INTERNACIONAL
LIMITES MAIS RIGOROSOS À POLUIÇÃO INDUSTRIAL EVITAVAM 37.000 MORTES
Limites de poluição mais rigorosos na indústria e na energia europeias evitariam cerca de 37.000 mortes e poupariam 103 mil milhões de euros aos contribuintes em cada ano, indica um estudo hoje divulgado.

Limites de poluição mais rigorosos na indústria e na energia europeias evitariam cerca de 37.000 mortes e poupariam 103 mil milhões de euros aos contribuintes em cada ano, indica um estudo hoje divulgado.
A análise, denominada “Upgrading Europe’s Air”, é da responsabilidade do “Centre for Research on Energy and Clean Air” (Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo, CREA, uma organização independente registada na Finlândia) e foi divulgada pelo Gabinete Europeu do Ambiente (EEB, na sigla original), uma rede de mais de 180 organizações ligadas ao ambiente.
No novo estudo os responsáveis dizem agora que com limites de emissões poluentes mais rigorosos no setor energético e industrial evitavam-se 120.000 internamentos hospitalares devido a complicações cardíacas, mais de sete milhões de perdas de dias de trabalho e mais 10.000 mortes, comparando com a análise anterior sobre a mesma matéria.
Além de se pouparem milhões de euros em cada ano, aplicar medidas restritivas em relação à pecuária intensiva (emissões de metano por exemplo) evitariam milhares de mortes em cada ano, indica o estudo, que analisa o impacto da redução dos limites de emissões na União Europeia e no Reino Unido.
Levar as emissões geradas na Alemanha ao nível mais baixo possível tem o potencial de salvar cerca de 12.500 europeus e evitar despesas públicas até 34 mil milhões de euros. A França e a Polónia podem evitar cada uma 4.000 baixas humanas e poupar 11 mil milhões de euros dos contribuintes. Dada a natureza sem fronteiras da poluição atmosférica os benefícios afetam todo o continente, salientam os autores.
O EEB lembra em comunicado que a diretiva sobre emissões industriais está a ser revista pelo que os decisores políticos europeus “têm uma oportunidade única” para a melhorar, visto que a lei tem sido “corroída por padrões fracos e lacunas”, que têm levado a menores reduções de emissões.
A Diretiva Emissões Industriais é a principal legislação europeia para prevenir e reduzir a poluição das grandes instalações industriais, incluindo as explorações pecuárias. Em abril do ano passado a Comissão apresentou propostas para atualizar a lei, à luz do Pacto Ecológico Europeu. Em março os países chegaram a um acordo a nível do Conselho Europeu para uma “orientação geral”.
No comunicado o EEB nota que limites de emissões mais rigorosos para a indústria europeia são possíveis com as técnicas atualmente disponíveis, pelo que não há razão para atrasar a sua implementação.
E acrescenta que após a “dececionante posição do Conselho Europeu” o Parlamento Europeu deve tomar uma posição a 25 de maio, na Comissão do Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar.
A organização ambientalista avisa que não ajustar a indústria aos limites mais baixos de poluição empurrará a ambição da União Europeia de zero poluição para décadas no futuro, “sacrificando ao mesmo tempo o ambiente, a saúde das pessoas e a poupança de dinheiro público”.
Christian Schaible, chefe da área de Zero Poluição na Indústria na EEB, afirmou, citado no comunicado, que “é imperativo mudar a cultura que recompensa os poluidores”.
“Os argumentos a favor de enormes benefícios públicos da poluição atmosférica evitada graças a limites estritos são absolutamente claros, não podemos dar-nos ao luxo de perder mais tempo para os poluidores escaparem às suas responsabilidades”, disse.

DESTAQUE
TAXA DE VACINAÇÃO PODERÁ EVITAR NO FUTURO ATÉ 30% DE HOSPITALIZAÇÕES
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou hoje que uma elevada taxa de adesão à vacina da covid-19 das pessoas com mais de 60 anos pode prevenir entre 21% e 32% de hospitalizações.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou hoje que uma elevada taxa de adesão à vacina da covid-19 das pessoas com mais de 60 anos pode prevenir entre 21% e 32% de hospitalizações.
