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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

OS MILITARES DA “GUERRA ELECTRÓNICA”

Instalados num ‘bunker’, dez militares conduzem desde há dois anos operações no ciberespaço para proteger as redes das Forças Armadas, alvo de um único ataque de ‘ciberespionagem’, no início de 2016, sem consequências.

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Instalados num ‘bunker’, dez militares conduzem desde há dois anos operações no ciberespaço para proteger as redes das Forças Armadas, alvo de um único ataque de ‘ciberespionagem’, no início de 2016, sem consequências.

O ataque tinha como “objectivo concreto o acesso a informação sensível, não autorizada” de um ramo militar mas foi detectado a tempo e “não teve consequências porque foi mitigado”, revelou, em entrevista à Lusa, o director do Centro de Ciberdefesa, tenente-coronel Paulo J. Branco.

Este foi o único ataque com o intuito de espionagem em dois anos de funcionamento do Centro de Ciberdefesa mas todos os dias as redes e sistemas quer das estruturas militares quer das da Defesa Nacional registam “16 milhões de eventos de segurança” que são filtrados por tecnologia que ajuda a “descartar os falsos positivos” e a perceber o grau de gravidade de cada anomalia detectada.

Dessa filtragem automática, resultam diariamente “200 incidentes que traduzem alguma preocupação”, chegando-se a “10 ou 20 eventos por dia que têm um tratamento mais personalizado” de “correcção, mitigação e boas práticas” para manter o ciberespaço onde operam as Forças Armadas “livre e seguro”.

Infecções por vírus informáticos, “código malicioso” que é transmitido nas redes e que pode ser armazenado nos sistemas e danificá-los para obter informação de forma ilícita, e “ultimamente alguns ataques de ‘ransom ware'” como o que se verificou a nível internacional na semana passada, são os vários tipos de “incidentes” de segurança monitorizados pelo Centro de Ciberdefesa.

Com o acesso mediado por duas portas blindadas, num verdadeiro `bunker´ no edifício do Estado-Maior das Forças Armadas, no Restelo, sem janelas e isolado de forma a impedir interferências electromagnéticas, o Centro de Ciberdefesa conta com dez militares, três de cada ramo, e coordena as capacidades de ciberdefesa existentes em cada um dos ramos militares.

Segundo o tenente coronel Paulo J. Branco, as redes das Forças Armadas também foram alvo do ciberataque lançado no passado dia 12 à escala global mas “as tecnologias e os processos que estavam implementados permitiram que o ataque não tivesse consequências” nas redes protegidas pelo Centro de Ciberdefesa.

O responsável afirmou que até hoje nenhuma máquina das Forças Armadas ficou infectada devido a um ataque desta natureza, estando garantidas a “integridade e a confidencialidade dos sistemas e comunicações”.

Em meados de 2016, na cimeira de Varsóvia, a NATO, cujas redes registam cerca de 200 milhões de “incidentes” por dia, declarou o ciberespaço como um domínio operacional onde se pode combater, tal como ar, o mar e a terra.

Países como a França e a Alemanha optaram por criar comandos próprios só para as operações de Ciberdefesa, com uma capacidade maior.

Portugal estuda actualmente se mantém o actual modelo, também seguido por outros países da NATO, ou se evolui para um Comando de Ciberdefesa, revelou o tenente-coronel Paulo J. Branco.

“Não tenho datas concretas para esse estudo estar terminado mas sem errar muito é para ser conduzido e terminar dentro de pouco tempo, até pelas implicações que tem, do facto de Portugal pertencer à NATO e ter que participar em operações da NATO”, disse.

“Participamos efetivamente e temos um compromisso muito grande junto da NATO para esta componente específica da Ciberdefesa. Portugal quer-se destacar e ter competências nestas áreas e não é por acaso que Portugal é líder de um dos `smart defense projects´ que é o da educação e treino e portanto este estudo há de ficar concluído muito em breve”, acrescentou.

Na próxima terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, vai estar no Reduto Gomes Freire, Oeiras, para lançar a primeira pedra da Escola de Comunicações e Sistemas de Informação da NATO, atualmente sediada em Itália.

