anos, tomará posse da sua nova diocese no dia 26 de outubro, data em que se completam 48 anos sobre a ordenação episcopal do primeiro bispo de Setúbal, Manuel Martins.
A diocese de Setúbal estava sem bispo titular desde o início de 2022, quando o atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, foi nomeado bispo de Leiria-Fátima.
Américo Aguiar, que no próximo dia 30 de setembro será criado cardeal no consistório a realizar no Vaticano, é o quarto bispo de Setúbal, depois de Manuel Martins, Gilberto dos Reis Canavarro e José Ornelas.
Nascido em Leça do Balio, Matosinhos, em 12 de dezembro de 1973, Américo Aguiar foi ordenado padre em 2001 e bispo em 2019.
É presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, tendo sido o principal rosto da organização do encontro mundial de jovens com o Papa, que se realizou em Lisboa entre 01 e 06 de agosto deste ano.
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