Numa conferência de imprensa conjunta com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), a diretora do ECDC, Andrea Ammon, disse que os modelos do centro europeu mostram que “uma campanha de vacinação contra a covid-19 no outono, com uma elevada taxa de adesão à vacina e dirigida a indivíduos com 60 anos ou mais, poderia evitar cerca de 21% a 32% de todas as hospitalizações relacionadas com a doença até fevereiro de 2024”, nos países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu (UE/EEE).
“Em breve teremos a chegada do outono e do inverno, durante os quais prevemos um ressurgimento da gripe e do vírus sincicial respiratório (RSV)”, disse, salientando ainda que tem havido aumentos da transmissão da covid-19 na UE/EEE, antecipando “que irão circular conjuntamente nos próximos meses”.
Questionada sobre as calendarizações das campanhas de vacinação, Andrea Ammon salientou que estas dependem da situação epidemiológica de cada país, ressalvando que as vacinas adaptadas às novas estirpes da covid-19, da gripe e do RSV já estão no mercado e devem ser administradas “o mais cedo possível”.
“A melhor altura é agora, o período de vacinação está a começar, mas as campanhas nos Estados-membros dependem da circulação dos vírus, da situação epidemiológica”, referiu.
A responsável do ECDC adiantou também que o centro tem “recebido os dados da vigilância dos vírus”, mas apelou ao aumento da realização de testes, nomeadamente em ambiente hospitalar.
No que respeita especificamente ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, a EMA recomendou a autorização de duas vacinas adaptadas às estirpes mais recentes, dos laboratórios Pfizer (Cominarty) e Moderna (Spikevax) e de novos medicamentos.
DESTAQUE
CIBERSEGURANÇA: IDENTIFICADOS 961 ATAQUES ‘PRÓ-RUSSOS’ CONTRA PAÍSES NATO
O VisionWare Threat Intelligence Centre (VTIC) detetou 961 ataques cibernéticos cometidos por piratas informáticos pró-russos a países e organizações ocidentais entre outubro de 2022 e março de 2023, indica hoje um relatório oficial enviado à agência Lusa.

O VisionWare Threat Intelligence Centre (VTIC) detetou 961 ataques cibernéticos cometidos por piratas informáticos pró-russos a países e organizações ocidentais entre outubro de 2022 e março de 2023, indica hoje um relatório oficial enviado à agência Lusa.
Intitulado ‘A Ação dos Grupos Cibernéticos Pró-Rússia Contra os Estados-Membros da NATO’, o relatório é elaborado pela VTIC, um centro de operações e análise de ameaças cibernéticas que alerta as instituições públicas e privadas, a nível global, sobre os perigos da cibercriminalidade e da desinformação.
O centro produz relatórios geopolíticos relacionados com as ameaças em estudo, monitoriza atores de risco, notifica em tempo real, sempre que dados das instituições ficarem comprometidos, elabora relatórios de análise e estudo perante as principais ameaças e atores, divididos por tempo e setor de risco.
A análise do relatório incide na atividade cibercriminosa levada a cabo pelos grupos ‘KillNet’ e ‘NoName057(16)’, tendo sido verificada pela VisionWare, uma empresa 100% portuguesa, fundada em 2005, especializada em segurança de informação, cibersegurança, tecnologias de informação e investigação forense, ‘compliance’, privacidade, formação e ‘intelligence’.
Em declarações à Lusa, Bruno Castro, fundador e CEO da VisionWare, admitiu não haver confirmações de que o ‘hacktivismo” pró-russo seja patrocinado pelo Estado, pelo que uma eventual participação do Kremlin “é pouco clara”.
“Não há material que permita concluir que os grupos têm filiação ao Kremlin (ou ao GRU e FSB). No entanto, há uma estratégia ofensiva muito bem coordenada, de acordo com os interesses do governo russo”, frisou.