A decisão sobre o futuro da capacidade de Ciberdefesa portuguesa surge num contexto em que “a ameaça é exponencial”: “Na verdade é sempre a aumentar, há picos, com certeza que o ataque da semana passada é um pico, mas todos os dias estão a aparecer novos vectores de ataque, novas ameaças, são dezenas de versões novas de `malware´ que são criadas por minuto a nível mundial. A ameaça é exponencial”, disse.

“As operações no ciberespaço permitem que os comandantes que conduzem operações ditas convencionais possam utilizar o ciberespaço em prol das operações para benefício da sua supremacia”, frisou, acentuando que “a guerra da informação é essencial hoje para se ganhar os combates e as batalhas”.

Nesse sentido, a ciberdefesa “não deixa de ser mais um meio à disposição do comandante para conduzir operações”.

Quanto se combate o inimigo no ciberespaço, a principal dificuldade é “fazer a atribuição”, ou seja, identificar sem margem para dúvidas e com provas quem é, de facto, o atacante, sendo este “um problema global”.

“Os ataques têm origem internacional, com objectivos muito concretos, estamos a falar de atores Estado, que patrocinam grupos de `hackers´ para efectivarem essas ações. Não vou dizer claramente quem são. Alguns grupos conhecidos e é pública a sua atividade. Não de Portugal, felizmente. Há uma prioridade nos alvos, é óbvio que países como os EUA, a Inglaterra, a Alemanha por diversas razões são alvos prioritários”, disse.

“Não é que não possamos ser como membro de organizações [como a NATO ou a União Europeia, por exemplo] também somos um potencial alvo. Até hoje não temos casos de registo significativos. Os casos que aconteceram foram detectados e mitigados no próprio dia. Não tivemos nenhuma concretização desses ataques”, acrescentou.

O Centro de Ciberdefesa opera exclusivamente no “ciberespaço” das Forças Armadas e das estruturas da Defesa Nacional mas, como não há fronteiras no “éter”, a partilha de informação e cooperação com outros serviços congéneres é uma necessidade, sustentou.

Nesse sentido, foi assinado há duas semanas um memorando de entendimento com o Centro Nacional de Cibersegurança para partilha de informação entre o lado militar e o lado civil visando obter, na gíria militar, “uma common operation picture”, um mapa global da ameaça no ciberespaço nacional, revelou.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

CIENTISTAS CRIAM CÉLULAS PARA TRATAMENTO DA DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH

Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

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Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

A Universidade de Coimbra referiu que esta investigação abre caminho para o desenvolvimento de células que possam vir a ser usadas no tratamento desta doença neurodegenerativa que afeta, nomeadamente, os movimentos e a articulação verbal, e que tem grande incidência em Portugal.

A líder do estudo, Liliana Mendonça, explicou que a descoberta feita pela equipa de investigação demonstra a viabilidade da aplicação de terapias personalizadas a pessoas portadoras desta doença, através da criação de células estaminais dos doentes que se pretendem tratar.

Isto irá traduzir-se numa maior aceitação do transplante, frisou a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB).

Consideradas muito versáteis, as células estaminais permitem dar origem a células especializadas de vários tecidos e órgãos do corpo humano.

A doença de Machado-Joseph ainda não tem tratamento. O cerebelo é uma das regiões do cérebro mais afetadas, levando a extensa morte neuronal, dificuldades de coordenação motora, de deglutição e de articulação do discurso.

“Tem uma grande prevalência nos Açores, especialmente na ilha das Flores, que regista a maior incidência da doença a nível mundial”, contou a investigadora.

A equipa de investigação criou células que demonstraram ter capacidade de originar neurónios em culturas celulares (conjunto de técnicas para testar o comportamento de células num ambiente artificial) e também em organóides cerebrais (tecidos gerados ‘in vitro’, ou seja, fora de organismos vivos).

Segundo Liliana Mendonça, simultaneamente, os investigadores observaram que as células estaminais humanas sobreviveram até seis meses após transplante no cerebelo do modelo animal, tendo-se diferenciado em células da glia (células do sistema nervoso central que desempenham diversas funções) e neurónios, o que significa que revelaram ter potencial para atuar positivamente no controlo de doenças neurodegenerativas.

