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LISBOA: ARQUEÓLOGOS CRITICAM DGPC E OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO DA SÉ

Presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses considera que a intervenção de requalificação do claustro da Sé de Lisboa “é mais uma trapalhada da DGPC que colocou o carro à frente dos bois”.

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Presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses considera que a intervenção de requalificação do claustro da Sé de Lisboa “é mais uma trapalhada da DGPC que colocou o carro à frente dos bois”.

O presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses (AAP) criticou a atuação da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) na requalificação do claustro da Sé de Lisboa e alertou para o risco de destruição de património “raro”.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente da AAP, José Morais Arnaud, considerou que a DGPC, ao invés da sua missão de proteção do património, está a promover projetos arquitetónicos, criticando algumas soluções na Sé de Lisboa, como a “cripta arqueológica” que implica a destruição de vestígios únicos, para a construção de uma escada em elipse e a colocação de um elevador e outros equipamentos.

Em conferência de imprensa há um mês, o coordenador-geral do projeto de musealização dos claustros da Sé lisboeta, Adalberto Dias, justificou a colocação do elevador por imperativos legais, nomeadamente para garantir o acesso de pessoas com necessidades especiais, e a exigência de haver saídas de emergência, o que vai levar à abertura de uma porta na Rua das Cruzes.

“Qualquer intervenção que não englobe a proteção integral do património arqueológico encontrado no subsolo deste monumento nacional é uma destruição feita pelo próprio organismo que era suposto proteger esse património”, afirmou José Morais Arnaud.

Para Arnaud, nesta intervenção nos claustros da Sé de Lisboa “não há clareza” e “é mais uma trapalhada da DGPC que colocou o carro à frente dos bois, ao promover um projeto de arquitetura que entra em conflito com os vestígios arqueológicos que era suposto valorizar, e que são o elo mais fraco”.

“Os arqueólogos devem ser chamados no início do projeto, antes de este estar feito. Os vestígios arqueológicos são uma preexistência oculta e os arquitetos quando vão intervir num espaço urbano têm que ter em conta as preexistências com as quais não interferir”, referiu.

“Neste caso concreto, a DGPC não pode alegar desconhecimento de vestígios que foram resultado de várias décadas de escavações promovidas pela própria DGPC ou pelos organismos que a precederam”, acrescentou o arqueólogo, referindo que a direção-geral “foi atempadamente alertada”.

“O essencial é consolidar e valorizar no próprio local as ruínas autênticas encontradas, que são um elemento importantíssimo para a história da cidade de Lisboa, como se faz em todo o mundo civilizado há mais de 30 anos”, realçou.

José Morais Arnaud considera que “tudo é possível com uma boa equipa de arquitetos apoiada por arqueólogos e engenheiros, que sempre encontram soluções técnicas adequadas para assegurar a preservação e valorização dos vestígios arqueológicos, o que não é possível é recuperar ou deslocar esses vestígios, depois de destruídos”.

“Esta solução [apresentada pela DGPC a 29 de novembro] é intrusiva e destruidora de elementos arqueológicos raros e autênticos pelo próprio organismo que oficialmente tem maior obrigação de os proteger”, sustentou.

O início das obras, em janeiro, foi anunciado pela DGPC no passado 29 de novembro e poderá representar “um facto consumado” sem possibilidade de debate do projeto ou de uma reavaliação por parte do Conselho Nacional de Cultura (CNC), que tem caráter consultivo, e da própria ministra da Cultura, a quem compete a decisão final.

Para o presidente da AAP, esta “pressa da DGPC” parece esquecer o debate que a intervenção nos Claustros da Sé de Lisboa motivou, com a divulgação de um conjunto de pareceres, incluindo uma recomendação do parlamento.

Uma “pressa” que Arnaud supõe tenha a ver com o calendário eleitoral, lembrando que há eleições legislativas no dia 30 de janeiro. O responsável da AAP questionou ainda a legitimidade de iniciar obras polémicas num monumento nacional com a Assembleia da República dissolvida, e com o atual Governo a assegurar apenas a gestão dos assuntos correntes.

“A destruição proposta pela DGPC abrangerá estruturas islâmicas, que chegam a ter sete metros de altura, encontradas no subsolo do Claustro da Sé Patriarcal de Lisboa, cuja desmontagem ou ocultação impossibilitará uma leitura mínima do que resta da antiga mesquita”, alertou.

Na conferência de imprensa efetuada em novembro, o diretor-geral do Património Cultural, João Carlos Santos, apresentou a segunda alteração ao projeto que vai permitir “mostrar mais um terço do que estava previsto, dos vestígios arqueológicos”.

Na ocasião, João Carlos Santos disse que “o problema tornou-se uma solução” e que se tinha conciliado “o melhor de dois mundos”.

