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PORTUGUESES PRATICARAM MAIS EXERCÍCIO EM 2021
Os portugueses aumentaram os seus níveis de atividade física no ano passado, com mais de metade (54,3%) a apresentar níveis adequados de atividade física para a promoção da saúde, valores que melhoraram relativamente ao primeiro ano da pandemia.
Os portugueses aumentaram os seus níveis de atividade física no ano passado, com mais de metade (54,3%) a apresentar níveis adequados de atividade física para a promoção da saúde, valores que melhoraram relativamente ao primeiro ano da pandemia.
Segundo o relatório do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF), da Direção-Geral da Saúde (DGS), relativo a 2021 e hoje divulgado, destaca a tendência deste aumento nos níveis de atividade física dos portugueses em 2021, espelhada no estudo REACT COVID 2.0.
De acordo com os dados do estudo, feito em parceria com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, 54,3% dos inquiridos apresentam níveis adequados de atividade física para a promoção da saúde, um aumento relativamente aos 46% apurados em 2020.
Porém, o estudo revela que também aumentou o tempo sedentário – de sete ou mais horas por dia – de 38,9% para 46,4% dos inquiridos.
Os resultados sugerem que a atividade física e o comportamento alimentar parecem influenciar-se mutuamente, “o que sublinha a importância de uma abordagem integrada na promoção destes comportamentos”, refere a DGS, indicando que esta abordagem também deve ter em conta o género, a idade e a situação socioeconómica
Segundo os dados do estudo, ser mulher, ter idade inferior a 45 anos e perceção de má situação financeira e de saúde está associado a um aumento do risco de menores níveis de atividade física e de mudança para um perfil alimentar pior.
Por outro lado, ser homem, ter mais de 46 anos e ter boa perceção do seu estado de saúde está associado a maiores níveis de atividade física e manutenção de bom perfil alimentar.
Comparativamente ao período pré-pandemia, 41,5% dos inquiridos considera que o seu volume de atividade física era inferior, 42,4% dizem que era igual e 16% que era superior.
Entre as várias atividades praticadas de forma mais estruturada estão a caminhada, o treino de força, as atividades de fitness e a corrida.
As tarefas domésticas e o subir e descer escadas são as atividades físicas não estruturadas (integradas no quotidiano) mais apontadas.
O estudo REACT-COVID 2.0 visou conhecer os comportamentos alimentares e de atividade física dos portugueses cerca de um ano após o início da pandemia de covid-19 (maio-junho de 2021).
De acordo com o documento, 36,8% dos inquiridos reportaram ter mudado os seus hábitos alimentares em comparação com o período pré-pandemia. Destes, 58,2% consideraram ter mudado para melhor e 41,8% para pior.
As recomendações da Organização Mundial da Saúde indicam que as crianças e adolescentes até aos 17 anos de idade devem realizar 60 minutos/dia de atividade física de intensidade moderada a vigorosa, maioritariamente aeróbica. Devem igualmente incorporar atividades de fortalecimento muscular e ósseo pelo menos três vezes por semana.
A OMS recorda que, nesta fase da vida, quantidades elevadas de comportamentos sedentários estão associadas a aumento da gordura corporal, diminuição da saúde cardiometabólica, menor condição física e a uma redução do comportamento social e da duração do sono.
Para os adultos (18-64 anos), as recomendações da OMS indicam pelo menos 150 a 300 minutos (2,5 a 5 horas) por semana de atividade aeróbica de intensidade moderada, ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade de intensidade física aeróbica de intensidade física vigorosa, para benefícios substanciais para a saúde.
Pare benefícios adicionais, recomenda uma atividade de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior pelos menos dois dias por semana.
Nos idosos (65 anos ou mais), as recomendações da OMS apontam para 150 a 300 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa. Sugerem ainda, para benefícios adicionais para a saúde, atividades de fortalecimento muscular de intensidade moderada a superior em pelo menos dois dias por semana e atividades físicas que promovam o equilíbrio funcional e o treino de força de intensidade moderada ou superior em pelo menos três dias/semana.
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CÃES E GATOS PODERÃO TRANSMITIR “SUPERBACTÉRIAS” A HUMANOS – ESTUDO
Um estudo realizado em Portugal e no Reino Unido sugere que cães e gatos de estimação desempenham um papel importante na propagação de bactérias resistentes a antibióticos.
Um estudo realizado em Portugal e no Reino Unido sugere que cães e gatos de estimação desempenham um papel importante na propagação de bactérias resistentes a antibióticos.
Em comunicado divulgado este sábado, a Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID na sigla em inglês) adianta que a investigação vai ser apresentada no seu Congresso Global a decorrer em Barcelona (Espanha) entre 27 e 30 de abril.
Tendo encontrado “indícios da transmissão de bactérias multirresistentes entre cães e gatos doentes e os seus donos saudáveis em Portugal e no Reino Unido”, o trabalho levanta preocupações “de que os animais de estimação possam atuar como reservatórios de resistência e, assim, ajudar na propagação da resistência a medicamentos essenciais”.
Neste sentido, chama a atenção para a importância de incluir famílias com animais de estimação em programas de vigilância da resistência aos antibióticos, indica o comunicado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a resistência aos antibióticos como uma das maiores ameaças à saúde pública que a humanidade enfrenta.