“Existe uma elevada necessidade de desenvolver estratégias terapêuticas que possam tratar doenças neurodegenerativas, que, de forma robusta, melhorem a qualidade de vida dos doentes, contribuindo, assim, para reduzir os encargos de saúde dos sistemas de saúde e das famílias destes doentes”, alertou.

Este trabalho, que foi desenvolvido pela equipa do Grupo de Investigação de Terapias Génicas e Estaminais para o Cérebro do CNC-UC, encontra-se a ser aprofundado.

Um dos objetivos é estudar de que forma é que estas células conseguem melhorar os problemas de coordenação motora da doença, com recurso a um modelo animal.

A coordenadora da investigação avançou que os cientistas vão também desenvolver estratégias para melhorar a migração das células e, seguidamente, a sua diferenciação em neurónios cerebelares, após o seu transplante para o cérebro, algo que pode aumentar significativamente os efeitos terapêuticos destas células.

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IDENTIFICADAS CÉLULAS-CHAVE PARA PREVENIR A ATEROSCLEROSE NO SÍNDROME DA PROGÉRIA

Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

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Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

A síndrome de Progéria é uma doença genética extremamente rara que afeta 1 em 20 milhões de pessoas, e estima-se que afete cerca de 400 crianças em todo o mundo. A doença é caracterizada por induzir envelhecimento acelerado, aterosclerose grave e morte prematura em idade média de aproximadamente 15 anos.

Os resultados da nova investigação foram publicados esta segunda-feira no The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e participaram no estudo cientistas do Centro Nacional de Investigação Cardiovascular (CNIC) do Instituto de Saúde Carlos III, do Centro de Investigação em Rede de Doenças Cardiovasculares, do Centro de Investigação Biológica Margarita Salas do Conselho Superior de Investigação Científica, da Universidade de Oviedo (todos em Espanha) e da Universidade Queen Mary de Londres (Reino Unido).

As doenças raras representam um grande problema social e de saúde, uma vez que se estima que existam perto de 7.000 e que afetem sete por cento da população mundial, recordou o CNIC, citado pela agência Efe.

Embora os pacientes com este síndrome normalmente não apresentem os fatores de risco cardiovasculares típicos (hipercolesterolemia, obesidade ou tabagismo), a sua principal causa de morte são as complicações da aterosclerose, como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca.

Atualmente não há cura para a progéria, observou o CNIC, e enfatizou a urgência do desenvolvimento de novas terapias que previnam a aterosclerose e outras alterações vasculares associadas à doença para aumentar a expectativa de vida dos pacientes.

A causa genética da doença é uma mutação num gene (LMNA) que provoca a expressão da progerina, uma versão mutante da proteína nuclear “lamina A” que induz numerosos efeitos nocivos a nível celular e do organismo, explicou o CNIC, em comunicado.

Estudos recentes desta síndrome realizados em modelos animais mostraram que é possível corrigir esta mutação através da edição genética, e que a consequente eliminação da progerina e recuperação da expressão da “lâmina A” melhora as alterações características do doenças e prolonga a expectativa de vida.

Para otimizar a terapia genética para o potencial tratamento de pacientes com progéria, é importante identificar os tipos de células nos quais a deleção da progerina produz mais benefícios.

Para responder a esta questão, o laboratório do investigador Vicente Andrés (CNIC) gerou ratos com esta síndrome e os investigadores apontaram as células musculares lisas vasculares como um possível alvo terapêutico para combater a aterosclerose prematura na progéria.

No novo trabalho publicado pela PNAS e utilizando os mesmos tipos de ratos, os investigadores estudaram se a aterosclerose associada a esta síndrome pode ser evitada suprimindo a progerina e restaurando a “lâmina A” nas células “endoteliais” ou em células musculares lisas vasculares.

Os cientistas descobriram assim que a eliminação da progerina nas células endoteliais não trazia nenhum benefício, mas trazia quando era eliminada nas células musculares lisas vasculares.

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