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POPULAÇÃO PORTUGUESA TEM BAIXA LITERACIA EM SAÚDE – SPLS
A presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), Cristina Vaz de Almeida, disse esta quinta-feira que metade da população portuguesa revela um baixo nível de literacia em saúde, embora a situação esteja a melhorar.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), Cristina Vaz de Almeida, disse esta quinta-feira que metade da população portuguesa revela um baixo nível de literacia em saúde, embora a situação esteja a melhorar.
A responsável, que participou numa mesa-redonda no âmbito da Semana da Qualidade promovida pela Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), afirmou que “50% das pessoas em Portugal tem uma baixa literacia em saúde, apesar de estar a melhorar”.
Em declarações à agência Lusa, à margem do encontro, que se realizou no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém (Setúbal), Cristina Vaz Pinto revelou que estes indicadores “não surpreendem”, já que também a nível europeu “50% da população tem baixos níveis de literacia em saúde”.
“Não estamos longe da Europa, estamos na mesma média” indicou, realçando que os Países Baixos são o único país “onde há uma inversão”.
Neste país, “à medida que a idade avança a literacia sobe, ao contrário da maior parte da Europa onde a população mais velha vai perdendo as suas competências e capacidades”, afirmou.
Em Portugal, assiste-se “a uma dinâmica enorme por parte das organizações, profissionais de saúde e associações de doentes” em relação a esta temática, assinalou.
E, apesar “de parecer teórico, estamos a ver uma série de projetos muito reais que vão buscar os modelos e as estratégias de intervenção para aplicar na prática”.
“Aquilo que queremos é melhorar o acesso à saúde, a compreensão da saúde e o uso dos recursos”, frisou a responsável, considerando ser importante que “a bula dos medicamentos seja compreensível” que “o consentimento informado” seja “mais facilitado” e que “a informação em saúde” seja “menos complexa”.
E por outro lado, “capacitar os profissionais para que possam ter uma linguagem mais acessível para os seus utentes”, que também poderão ser “capacitados a tomar decisões mais conscientes”, acrescentou.
No seu entender, é preciso trabalhar “na acessibilidade da linguagem, no acesso aos recursos de saúde, na compreensão, no trabalho pela compreensão, na segmentação da população de uma forma adequada, no uso dos recursos e na navegabilidade que o paciente faz no sistema” de saúde.
“Temos visto projetos de intervenção comunitária muito interessantes, com modelos e estratégias de literacia em saúde em que há uma integração de cuidados de saúde entre o hospital, as unidades de saúde e as coletividades”, salientou.
A responsável destacou à Lusa que a questão dos migrantes “é outros dos desafios” da SPLS, que tem vindo a realizar “mini assembleias” para “dar voz às pessoas em relação às suas necessidades de saúde”, tendo sido propostas e votadas soluções para melhorar o acesso desta população aos serviços de saúde.
“Uma delas é um cartão de utente provisório para a pessoa poder aceder ao centro de saúde, apesar da sua situação irregular”.
E, à semelhança da Linha Saúde 24, ser criada a “Linha 25” para que, “nas várias línguas, se possa fazer a triagem e ajudar esta população migrante que muitas vezes tem dificuldade até de se movimentar, mas não se importa de telefonar para tratar da sua saúde”, propôs.

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UMA EM CADA 4 PESSOAS NÃO SEGUE INDICAÇÕES DE PRESCRIÇÃO DE ANTIBIÓTICOS
Um quarto dos inquiridos num estudo nacional sobre o uso de antibióticos não segue as indicações de prescrição e mais de sete em cada dez não conseguem identificar o que tomaram.