Segundo o responsável da DGPC, as alterações ao projeto inicial foram já apresentadas à Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico (SPAA) do CNC, que se reuniu em junho último, o que José Morais Arnaud disse à Lusa “desconhecer em absoluto”.

A segunda alteração ao projeto tem em conta as recomendações da SPAA do CNC, nomeadamente “a integração dos vestígios arqueológicos” identificados recentemente, e a “musealização das ruínas arqueológicas”, disse João Carlos Santos, no mês passado.

O projeto de recuperação e valorização da Sé de Lisboa, incluindo o seu núcleo arqueológico, deve estar concluído no terceiro trimestre do próximo ano, garantiu, na altura, o diretor-geral do Património Cultural.

As obras no claustro da Sé de Lisboa iniciaram-se na década de 1980, com as primeiras escavações, e uma das dificuldades do projeto foi a descoberta de sucessivas camadas arqueológicas que a análise estratigráfica não previra.

As obras são comparticipadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, com quem o Ministério da Cultura assinou um acordo de cooperação em 2009, e contam com apoio europeu através do programa “Portugal 2020” – uma questão que está a ser revista pela Comissão de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, devido aos prazos já ultrapassados.

O programa-base para a recuperação da Sé Catedral de Lisboa foi estabelecido em 2012, integrado na Rota das Catedrais, e previa a construção de uma “cripta arqueológica para o percurso de visita ao monumento e ao núcleo de escavações arqueológicas, e ainda a reposição do jardim central dos claustros e a requalificação das suas capelas.

As obras nos claustros da Sé estão suspensas desde fevereiro passado, estando prevista a retoma dos trabalhos no início de 2022.

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AÇORES: AUTARCA CONDENADO A PENA SUSPENSA E PERDA DE MANDATO (SÃO ROQUE)

O Tribunal de Ponta Delgada condenou nesta quarta-feira o presidente da Junta de São Roque a três anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa, e perda de mandato por peculato na forma continuada e participação económica em negócio.

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O Tribunal de Ponta Delgada condenou nesta quarta-feira o presidente da Junta de São Roque a três anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa, e perda de mandato por peculato na forma continuada e participação económica em negócio.

Pedro Moura, presidente daquela junta de freguesia do concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, fica com a pena suspensa sob obrigação de pagamento, no prazo de um ano, de um montante superior a 3.800 euros.

Para que a perda de mandato a que foi condenado tenha efeito, terão primeiro de ser esgotados os recursos legais e Pedro Moura revelou, após a leitura do acórdão, que vai recorrer da decisão conhecida nesta quarta-feira.

O tribunal considerou como provada a acusação do Ministério Público (MP) no âmbito da investigação, que remonta a 2015, altura em que Pedro Moura era já presidente da Junta de Freguesia de São Roque, eleito pelo PS, e deputado no parlamento açoriano.

Em causa neste processo está o alegado desvio de um montante superior a 137 mil euros das contas da Junta de Freguesia para o Clube Naval de São Roque, criado e gerido por Pedro Moura.

Segundo o MP, a Junta comprou três terrenos para a realização de obras urgentes na freguesia e os bens transitaram para o Clube Naval.

Destes terrenos, dois foram posteriormente restituídos à Junta, mas um terceiro foi vendido pelo Clube Naval por 250 mil euros para sanar parte do empréstimo.

Durante a leitura da sentença, o juiz referiu que Pedro Moura era quem geria “os destinos” da Junta de Freguesia e “os restantes elementos assinavam” e “cumpriam ordens” do autarca, enquanto “o Clube Naval era uma associação fantasma”.

“Nunca existiu nenhum protocolo com a Junta para a deliberação de aquisição destes imóveis”, disse o magistrado, na leitura do acórdão, acrescentando que Pedro Moura, enquanto titular de um cargo público, “se apropriou ilicitamente de dinheiros públicos”.

O tribunal deu como provado que Pedro Moura controlava “exclusivamente” a Junta e o Clube Naval, que “foi criado para adquirir os bens imóveis”.

Ficou ainda provado que “as faturas da água e da luz foram pagas pela Junta, mas estavam no nome do Clube Naval. Segundo o juiz, “não foi um erro, foi uma apropriação ilegítima de quantias pertencentes ao erário público”.

No entender do tribunal, Pedro Moura “agiu com dolo, atuou de forma livre, sabendo que o fazia” na qualidade de presidente de Junta de Freguesia, apropriando-se de dinheiros da Junta em benefício do Clube Naval”.

Na suspensão da pena, foi tido em conta o facto de Pedro Moura não ter antecedentes criminais, bem como a sua integração familiar e social.

Quanto ao montante superior a 137 mil euros, o juiz disse que “o Clube Naval doou à Junta os dois prédios”, pelo que esta “já foi ressarcida”.

