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MIRANDELA: ASSOCIAÇÃO ALZHEIMER LANÇA ‘CAFÉ MEMÓRIA’

O município de Mirandela é o primeiro do interior de Portugal a integrar a rede do projeto Café Memória que, a partir de novembro, prestará apoio a doentes com demência e cuidados, foi hoje anunciado.

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O município de Mirandela é o primeiro do interior de Portugal a integrar a rede do projeto Café Memória que, a partir de novembro, prestará apoio a doentes com demência e cuidados, foi hoje anunciado.

No terceiro sábado do mês, a partir de 16 de novembro, o espaço abrirá portas, na cidade de Mirandela, de forma gratuita e sem inscrição prévia para partilha de experiências e angústias daqueles que lidam com um problema que afeta doentes e cuidadores.

O Café Memória é um projeto que a Associação Alzheimer Portugal começou, em 2013, e que funciona atualmente em 22 locais do país, incluindo Mirandela, no distrito de Bragança.

A demência tem um peso significativo entre a população envelhecida do distrito de Bragança, representando mais de metade das oito mil consultas anuais de Neurologia na Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, segundo a médica da especialidade Ilda Matos.

As estimativas indicam que 160 mil pessoas sofrem desta doença em Portugal, o quarto país com mais casos na OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

De acordo com a neurologista, a nível de fármacos os doentes portugueses têm todas as respostas disponíveis, mas estão longe “do que se faz noutros países no que toca a necessidades como terapias ocupacionais e reabilitação cognitiva, além do apoio ao cuidador”.

O Café Memória não dá respostas clínicas, mas é encarado pela médica como uma ajuda, sobretudo no apoio a quem cuida destes doentes.

“À medida que a doença avança, quem começa a consumir mais tempo nas consultas é o cuidador, que não sabe como é que há de lidar porque o doente um dia não quer tomar os remédios, outro dia não dorme e anda a passear pela casa de noite, e o cuidador começa a ficar, muitas vezes deprimido, ansioso, a dizer: ‘eu se calhar estou a ficar doente como ele’”, contou Ilda Matos.

Na opinião da neurologista, o problema é que muitas vezes estas pessoas “não têm ninguém com quem falar e ainda há algum estigma associado à demência, ainda há algum preconceito, um esconder do doente”.

“O facto de os doentes e o cuidador poderem partilhar com outra pessoa, que tem a mesma experiência, que tem a mesma vivência, é fundamental para o doente e para o cuidador. Melhora o cuidado ao doente e melhora a saúde mental do cuidador”, considerou.

O responsável pelo projeto a nível nacional, Luís Durães, sublinhou que o Café Memória “não pretende ser uma clínica da memória, um espaço de consulta ou de acompanhamento individual de casos”.

“É um espaço informal, não há qualquer tipo de inscrição prévia ou pagamento, não há obrigatoriedade de participar na sessão toda ou em todas as sessões”, indicou.

O projeto funciona com equipas de voluntários, entre eles dois técnicos que acompanham os participantes nas sessões destinadas a disponibilizar informação, partilha de experiências, suporte emocional e apoio mútuo.

“Estas duas horas são para muitas pessoas o único balão de oxigénio que existe numa vida inteira a cuidar desta problemática. É um lugar onde conseguem sair com o seu familiar, retomar um momento social, partilhar emoções e sentir que do outro lado da mesa alguém as compreende e encontrar informação que pode ajudá-los a lidar melhor com esta doença”, explicou.

Segundo disse Luís Durães, a questão que tem ficado evidente entre os mais de 3.300 participantes nos últimos sete anos nos cafés memória espalhados pelo país é a “enorme carência de respostas sociais e da saúde direcionada para as pessoas com demência, quer seja nos grandes centros urbanos, quer seja no interior”,

Aqueles que lidam com a problemática estão “esperançosos com a nova estratégia para as demências em Portugal e com os planos regionais que estão prestes a ser lançados”, acrescentou.

Mirandela já tinha um Gabinete de Apoio à Doença de Alzheimer e disponibiliza agora o espaço Café Memória, que contou com o apoio de “várias empresas e instituições por uma questão social e de solidariedade”, como realçou a presidente da câmara, Júlia Rodrigues.

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BOTICAS: PROVIDÊNCIA CAUTELAR QUER TRAVAR MINA EM TERRENOS BALDIOS

A Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, em Boticas, está a ultimar uma providência cautelar para travar a entrada da Savannah Resources em terrenos que alegam que são baldios e de particulares, foi hoje anunciado.

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A Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, em Boticas, está a ultimar uma providência cautelar para travar a entrada da Savannah Resources em terrenos que alegam que são baldios e de particulares, foi hoje anunciado.

“Estamos a tratar de uma providência cautelar para que os trabalhos estejam parados nessas áreas até que haja uma decisão do tribunal”, afirmou hoje Aida Fernandes, presidente da Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, concelho de Boticas, que falava aos jornalistas no final de mais uma ação de protesto contra as minas na região do Barroso.

Uma caravana de cerca de uma centena de carros partiu hoje de Morgada e seguiu para a Borralha, aldeias de Montalegre, passando depois por Dornelas e terminando em Covas do Barroso, já em Boticas, para pedir a suspensão e rescisão de todos os contratos de exploração mineira.

Em Covas, há duas semanas que populares se organizam diariamente em turnos para vigiar as máquinas da empresa Savannah, a concessionária da mina de lítio do Barroso, que acusam de querer “entrar à força em terrenos baldios e de privados”.

