ECONOMIA & FINANÇAS
IMPRENSA: TRABALHADORES VIVEM NA INCERTEZA
Comissão de Trabalhadores da Impresa nota “incerteza total” quanto ao futuro. A “crise” instalou-.se com o anúncio do encerramento ou venda das revistas do grupo.
A Comissão de Trabalhadores da Impresa Publishing concluiu haver uma “incerteza total” quanto ao futuro dos títulos do grupo, como a revista Visão, e dos trabalhadores, depois de uma reunião com a administração da empresa.
Após o comunicado do presidente da Comissão Executiva (CEO) da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, sobre o “processo formal de avaliação do portefólio e respetivos títulos, que poderá implicar a alienação de ativos”, os representantes dos trabalhadores solicitaram uma reunião de urgência.
Devido à ausência do CEO, a comissão reuniu esta tarde com o director de recursos humanos, Eduardo Gomes, e divulgou “duas conclusões principais” desse encontro: “incerteza total quanto ao futuro de todos os títulos da Impresa Publishing (Activa, Blitz, Caras, Caras Decoração, Courrier Internacional, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Telenovelas, TV Mais, Visão, Visão História, Visão Júnior), à excepção do Expresso”.
“Fechar tudo, vender tudo, fechar parte, vender parte, ficar com alguns – todos os cenários estão em avaliação e a única garantia é que a Impresa Publishing não pode continuar nestes moldes”, referiu o director de recursos humanos, citado num comunicado da Comissão de Trabalhadores, ao qual a agência Lusa teve acesso.
Perante este cenário, foi acrescentada a “incerteza total quanto ao futuro dos trabalhadores não só directamente ligados aos títulos acima referidos, como a outros departamentos da Impresa Publishing (Fotografia, Produção, Marketing, Publicidade, Gesco, Multiplataforma, Distribuição, etc.) e também trabalhadores da Impresa Serviços”.
A Comissão de Trabalhadores lamentou ainda a forma como a reestruturação do grupo foi divulgada “causando alarme entre os trabalhadores sem que a Comissão Executiva tenha respostas para lhes dar”.
“Mas lamenta sobretudo que seja posta em causa a sobrevivência de títulos válidos e importantes no panorama da comunicação social nacional, podendo levar mais de uma centena de trabalhadores para o desemprego”, referiu a comissão, que solicitou dados laborais e financeiros para “conhecer melhor a situação”.
Após reuniões de elementos das direcções com trabalhadores de vários títulos, o presidente executivo do grupo de comunicação social, Francisco Pedro Balsemão, enviou uma mensagem indicando que, tendo em conta o Plano Estratégico para o triénio 2017-2019, a “Impresa procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade”.
Segundo o responsável, as alterações vão implicar uma “redução da sua exposição ao setor das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital”.
“Nesse sentido, [a Impresa] iniciou um processo formal de avaliação do seu portfolio e respectivos títulos, que poderá implicar a alienação de activos. A prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial”, concluiu Francisco Pedro Balsemão na mesma nota.
ECONOMIA & FINANÇAS
BENEFICIÁRIOS DE PRESTAÇÕES DE DESEMPREGO SOBEM 9% EM MARÇO
O número de beneficiários de prestações de desemprego em março aumentou 9,1% em termos homólogos, mas caiu 1,1% face a fevereiro, totalizando 195.359, segundo as estatísticas mensais publicadas pela Segurança Social.
O número de beneficiários de prestações de desemprego em março aumentou 9,1% em termos homólogos, mas caiu 1,1% face a fevereiro, totalizando 195.359, segundo as estatísticas mensais publicadas pela Segurança Social.
Em relação ao mês anterior, registou-se em março uma redução de 2.237 beneficiários, mas, face ao mesmo mês do ano anterior, verificou-se uma subida em 16.252 beneficiários, de acordo com a síntese do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
As prestações de desemprego são maioritariamente requeridas por mulheres, correspondendo a 110.657 beneficiárias (56,6% do total).
Tendo em conta apenas o subsídio de desemprego, o número de beneficiários totalizou 153.208, uma redução de 1% em cadeia, mas um aumento de 12,4% em comparação com o mês homólogo.
O valor médio mensal do subsídio de desemprego em março foi de 641 euros, correspondendo a uma subida homóloga de 4,2%.
No caso do subsídio social de desemprego inicial, esta prestação foi processada a 11.294 beneficiários, menos 6,1% do que em fevereiro e mais 13,5% face a março de 2023.
Já o subsídio social de desemprego subsequente abrangeu 22.197 beneficiários, uma diminuição de 0,8% em termos mensais e de 10,7% na comparação homóloga.
De acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), publicados na sexta-feira, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 1,9% em março face a fevereiro, mas subiu 6% em termos homólogos, totalizando 324.616.
ECONOMIA & FINANÇAS
PROIBIÇÃO DE CARROS NOVOS A GASÓLEO E GASOLINA AMEAÇA SOBERANIA DA UE
O Tribunal de Contas Europeu alertou que a proibição da venda de automóveis novos a gasolina e a gasóleo a partir de 2035 pode por em causa a liderança europeia, por falta de competitividade sobretudo no fabrico de baterias.
O Tribunal de Contas Europeu alertou que a proibição da venda de automóveis novos a gasolina e a gasóleo a partir de 2035 pode por em causa a liderança europeia, por falta de competitividade sobretudo no fabrico de baterias.
Num relatório divulgado esta segunda-feira, o Tribunal de Contas Europeu (TCE) destaca um possível choque entre o Pacto Ecológico Europeu e “a soberania industrial” da União Europeia (UE) com a aposta em veículos elétricos.
O TCE constatou que, apesar do grande apoio público, as baterias fabricadas na UE “continuam a custar muito mais do que o previsto”, o que afeta a competitividade dos automóveis elétricos europeus em relação a outros produtores mundiais, podendo também “levar a que os carros elétricos europeus não estejam ao alcance de uma grande parte da população”.
Menos de 10% do fabrico mundial de baterias está sediado na Europa, destaca o texto, sendo a grande maioria produzida na China.
O setor das baterias da UE depende das importações de recursos de países de fora, com os quais o bloco não tem os devidos acordos comerciais: 87% do lítio em bruto provém da Austrália, 80% do manganês da África do Sul e do Gabão, 68% do cobalto da República Democrática do Congo e e 40% da grafite da China, refere a instituição.
O TCE alerta ainda que as infraestruturas de carregamento de veículos ainda levantam muitos obstáculos, quer pela escassez de oferta, quer pela falta de um meio harmonizado de pagamento.
Perante a dificuldade encontrada em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) no setor rodoviário e o fraco desenvolvimento dos biocombustíveis, a UE aposta nos veículos elétricos como a melhor alternativa possível.
Reduzir ou eliminar as emissões de CO2 dos carros de passageiros é um elemento essencial da estratégia europeia para o clima, cujo objetivo é chegar às zero emissões líquidas de GEE até 2050, ano em que a UE deverá atingir a neutralidade carbónica.
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