CIÊNCIA & TECNOLOGIA
FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E TECNOLOGIA COM MENOS 32 MILHÕES DE EUROS FACE A 2021
As dotações iniciais previstas para a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na proposta do Orçamento do Estado de 2022 (OE2022) caem 32 milhões de euros face às de 2021, totalizando 636,128 milhões de euros.
As dotações iniciais previstas para a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na proposta do Orçamento do Estado de 2022 (OE2022) caem 32 milhões de euros face às de 2021, totalizando 636,128 milhões de euros.
O orçamento inicial da FCT – principal entidade, na dependência do Governo, que financia a investigação científica em Portugal – consta na nota explicativa da proposta do OE2022 para o setor da ciência, tecnologia e ensino superior, publicada hoje no portal do parlamento.
O documento serve de suporte à apreciação na especialidade da proposta do OE2022, que no caso da ciência e do ensino superior está agendada para quarta-feira com a audição da ministra da tutela, Elvira Fortunato.
A proposta do OE2022 foi aprovada na generalidade na sexta-feira. A votação final global, depois das apreciações na especialidade, será em 27 de maio.
Para 2022, as dotações orçamentais iniciais da FCT totalizam 636,128 milhões de euros, dos quais 620,905 milhões são destinados a investimento.
Em 2021, o orçamento previsto para a FCT ascendia a 668,293 milhões de euros, incluindo 653,133 milhões para investimento.
O investimento da FCT para 2022 reparte-se no apoio a projetos de investigação (24%), bolsas de doutoramento (21%), contratação de investigadores (21%), instituições científicas (20%), cooperação internacional (8%) e computação científica e acesso aberto (4%).
Comparativamente a 2021, em 2022 aumenta o investimento inicial para bolsas de doutoramento (+11,9 milhões de euros), cooperação científica (+5,1 milhões de euros), computação científica (+2,5 milhões de euros) e projetos (+1,62 milhões de euros), mas diminui o cabimentado para instituições científicas (-31,6 milhões de euros) e contratação de investigadores (-21,8 milhões de euros).
De acordo com a mesma nota explicativa, a execução financeira da FCT (dinheiro realmente gasto face às dotações orçamentais iniciais) atingiu 569 milhões de euros, o equivalente a mais cerca de 7% da despesa feita em 2020.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.
“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.
Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.
Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.
“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.
“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.
Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.
Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.
Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.
“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.
O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.
Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).
Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.
Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).
Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).
Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.
Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.
Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.
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