Após a leitura da sentença, Pedro Moura disse aos jornalistas estar “insatisfeito” e que vai recorrer da decisão, reforçando que foi feita obra pública e que “no saldo das contas” a Junta saiu beneficiada.

“Nós vamos recorrer. Não estamos satisfeitos. Achamos que São Roque ficou beneficiado e era a única forma que tínhamos de fazer obra para a freguesia. Está lá: uma circular, um parque de estacionamento e uma zona balnear que é das mais concorridas da ilha”, sustentou.

Segundo o autarca, “o tribunal acaba por considerar que foram feitas obras” e “não pede a restituição do valor inicial que tinha pedido”.

“Não tirámos qualquer proveito”, sublinhou.

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MATOSINHOS: QUARTAS-FEIRAS SÃO DIAS DO “COMBOIO DE BICICLETAS”

As quartas-feiras passaram a ser dias “diferentes e fixes” para os alunos das escolas da Ermida e Padre Manuel de Castro, em Matosinhos, porque a chegada não se faz a pé ou de carro, mas num comboio de bicicletas.

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As quartas-feiras passaram a ser dias “diferentes e fixes” para os alunos das escolas da Ermida e Padre Manuel de Castro, em Matosinhos, porque a chegada não se faz a pé ou de carro, mas num comboio de bicicletas.

Eram perto das 09:00 quando, já próximo da Escola Básica da Ermida, em São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, no distrito do Porto, se avistou a chegada de um comboio, não de um comboio sobre carris e movido a eletricidade, mas um comboio de 27 crianças de bicicletas acompanhadas de maquinistas, igualmente de bicicletas, que têm como função não verificar se os passageiros têm bilhete, porque é gratuito, mas se chegam à escola em segurança.

O comboio de bicicletas, projeto que está a ser implementado em Matosinhos, tem, à semelhança dos comboios tradicionais hora de saída e chegada, assim como alguns atrasos, e paragens.

Para o apanhar não é preciso ser portador de qualquer bilhete, mas sim ser criança, frequentar as escolas do concelho, ter bicicleta e capacete e, às quartas-feiras, estar na paragem indicada para não perder o comboio e, assim, chegar quando soar o toque de entrada.

Os alunos chegaram a horas, em segurança, divertidos, muito contentes e sob o olhar curioso e atento dos colegas que, já no interior da escola e encostados aos gradeamentos, atiravam um “yeah” ou um simples olá.

“Andar de bicicleta é muito fixe, gosto muito”, confessou à Lusa Leonardo Cavalcante, de 6 anos, que, juntamente com o irmão, apanhou o comboio por volta das 08:05 no qual percorreu cerca de quatro quilómetros até chegar ao destino onde estava a avó com a mochila, porque vir com ela “era pesado”.

A mãe, Laura Cavalcante, que acha este comboio uma excelente iniciativa, afirmou que andar de bicicleta é algo que toda a gente deveria fazer, porque é um excelente meio de transporte, uma boa alternativa ao carro e ótimo para o ambiente.

Com três filhos, dois dos quais já utilizadores deste comboio, Laura Cavalcante, que anda de bicicleta desde os tempos de faculdade, quer que os filhos entendam que a bicicleta é um meio de transporte e tem muitas vantagens.

E que o diga Alice Ribeiro, de 9 anos, que disse que os “carros causam poluição”, por isso, sempre que puder, vai apanhar o comboio de bicicletas.

E acrescentou: “É muito fixe e não é muito perigoso, temos só de ter cuidado a andar”.

E, por falar em cuidados, o colega, João Teixeira, também com 9 anos, enumerou-os todos: usar capacete, parar nos semáforos, não passar à frente do maquinista e dar espaço a quem vai à frente.

E, se cumprirem estes requisitos, chegam em segurança e ajudam o ambiente, comentou.

“As portas das escolas são, provavelmente nas horas de ponta, os sítios mais poluídos das cidades, devido à grande concentração de carros”, afirmou João Araújo, impulsionador deste projeto em Matosinhos e pai de um dos alunos utilizadores do comboio.

Além de ser bom para o ambiente, esta iniciativa é benéfica para as crianças, porque lhes dá autonomia, autoestima, responsabilidade e divertimento, salientou, reforçando que “é seguro pedalar até à escola”.

O percurso demora cerca de 25 a 30 minutos, tem perto de 10 paragens, as crianças têm seguro e os maquinistas são pais ou apaixonados pelas bicicletas, por isso, tem tudo para correr bem, sublinhou João Araújo.

Este comboio de bicicletas ainda está numa fase piloto, sendo objetivo da autarquia estendê-lo a todas as escolas do concelho, referiu o vice-presidente e responsável pelo pelouro da mobilidade, Carlos Mouta.

“Estamos a falar de crianças muito pequeninas, do primeiro ciclo, e a ideia é que elas depois transportem isto para o secundário e mantenham este hábito de usar a bicicleta como meio de transporte”, concluiu.

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