Um quarto dos inquiridos num estudo nacional sobre o uso de antibióticos não segue as indicações de prescrição e mais de sete em cada dez não conseguem identificar o que tomaram.
De acordo com este estudo, feito pelo Grupo de Investigação e Desenvolvimento em Infeção e Sépsis (GIS-ID), com o apoio do Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa, apesar de ter melhorado o numero dos confessaram não seguir a prescrição face aos valores de 2020 (1/3), ainda assim “é um fator de preocupação”.
“Há um nível de falência dos tratamentos por causa disso”, disse à Lusa o presidente do GIS-ID, João Gonçalves Pereira”, que alerta para a importância de as pessoas “se responsabilizarem pela sua saúde”.
O responsável lembra que, “quando se começa o tratamento, os sintomas diminuem, mas sem resolver infeção e, se a pessoa interrompe o tratamento, isso facilita a recidiva da infeção e essa recidiva pode ser mais complicada, porque pode parecer sobre a forma de abcesso, implicando tratamento com medicação, mas também tratamento cirúrgico”.
Além disso — sublinha — “mais importante do que a pessoa interromper precocemente é o problema de não cumprir o horário. Isto provoca uma exposição em concentrações subterapêuticas, o que facilita (…) o aparecimento de baterias, no limite, com resistências”.
“É duplamente preocupante. Há estudos europeus que dizem que as taxas de não cumprimento podem atingir 50 ou 60%. É um problema transversal”, afirma o médico, lembrando que há medidas que podem ajudar a diminuir o problema como usar antibióticos de dose única diária, tentar usar mnemónicas, como juntar o medicamento ao almoço, ao jantar ou ao deitar, para que as pessoas não esqueçam”.
Porque “nenhum doente deixa de tomar por maldade. É por distração, por esquecimento”, acrescenta.
O estudo – semelhante ao realizado em 2020 – mostra que aumentou o valor (80%) dos que apenas tomam antibióticos quando prescritos pelo médico (era 66% em 2020).
“Parece haver maior aderência ao conselho médico, mas há uma grande desresponsabilização das pessoas pela sua própria saúde”, sublinha o presidente do GIS-ID.
O estudo, que pretendeu avaliar o estado atual do conhecimento dos portugueses em relação ao consumo de antibióticos e o potencial impacto destes comportamentos no problema da resistência aos antimicrobiano, mostra que 77% não consegue identificar o antibiótico que toma e nem sempre quem diz saber os identifica corretamente.
Os dados revelam ainda que aumentou o número de pessoas que referem que a duração do tratamento é a informação mais importante ao ser-lhe prescrito um antibiótico (de 37% em 2020 para 52% em 2022).
Sobre a importância de entregar os medicamentos que já não usa nas farmácias, apenas metade dos inquiridos disse que o faz. São principalmente as mulheres (30% vs. 20% dos homens).
Mis de um em cada dez (14%) admitem ter antibióticos armazenados em casa e mais de metade destes (57%) diz tê-lo desde o último tratamento. São mais os homens quem armazena medicamentos em casa (58% vs. 42%) e os mais velhos (+55 anos) são quem menos o faz.
Questionados sobre para que servem os antibióticos, 42% indicaram que são para infeções causadas por bactérias, um valor que aumentou face a 2020 (36%).
Quanto à consciência sobre a resistência aos antimicrobianos, 30% nunca ouviu falar – uma melhoria ligeira face a 2020, em que 34% nunca tinha ouvido falar. São sobretudo as mulheres (54%) que consideram que este é um problema de extrema relevância e, principalmente, os mais velhos (>65 anos, com 22%).
Mais de metade (54%) sabe que o consumo de antibióticos está ligado ao aparecimento da resistência aos antimicrobianos. Quem menos referiu ter conhecimento foi a faixa etária dos mais jovens (<=25 anos).
Um em cada cinco disse ter conhecimento de um familiar ou amigo (18% em 2020) que já teve uma infeção por um micróbio resistente aos antibióticos e 3% confessaram que eles próprios já passaram por essa situação (4% em 2020)
O estudo envolveu 1.600 inquéritos válidos e estão representados 213 concelhos de Portugal Continental e ilhas.
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O IMPACTO DOS MICROPLÁSTICOS NA SAÚDE HUMANA – ESTUDO
Os níveis de microplásticos estão “a afetar o trato digestivo” das aves marinhas, mas as alterações que já ocorrem na natureza poderão “servir como sinal de alerta para os problemas de saúde” que possam estar a ocorrer nos humanos.

Os níveis de microplásticos estão “a afetar o trato digestivo” das aves marinhas, mas as alterações que já ocorrem na natureza poderão “servir como sinal de alerta para os problemas de saúde” que possam estar a ocorrer nos humanos.
As conclusões resultam de um estudo realizado por uma equipa de cientistas da Universidade de Ulm, na Alemanha, com investigadores do Instituto de Investigação em Ciências do Mar, OKEANOS, da Universidade dos Açores e das Universidades Acadia e McGill, do Canadá.
Neste estudo, os cientistas examinaram e caraterizaram o microbioma gastrointestinal de duas espécies de aves marinhas, o fulmar (Fulmarus glacialis) e o cagarro (Calonectris borealis). Os microplásticos do trato gastrointestinal foram também analisados.
Segundo os investigadores, até agora, “apenas alguns estudos piloto sobre esta problemática foram publicados” e os resultados, desenvolvidos em condições laboratoriais, “são frequentemente baseados em altas concentrações de microplásticos, não representativas das concentrações observadas na natureza”.
Mas, neste novo estudo, os investigadores mostram que “alterações no microbioma já ocorrem na natureza”, o que pode ter impactos “não apenas nos indivíduos, a curto prazo, mas também consequências de longo prazo, para várias espécies interligadas”, porque “é esperada uma acumulação de poluentes ao longo da cadeia alimentar”.
Os investigadores do Instituto OKEANOS afirmam que as conclusões deste estudo refletem “uma situação real, demonstrando efeitos da ingestão de microplásticos em animais salvagens”.
“Sendo que já foi demonstrado que os humanos também incorporam microplásticos, estes estudos devem servir como sinal de alerta para os problemas de saúde que poderão estar a ocorrer também em nós, humanos”, apontam.
De acordo com o estudo, publicado na revista “Nature Ecology & Evolution”, quanto maior for a incidência de microplásticos no estômago e no intestino das aves marinhas, maior será o impacto na diversidade do seu microbioma (conjunto de microorganismos que vivem nos tecidos e fluidos dos seres vivos).
“A contaminação por microplásticos é um problema ambiental de impacto global, pois essas partículas (menores de 5 milímetros), têm uma ampla distribuição, inclusive em áreas remotas, como a Antártica e o mar profundo”, referem os investigadores.
De acordo com Yasmina Rodríguez, coautora do estudo e investigadora no Instituto OKEANOS, “apesar do aumento contínuo nas concentrações de plásticos no meio marinho, até agora não tinha sido demonstrado que os microplásticos nas concentrações ambientais atuais, alteravam as comunidades microbianas do trato digestivo de animais selvagens”.
“Assim, com esta descoberta, acreditamos que novas linhas de investigação surgirão para aprofundar o conhecimento sobre os impactos que a ingestão do nosso lixo causa na saúde dos animais”, assinala a investigadora, citada em comunicado de imprensa.
Os cientistas consideraram o microbioma intestinal como “um indicador de saúde, um componente chave da imunidade e bem-estar do animal hospedeiro”.
“Além das consequências de lesões mecânicas, patogénicos transportados com os microplásticos ou distúrbios químicos causados pelos polímeros plásticos, podem também ser considerados como causas potenciais”, explica Christopher Pham, coautor do estudo e investigador responsável pela equipa que estuda os impactos lixo marinho, no Instituto OKEANOS.
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