INTERNACIONAL
MÉXICO: NOVO SISMO JÁ FEZ 200 MORTOS
No dia em que o México assinala os 32 anos do terramoto que matou milhares de pessoas, registou-se um novo e forte sismo de magnitude 7,1 na escala de Richter, segundo o Serviço Nacional de Sismologia (SSN), que já terá provocado 200 mortos até ao momento.
No dia em que se assinalam os 32 anos do terramoto que matou milhares de pessoas e devastou grande parte da Cidade do México, um forte sismo de magnitude 7,1 na escala de Richter, segundo o Serviço Nacional de Sismologia (SSN), voltou a abalar o país.
Mais de 200 pessoas morreram no México, após um sismo de 7,1 na escala de Richter ter abalado o país, exactamente 32 anos depois do terrível terramoto de 1985, que matou milhares de mexicanos. Segundo os dados avançados pela agência Reuters à 1h46, citando o chefe da Protecção Civil, 138 pessoas perderam a vida e vários edifícios ruíram. O sismo desta terça-feira, que ocorreu duas horas após o habitual simulacro de 19 de Setembro em homenagem às vítimas de há 32 anos, já é o mais mortal desde 1985.
O governador de Morelos, no centro do México, informou que se registaram pelo menos 54 mortos neste estado. O autarca da Cidade do México, Miguel Angel Mancera, confirmou a morte de pelo menos 30 pessoas na capital, acrescentando que pelo menos 44 edifícios colapsaram, cita a AP. Outras 26 pessoas morreram no estado de Puebla, localidade mais próxima do epicentro, afirmou Fernando Clemente, da Protecção Civil local, citado pela Reuters. Registaram-se ainda nove outras mortes no estado do México, informou o governador Alfredo Del Mazo à televisão local. O balanço das vítimas tem vindo a aumentar nas últimas horas e é expectável que continue a subir.
Alfredo del Mazo especificou à estação televisiva Televisa que uma das vítimas mortais é um trabalhador de uma pedreira que foi atingido depois de o sismo ter provocado um deslizamento de pedras, enquanto a outra morreu ao ser atingida por um poste, cita a agência Lusa.
O sismo desta terça-feira teve uma magitude de 7,1, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que num primeiro momento tinha avançado uma magnitude de 7,4. O USGS informou ainda que o epicentro se situou a oito quilómetros a sudeste de Atencingo, no estado mexicano de Puebla, e a cerca de 120 quilómetros da Cidade do México a uma profundidade de 51 quilómetros.
Há menos de duas semanas, a 8 de Setembro, um sismo de magnitude 8,1 na escala de Richter, com epicentro no mar, perto da costa de Chiapas, provocou pelo menos 98 mortos e cerca de 900 feridos. Esse sismo foi mais forte do que o que em 1985 matou milhares de pessoas na Cidade do México, que ocorreu há exactamente 32 anos.
“É o mesmo pesadelo de 1985”, lamentou Georgina Sánchez, de 52 anos, citada pela AFP.
A Cidade do México, que foi atingida pelo abalo desta terça-feira, é a cidade mais populosa do país, com quase nove milhões de habitantes. Segundo relata a AP, o sismo provocou o pânico na cidade com muitas pessoas a fugirem dos edifícios na principal avenida da capital mexicana e as imagens televisivas mostram vários prédios a desabar.
Duarte Ribeiro da Costa, estudante português que se encontra na Cidade do México no âmbito do programa Erasmus, disse que, na capital, o sismo desta terça-feira foi mais forte do que o registado há duas semanas e que só no bairro onde vive “caíram cinco ou seis prédios”. “Estamos todos a ajudar a tirar os escombros e a levar águas às pessoas que estão a trabalhar. Está tudo na rua”, relata.
O El País relata que as autoridades avisaram as pessoas que existem fugas de gás, pedindo para que não fumassem nas ruas. O aeroporto da Cidade do México suspendeu as suas operações e em várias zonas da capital ocorreram cortes de electricidade e telefónicos. Muitos semáforos deixaram também de funcionar, sendo os próprios civis a tentar coordenar o trânsito, dá conta o jornal espanhol.
INTERNACIONAL
POR TODO O MUNDO 20% DOS ALIMENTOS PRODUZIDOS SÃO DESPERDIÇADOS
O mundo desperdiçou cerca de um quinto dos alimentos produzidos globalmente em 2022, ou seja, 1.050 milhões de toneladas de comida, avançou hoje um relatório das Nações Unidas, referindo que 60% deste desperdício foi feito por famílias.
O mundo desperdiçou cerca de um quinto dos alimentos produzidos globalmente em 2022, ou seja, 1.050 milhões de toneladas de comida, avançou hoje um relatório das Nações Unidas, referindo que 60% deste desperdício foi feito por famílias.
De acordo com o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), cada pessoa desperdiçou 79 quilos de alimentos naquele ano.
O número significa que, do total de alimentos desperdiçados, 60% (631 milhões de toneladas) provieram de famílias, enquanto 28% foram da responsabilidade de serviços alimentares e 12% do retalho, sublinhou o documento hoje divulgado.
“Num ano em que um terço da humanidade enfrentou insegurança alimentar, cada lar deitou fora o equivalente a mil milhões de refeições por dia, ou seja, 1,3 refeições diárias para pessoas afetadas pela fome no mundo”, apontou a análise.