As infeções resistentes aos medicamentos matam anualmente em todo o mundo mais de 1,2 milhões de pessoas e prevê-se que em 2050 sejam 10 milhões, se não forem tomadas medidas.
“Estudos recentes indicam que a transmissão de bactérias de resistência antimicrobiana (RAM) entre humanos e animais, incluindo animais de estimação, é crucial na manutenção dos níveis de resistência, desafiando a crença tradicional de que os humanos são os principais portadores de bactérias RAM na comunidade”, afirma a investigadora principal Juliana Menezes, citada no comunicado.
“Analisar e compreender a transmissão de bactérias RAM de animais de estimação para humanos é essencial para combater eficazmente a resistência antimicrobiana” em pessoas e animais, acrescenta a estudante de doutoramento, do Laboratório de Resistência aos Antibióticos do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde Animal, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.
O estudo envolveu cinco gatos, 38 cães e 78 pessoas em 43 casas em Portugal e 22 cães e 56 indivíduos em 22 habitações no Reino Unido. Todos os humanos eram saudáveis e todos os animais de estimação tinham infeções da pele e tecidos moles ou infeções do sistema urinário.
Os cientistas testaram amostras de fezes e urina e esfregaços de pele dos animais e dos seus donos para detetar Enterobacterales (família de bactérias que inclui a Escherichia coli e a Klebsiella pneumoniae) resistentes a antibióticos comuns.
O foco foram as bactérias resistentes “às cefalosporinas de terceira geração” (dos mais importantes antibióticos, segundo a OMS) e “às carbapenemas (parte da última linha de defesa quando outros antibióticos falham)”.
Segundo o comunicado, “não foi possível comprovar a direção da transmissão”, mas “em três dos lares de Portugal, o timing dos testes positivos para a bactéria produtora de ESBL/AmpC sugere fortemente que, pelo menos nestes casos, a bactéria tinha passado do animal de estimação para o humano”.
Juliana Menezes considera que “aprender mais sobre a resistência nos animais de estimação ajudaria no desenvolvimento de intervenções fundamentadas e direcionadas, para defender a saúde animal e humana”.
Carícias, toques ou beijos e tocar nas fezes do animal permitem a passagem das bactérias entre os cães e os gatos e os seus donos, pelo que os investigadores pedem atenção à lavagem das mãos após fazer festas aos animais ou tratar dos seus dejetos.
“Quando o seu animal de estimação não estiver bem, analise a possibilidade de o isolar num quarto para evitar a propagação de bactérias pela casa e limpe bem o resto da habitação”, aconselha a investigadora.
Todos os cães e gatos ficaram sem infeções depois de terem sido tratados.
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CRIANÇAS COM SONOS IRREGULARES PODEM DESENVOLVER PROBLEMAS ALIMENTARES
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluíram que as crianças que têm horários de sono irregulares podem estar em risco de desenvolver padrões alimentares menos saudáveis, num estudo que envolveu 5.286 crianças.
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluíram que as crianças que têm horários de sono irregulares podem estar em risco de desenvolver padrões alimentares menos saudáveis, num estudo que envolveu 5.286 crianças.
Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto esclarece esta sexta-feira que o estudo, publicado no Journal of Sleep Research, visava avaliar a influência, aos 4 anos, da duração do sono e dos horários de deitar e acordar na adesão a um padrão alimentar menos saudável aos 7 anos.
Liderado pela investigadora Sofia Vilela, o estudo teve por base dados de 5.286 crianças, da “coorte” Geração XXI do ISPUP.
Aos 4 anos, as crianças foram divididas em dois grupos (tendo por base recomendações da Fundação Nacional do Sono Americana): sono noturno de curta duração (inferior a 10 horas) e sono noturno de, pelo menos, 10 horas. Os investigadores criaram ainda quatro categorias relativamente aos horários de deitar e acordar.
“Independentemente da duração do sono, as crianças que aos 4 anos se deitavam tarde (depois das 21:45) e acordavam tarde (depois das 08h00), tinham uma maior tendência de seguir uma alimentação rica em alimentos de elevada densidade energética aos 7 anos”, refere o estudo, que conclui que o efeito foi “mais marcado nos meninos”.
“Nestes, também uma duração curta de sono aos 4 anos foi associada a uma alimentação de pior qualidade aos 7”, acrescenta.
Segundo o estudo, horários mais tardios de deitar e acordar “são preditores de uma alimentação menos saudável na infância”.
As crianças em idade pré-escolar que dormem ou acordam tarde “têm uma alimentação menos saudável aos 7 anos de idade”, sendo também, neste caso, o impacto é mais negativo nos rapazes.
Citada no comunicado, a investigadora Sofia Vilela, do Laboratório associado para a Investigação Integrativa e Translacional em Saúde Pública, destaca que “os horários de dormir mostraram mais associações consistentes do que a duração do sono em relação a padrões alimentares obesogénicos”.
“Os resultados desta investigação destacam que a hora de deitar e acordar são fatores importantes para serem considerados pelos profissionais de saúde, pais e jovens, mais até do que a duração total do sono”, acrescenta.
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