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FIGUEIRA DA FOZ: PRODUÇÃO ARTESANAL DE SAL INSCRITA COMO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL
A produção artesanal de sal na Figueira da Foz, que remonta ao século XII e cuja recolha é inteiramente feita à mão, segundo técnicas ancestrais, foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, anunciou hoje a tutela.

A produção artesanal de sal na Figueira da Foz, que remonta ao século XII e cuja recolha é inteiramente feita à mão, segundo técnicas ancestrais, foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, anunciou hoje a tutela.
Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) destacou a inscrição dos “Conhecimentos tradicionais da produção artesanal do sal marinho da Figueira da Foz” naquele inventário nacional, lembrando que a atividade no município litoral do distrito de Coimbra perdura até hoje, “tendo conhecido diferentes ciclos ao longo da história”.
“A recolha é inteiramente feita à mão, segundo técnicas ancestrais que têm sido transmitidas entre gerações”, assinalou a DGPC.
O comunicado observa que, atualmente, “existem 37 detentores deste saber no ativo, “homens e mulheres quase todos residentes nas freguesias de Lavos e Vila Verde, locais com fortes raízes na produção de sal marinho tradicional, sendo que a maioria dos marnoteiros é proprietária da respetiva marinha”.
“Embora com princípios comuns nas diversas regiões produtoras de Portugal (Aveiro, Figueira da Foz, Tejo, Sado e Algarve), a produção artesanal de sal marinho assume características marcadamente regionais, quer no traçado das marinhas (salinas), quer nas técnicas e práticas dos marnotos, diferenciadas em função das condições ambientais”, argumentou a DGPC.
Acrescentou que as salinas da Figueira da Foz situam-se no estuário do Mondego (com mais expressão na margem sul do rio e na Ilha da Morraceira), “o que lhes confere uma morfologia específica, determinando o traçado das marinhas, que se divide em três partes distintas – os reservatórios de água, os evaporadores e os cristalizadores”.
“As práticas e técnicas inerentes à produção do sal neste contexto geográfico estão intimamente ligadas não apenas ao conjunto das marinhas ainda em atividade (mais de três dezenas), mas também aos armazéns de sal da Figueira da Foz, um tipo de construção muito característico e exclusivo deste salgado, de que existem ainda algumas dezenas de exemplos que mantêm as suas características originais”, sustenta o documento.
Depois de no início do milénio a situação das salinas ter suscitado preocupação quanto ao futuro, “tendo estado em risco a sobrevivência da atividade e a continuidade das suas marcas na paisagem — bem como das suas funções naturais, enquanto ecossistema”, diversas iniciativas no quadro de programas europeus permitiram ao município da Figueira da Foz “desenvolver ações de salvaguarda e dinamização da atividade salineira”.
Há mais de 20 anos, no primeiro mandato de Santana Lopes, a Câmara Municipal – que agora propôs o pedido de registo – adquiriu a salina do Corredor da Cobra, integrada, desde 2007, no então criado Núcleo Museológico do Sal.
Ouvido pela Lusa, o presidente da Câmara da Figueira da Foz disse ser “um motivo de grande satisfação” a inscrição do salgado local no património cultural imaterial, e também “uma expressão de arte”.
“Ao mesmo tempo é uma atividade económica, mas é uma riqueza cultural, uma expressão artística”, disse Pedro Santana Lopes.
A inscrição, observou, coincide com a sua vontade em “dar um impulso novo à valorização” do espaço da Ilha da Morraceira, notando a importância das salinas “para a identidade da Figueira”.
“O sal, como o sol, fazem parte da identidade da Figueira. Por isso é um dia de satisfação, que se junta ao recente dia em que [o mosteiro de] Seiça foi elevado a monumento nacional. Portanto, são boas notícias”, enfatizou Santana Lopes.
Entre outras iniciativas de valorização do salgado, a DGPC destacou, também, o recém-aprovado projeto “Quinta Ciência Viva do Sal – cooperação, salvaguarda e inovação’, apoiado pelo programa europeu EEA Grants.
“Para a mudança operada foi também decisivo o interesse de jovens produtores, alguns deles herdeiros de salinas familiares. A nova geração soube adaptar e recontextualizar o saber-fazer tradicional às circunstâncias oferecidas pelo atual contexto económico, em linha com o potencial gastronómico e turístico que a atividade oferece”, sublinha a nota.
Adianta que com a inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial a DGPC “reconhece como relevantes as medidas de salvaguarda propostas para a valorização e a viabilidade futura desta manifestação, valorizando também a sua articulação com as exigências de desenvolvimento sustentável na vertente social, económica e ambiental”.