Aida Fernandes disse que a providência cautelar dará entrada em breve em tribunal e explicou que visa terrenos que estão já em litígio em tribunal devido a uma queixa anterior “por usurpação” porque a “área que foi registada é superior à real área dos terrenos”.

“Terrenos que toda a comunidade conhece e esses terrenos foram expandidos para cima do baldio. Nós não compactuámos, não aceitamos e temos processos em tribunal que estão a decorrer”, salientou Fernandes.

E continuou: – “Nós estamos a defender o nosso terreno, o nosso território e eles estão a querer invadir terrenos que não lhe pertencem e nós achamos que é uma usurpação de terreno baldio. Estamos já há duas semanas a defender a nossa terra”.

A ação judicial já interposta em tribunal há alguns meses foi apresentada pela Comunidade de Baldios de Covas do Barroso contra a Savannah e particulares e visa a restituição de terrenos alegadamente “usurpados” pela empresa.

Recentemente foi também feito um apelo ao MP para que “investigue a usurpação de terrenos baldios e privados através do uso abusivo do BUPI (a nova plataforma digital que permite o mapeamento de terrenos) e de registos fraudulentos que favorecem a mineradora e o projeto em causa”.

A empresa afirmou à agência Lusa no dia 20 de novembro que “é totalmente falso que a Savannah esteja a usurpar terras para concretizar o projeto” e garantiu que todas as atividades que desenvolve “respeitam a lei e são divulgadas publicamente”.

A concessionária da mina de lítio do Barroso, que obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em maio, referiu que os “trabalhos de sondagem em curso estão localizados em propriedades para as quais a empresa obteve acesso legal para trabalhar”.

“Até à data, os proprietários venderam, ou concordaram vender, 90 propriedades à Savannah”, garantiu ainda.

A mina do Barroso faz parte da operação Influencer, que levou à demissão do primeiro-ministro, O processo visa as concessões de exploração de lítio de Boticas e de Montalegre, ambos em Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um ‘data center’ na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

Este foi o primeiro projeto de lítio em Portugal que obteve uma DIA favorável, embora condicionada à concretização de medidas de compensação e mitigação.

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MAIA: AUTARQUIA APROVOU O MAIOR ORÇAMENTO DE SEMPRE COM 153 MILHÕES

A maioria PSD/CDS na Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, aprovou para 2024 o “maior orçamento de sempre” com o valor de 153,28 milhões de euros, sendo a maioria daquele valor para as funções sociais.

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A maioria PSD/CDS na Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, aprovou para 2024 o “maior orçamento de sempre” com o valor de 153,28 milhões de euros, sendo a maioria daquele valor para as funções sociais.

O documento, aprovado em reunião extraordinária na quinta-feira ao final do dia e que contou com o voto contra do PS, conta com mais 20, 51 milhões de euros (15,4%) do que em 2023, uma subida que a autarquia explica com os “encargos com as transferências de competências e ao investimento em empreendimentos comparticipados pelo Portugal 2030” e com os fundos do Plano de Resiliência e Recuperação (PRR).

Em declarações à Lusa, o líder do PS no executivo, Francisco Vieira de Carvalho, explicou o voto contra com o aumento de impostos que o documento acarreta.

“Havia uma enorme margem para baixar os impostos, o que não foi feito. Por exemplo, no IMI, a redução que é feita é absorvida pelo aumento do valor das casas o que vai resultar num aumento do valor cobrado”, apontou.

Em comunicado, a autarquia salienta, no domínio dos impostos e taxas, a “descida sustentada” do IMI para 0,355 %, quando a taxa máxima aplicável é de 0,45 %, deixando com esta redução a autarquia de receber 5,5 milhões de euros, mantendo-se o IMI Familiar”, uma dedução de 140 euros no valor a pagar daquele imposto para as famílias com três ou mais dependentes a cargo.

Quanto à Derrama, o texto salienta “uma nova diminuição” de 50% da taxa para sujeitos passivos com volume de negócios inferior a 150 mil euros, passando de 0,2% para 0,1%, em relação à taxa que vigorou no ano de 2023.

“No âmbito dos benefícios fiscais, permanecem também em vigor as medidas adotadas em anos anteriores no sentido de incentivar os privados a investir na reabilitação urbana, designadamente nos prédios urbanos situados nas doze áreas de reabilitação urbana (ARU) já aprovadas, estando em curso a aprovação de mais onze ARU´s que vão permitir estender o acesso aos benefícios fiscais a um número muito significativo de maiatos”, enumera o texto.

Para 2024, a Câmara da Maia prevê um nível de investimento na ordem dos 54,5 milhões de euros (36 %) “é bem expressivo”.

Segundo o autarca, “a Maia fez um percurso notável de consolidação das suas finanças”, nomeadamente no que diz respeito “à dívida de médio e longo prazo que se encontra num patamar sem dimensão expressiva tendo em conta o orçamento municipal e as receitas que lhe são inerentes”.

As funções sociais, Educação, Saúde, Ação Social e Habitação, são as áreas que absorvem a “maior fatia” do orçamento, num total de 77,8 milhões de euros (50,8%), destacando-se a Habitação Social, que irá receber 11,85 milhões de euros.

Para os Transportes e Comunicações destinam-se 19,65 milhões (13%), sendo que a Rede Viária absorve 12,98 milhões e à Mobilidade Sustentável o documento prevê alocar 2,23 milhões de euros para intervenções urbanas de “Modos Suaves”.

“Só é possível pois o quadro financeiro em que nos movemos é extremamente saudável, sendo que a dívida total situa-se em níveis particularmente baixos, originando baixos encargos, libertando, assim, meios financeiros para investimento”, refere no texto o presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago.

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