Segundo o relatório, foram analisadas, no total, 8.347 mensagens na rede social Telegram: 6.805 referentes aos ‘Killnet’ e 1.542 referentes aos ‘NoName057(16)’.
Durante o período analisado, o setor mais atacado pelos grupos em questão foram os ligados aos “Organismos Estatais, Banca e Defesa”, com um total de 371 ataques. Janeiro de 2023 foi o mês com maior frequência de ataques, 333, o equivalente a aproximadamente 35% do total.
Portugal foi vítima de dois ataques providenciados pelos ‘KillNet’, que atingiram os portais da Direção Geral de Saúde (DGS) e da Faculdade de Farmácia.
Nos dois trimestres analisados, 41% dos ataques ‘Killnet’ foram nos Estados Unidos. Entre os países que mais foram alvo de ataques por parte dos ‘NoName057(16)’, destacam-se a Estónia, a Letónia e a Lituânia — que sofreram 33,9% dos ataques efetuados por este grupo — e a Polónia.
No período de tempo analisado, entre os dois grupos de ‘hacktivistas’, a Polónia, em particular, sofreu um total de 123 ataques e a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) foram alvo de 17.
Questionado sobre o que se avizinha para os grupos de “hacktivismo” pró-russos, Bruno Castro disse prever que continuarão a reagir aos assuntos da atualidade, observando as relações da Rússia com países terceiros.
“Este estudo, baseado na análise pormenorizada dos fenómenos diários que monitorizamos destes grupos, sugere que os alvos irão para além da Ucrânia. Por exemplo, os ‘KillNet’ reivindicaram a responsabilidade por ataques DDoS em grande escala contra os principais aeroportos dos Estados Unidos em outubro de 2022. Estes ataques não afetaram os voos, mas perturbaram ou atrasaram os serviços aeroportuários”, sustentou,
“Todos estes ataques DDoS dão prejuízos reputacionais e/ou financeiros, muitos deles, mais elevados do que calculamos. O relatório que apresentamos elucida para o desenvolvimento das capacidades, recursos e poder disruptivo destes grupos para atacar Estados e contribuir para a destabilização de sociedades”, alertou Bruno Castro.
Sob o mote ‘Challenging an Unsafe World’, a VisionWare, credenciada pela NATO, visa contribuir para o sucesso dos seus clientes, em estreita relação de parceria, “num mundo que é marcado pelas constantes inovações tecnológicas”, refere a VisionWare.
Os resultados do relatório, segundo a VisionWare, “ganham particular importância com o mais recente lançamento da Estratégia Cibernética do Departamento de Defesa de 2023 dos Estados Unidos, que se baseia na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, sendo uma das prioridades globais da estratégia cibernética norte-americana.
Nesse sentido, refere a VisionWare, o crescente cenário de guerra cibernética entre atores estatais e não-estatais representa “um dos desafios mais complexos e urgentes enfrentados na era digital”.
“Nesta nova forma de conflito, os atores utilizam habilidades cibernéticas para alcançar os seus objetivos políticos, estratégicos e ideológicos.
Os ataques cibernéticos lançados por atores estatais surgem de países com recursos significativos que podem realizar operações cibernéticas altamente sofisticadas, atacando infraestruturas críticas, sistemas de defesa e redes governamentais.
“Estes grupos, como ‘hacktivistas’, recorrem frequentemente a ataques DDoS, ‘defacing’ de ‘websites’, divulgação de informação e sabotagem digital para promover causas políticas e sociais”, refere a empresa portuguesa, o mesmo sucedendo com os ataques cibernéticos não estatais.
No entanto, “a natureza descentralizada e muitas vezes anónima” dificulta a atribuição de responsabilidade pelas suas ações.
“A guerra cibernética não se limita a ataques entre países rivais, incluindo também ações de grupos ‘hacktivistas’, cibercriminosos e extremistas, que operam com diversas motivações e maioritariamente sem vínculos oficiais a governos”, termina a VisionWare.
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