DESTAQUE
VIANA DO VASTELO: HOSPITAL CONTRATA MÉDICOS “TEMPORÁRIOS” – FNAM
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.
AFNAM classifica de “biscate” o recrutamento de médicos através de um “concurso por intermédio de uma empresa de trabalho temporário para suprir as falhas que não quer resolver por via da contratação de mais médicos sem termo”.
“Depois da tentativa de escalar médicos que já tinham manifestado indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais legalmente previstas, o conselho de administração da ULSAM tornou pública a contratação de médicos avulso, para dois turnos noturnos, das 20:00 às 08:00, por um período máximo de 728 horas, pagos a 35,5 euros, por hora”, lê-se num comunicado hoje emitido pela FNAM.
Para a FNAM, “o valor oferecido para pagar as consequências da falta de médicos é um insulto a quem tem alegado falta de verbas para concretizar um programa de emergência para fixar médicos e salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), atribuindo “a responsabilidade deste absurdo, exclusivamente, ao Ministério da Saúde e ao Governo”.
“Este valor é muito superior ao que ganham os médicos nos primeiros anos da especialidade, cujo valor por hora é de 16,52 euros, ou dos internos, cujo valor, por hora, varia entre 9,54 euros e 11,73 euros ou, mesmo de um médico no topo da carreira, em 42 horas com dedicação exclusiva, cujo valor, por hora, pode chegar até 32,45 euros, o mais alto da tabela salarial em vigor e, ainda assim, mais baixo do que o conselho de administração da ULSAM está a oferecer para resolver o problema da falta de médicos”, sustenta a FNAM.
A agência Lusa contactou o conselho de administração da ULSAM, mas ainda não obteve resposta.
Para a FNAM, “este é um episódio revelador do modelo de trabalho que o Governo e as administrações hospitalares querem generalizar no SNS”.
“O anúncio com a oferta de biscate na ULSAM, que denunciamos, concretiza aquilo que a FNAM tem vindo a denunciar: o Ministério da Saúde e o Governo, ao recusarem as propostas dos médicos para defender a carreira médica e o futuro do SNS, são os responsáveis pelo desenvolvimento de um modelo de trabalho precário, com contratações a termo, ferido de direitos e incapaz de construir as equipas que o SNS precisa para estar à altura das necessidades dos utentes”, acrescenta o comunicado.
Para a FNAM, trata-se de “um modelo de trabalho que mais não é do que um decalque do modelo empresarial das companhias de ‘low cost'”.
“Não é útil para a salvaguarda do SNS, nem tão pouco é capaz de ser económico, uma vez que o recurso a empresas de trabalho temporário para suprir tarefas regulares e fixas dos diferentes serviços de saúde do SNS implica gastar até cerca de três vezes mais por hora”, sustenta.
A FNAM adianta que “o Ministério da Saúde, o Governo e os conselhos de administração pretendem reduzir custos fixos com trabalhadores, mesmo que isso signifique gastar mais dinheiro, investindo numa contratação avulsa, desprovida de direitos e de projeto”.
“É uma escolha política, e os principais lesados são os utentes. Recusamos e combateremos um modelo de trabalho precário, onde são aplicadas métricas já obsoletas no universo de produção fabril, quanto mais aplicadas à prática clínica, e que, para cúmulo do absurdo, acabam por sair mais caras aos utentes, que ficam simultaneamente com menos SNS e com uma gestão danosa dos recursos públicos”, frisa.
A FNAM garante que não vai “ceder à pressão” e nem vai “recuar”: “Dizemos ‘somos todos Viana do Castelo’ e ‘somos todos SNS’, sendo que tudo faremos para evitar a transformação do SNS numa plataforma precária de serviços de saúde”.
A FNAM assegura que vai continuar a “mobilizar os médicos para que se recusem a exceder o limite legal das 150 horas de trabalho suplementar, exercendo a profissão e assistindo os utentes sem estarem condicionados pela exaustão”.
DESTAQUE
AMÉRICO AGUIAR NOMEADO BISPO DE SETÚBAL
O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).

O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).
“O Papa Francisco nomeou hoje D. Américo Manuel Alves Aguiar como Bispo de Setúbal”, lê-se num comunicado da CEP.
Américo Aguiar, de 49 anos, tomará posse da sua nova diocese no dia 26 de outubro, data em que se completam 48 anos sobre a ordenação episcopal do primeiro bispo de Setúbal, Manuel Martins.
A diocese de Setúbal estava sem bispo titular desde o início de 2022, quando o atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, foi nomeado bispo de Leiria-Fátima.
Américo Aguiar, que no próximo dia 30 de setembro será criado cardeal no consistório a realizar no Vaticano, é o quarto bispo de Setúbal, depois de Manuel Martins, Gilberto dos Reis Canavarro e José Ornelas.
Nascido em Leça do Balio, Matosinhos, em 12 de dezembro de 1973, Américo Aguiar foi ordenado padre em 2001 e bispo em 2019.
É presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, tendo sido o principal rosto da organização do encontro mundial de jovens com o Papa, que se realizou em Lisboa entre 01 e 06 de agosto deste ano.
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