O desperdício alimentar, alerta o PNUMA, gera entre 8% e 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa, o que é quase cinco vezes mais do que as emissões totais do setor da aviação.
A situação continua a prejudicar a economia global e a alimentar as alterações climáticas, além de representar um grave prejuízo para a natureza e um aumento da poluição.
“O desperdício alimentar é uma tragédia global. Milhões de pessoas passam fome devido ao desperdício alimentar em todo o mundo”, afirmou a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, na apresentação do relatório.
Um problema que, lembram os investigadores, não é apenas dos países ricos.
“É um problema global”, defendeu o coautor do relatório e diretor da organização britânica de resíduos WRAP, Richard Swannel.
Os autores do relatório garantiram que as diferenças no desperdício alimentar ‘per capita’ dos agregados familiares entre países de rendimento elevado e países de rendimento mais baixo eram surpreendentemente pequenas.
“Os dados são realmente claros neste ponto: este é um problema mundial que todos nós poderíamos resolver amanhã, seja para poupar dinheiro ou para reduzir o impacto ambiental”, sublinhou ainda Swannel.
A análise das Nações Unidas, publicada numa altura em que as crises alimentares se aprofundam em várias regiões, como na Faixa de Gaza ou Sudão, visa acompanhar o progresso dos países para atingir o objetivo de reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030.
De acordo com os investigadores, atualmente apenas quatro países do G20 (as 20 economias mais ricas e emergentes) – Austrália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia (UE) – têm possibilidade de cumprir o objetivo até daqui a seis anos.
No último relatório publicado, referente a 2021, o PNUMA concluía que se tinha desperdiçado 17% dos alimentos produzidos nesse ano em todo o mundo, ou seja, 1.030 milhões de toneladas de comida.
No entanto, os autores do estudo alertaram que as comparações não devem ser feitas diretamente entre valores dos dois anos, já que o número de países que reportaram dados quase duplicou.
INTERNACIONAL
TRIBUNAL EUROPEU CONDENA PORTUGAL A INDEMNIZAR O ECONOMISTA PEDRO ARROJA
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) condenou o Estado português a pagar 10.000 euros a Pedro Arroja por violação da liberdade de expressão, no processo em que o economista foi condenado por difamar o eurodeputado Paulo Rangel.
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) condenou o Estado português a pagar 10.000 euros a Pedro Arroja por violação da liberdade de expressão, no processo em que o economista foi condenado por difamar o eurodeputado Paulo Rangel.
A decisão do TEDH, hoje divulgada, ordena a reabertura do processo e reverte totalmente o acórdão do Tribunal da Relação do Porto (TRP) que, em março de 2019, agravou a pena aplicada pelo Tribunal de Matosinhos (primeira instância) a Arroja, condenando-o também a pagar 10.000 euros a Rangel, por difamação.
Em causa estiveram comentários que Pedro Arroja produziu em 25 de maio de 2015 no Porto Canal a propósito de um trabalho jurídico sobre a construção da futura ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, que levaram o tribunal de primeira instância a condená-lo, em 12 de junho de 2018, por ofensas à sociedade de advogados a que Paulo Rangel estava ligado (multa de 4.000 euros e indemnização de 5.000 euros), mas a ilibá-lo da imputação de difamação agravada ao próprio eurodeputado.
Após recursos das partes, o TRP decidiu que o arguido também deveria ser condenado por difamação agravada a Paulo Rangel, com multa de 5.000 euros.
Em cúmulo jurídico, o TRP fixou a penalização ao economista numa multa global de 7.000 euros, mantendo a indemnização de 5.000 euros à sociedade de advogados, acrescentando-se outra de 10.000 euros a Paulo Rangel.
“O TEDH ordenou a reabertura do processo, aliás prevista no Código de Processo Civil português. Dessa forma, o eurodeputado Paulo Rangel e a sociedade de advogados de que ele era diretor vão ter de devolver tudo o que receberam ilegalmente. O Estado vai ter de devolver tudo o que recebeu de custas e multas e apagar no registo criminal as respetivas condenações”, explicou à Lusa o advogado de Pedro Arroja.
Jorge Alves deixa ainda uma crítica aos tribunais portugueses.
“É estranho que os tribunais nacionais continuem a violar a Convenção Europeia dos Direitos do Homem de forma grosseira, causando danos morais e materiais às sociedades e pessoas e nada aconteça aos juízes respetivos, Aliás, ainda são promovidos”, acusou o advogado.
No programa do Porto Canal de 25 de maio de 2015, Pedro Arroja acusou Paulo Rangel e a sociedade de advogados, onde trabalhava na ocasião, de contribuírem para a paralisação da obra do Joãozinho, financiada por mecenato.
O então comentador falou em “promiscuidade entre política e negócios”, sublinhando que Paulo Rangel era disso um “exemplo acabado” porque é político e estava à frente de uma sociedade de advogados.
“Como políticos andam certamente a angariar clientes para a sua sociedade de advogados – clientes sobretudo do Estado, Hospital São João, câmaras municipais, ministérios disto e ministérios daquilo. Quando produzem um documento jurídico, a questão que se põe é se esse documento é um documento profissional ou, pelo contrário, é um documento político para compensar a mão que lhe dá de comer”, questionou, nessa ocasião.
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