ECONOMIA & FINANÇAS
CRISE: ARTISTAS PEDEM SUSPENSÃO DE DÍVIDAS AO FISCO E À SEGURANÇA SOCIAL
A suspensão de pagamentos de dívidas à Segurança Social e à Autoridade Tributária são algumas das medidas que o Movimento “Pelos Profissionais do Palco” reclama, para fazer face à crise do setor, criada pelo combate à covid-19.
A suspensão de pagamentos de dívidas à Segurança Social e à Autoridade Tributária são algumas das medidas que o Movimento “Pelos Profissionais do Palco” reclama, para fazer face à crise do setor, criada pelo combate à covid-19.
O caderno de reivindicações foi levado hoje a uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa, por uma delegação composta pelos autores e artistas Paula de Carvalho, Rita Ribeiro e Duarte Nuno de Vasconcelos.
De acordo com a delegação, Marcelo Rebelo de Sousa acolheu as medidas e deverá transmiti-las ao primeiro-ministro, na segunda-feira, quando se reunir com António Costa, disse à Lusa Paula de Carvalho.
“O Presidente da República está consciente de que as artes do palco estão a atravessar uma crise inigualável, e que é necessário fazer algo que proteja estes profissionais”, disse Paula de Carvalho à Lusa, no final do encontro no Palácio de Belém.
Entre as medidas integradas no pacote de reivindicações, às quais a Lusa teve acesso, além da suspensão dos pagamentos de dívidas à Segurança Social e à Autoridade Tributária, em princípio durante um ano, sem impedir que estruturas e profissionais do setor concorram a programas da Direção-Geral das Artes (DGArtes), o movimento propõe ainda que todos os espetáculos em digressão sejam comprados, de modo a garantir as despesas de deslocação e os salários de atores, técnicos e produtores.
Defende, por isso, a transferência de verbas do Ministério da Cultura para as autarquias, por forma a que estas possam cumprir a “obrigação de levar cultura a toda a população, independentemente do número de espetadores”.
E exemplificam, os profissionais: se cada câmara comprar cinco espetáculos até ao final do ano, isso dará um total de 1.500 espetáculos, neste período; e se cada um custar 5.000 euros isso representará um investimento de 7.500.000,00 euros, o que “poderá resolver uma boa parte do problema do setor privado”.
Um destes problemas reside nos espetáculos marcados para este ano, que foram cancelados e reagendados para 2021.
Apesar de ter sido decretado pelo Governo que deveriam ser pagos já, uns a 100 por cento e outros a 50 por cento, caso o espetáculo se realize ou não, a maioria das entidades contratantes não está a cumprir nem responde ao pedido das produtoras, afirma o movimento.
Reclama, por isso, a atribuição de um apoio a fundo perdido e, se tal não for possível, que seja criada uma linha de crédito especial, com verbas da União Europeia, sem juros e com um período de carência de dois anos, para fazer face aos compromissos da produtora, como o pagamento de salários, impostos e segurança social.
No que toca a apoios a artistas e profissionais do espetáculo, e atendendo ao facto de se viver uma situação de emergência, propõem que, durante um período a definir, se criem condições de apoio excecionais para artistas e outros profissionais do espetáculo, já que os apoios dados pela Segurança Social não são suficientes.
“O que se verifica é que valores atribuídos pela Segurança Social, na sua maioria, são inferiores às contribuições que aqueles profissionais têm de pagar mensalmente”, alega o Movimento pela Defesa dos Profissionais de Palco.
Por isso, consideram importante a anulação das contribuições para a Segurança Social, pelo menos até setembro, e que estas dívidas, assim como as dívidas ao fisco, fiquem suspensas, pelo menos durante um ano e com a previsão de um acordo de pagamento, para permitir que os artistas consigam sobreviver, e as produtoras consigam aguentar os próximos meses, até a situação de crise estar regularizada.
Para o movimento “Pelos Profissionais do Palco”, era importante que o Estado encontrasse um valor mínimo de apoio durante o mesmo período, “ultrapassando algumas situações ridículas de artistas a quem lhes foram atribuídas verbas mensais de 50 euros”.
O Estado devia ainda criar, de imediato, uma Comissão da Carteira Profissional dos Artistas — incluindo todas as áreas que englobam o espetáculo, à semelhança do que acontece com a de Jornalistas.
Atribuir a Carteira Profissional de Artista, definir um Estatuto dos Artistas e os critérios de acesso à carreira, e criar um código deontológico seriam tarefas a atribuir à Comissão, defendem.
Considera o Movimento que é urgente definir também o estatuto de Intermitente do Espetáculo, pois um artista ou técnico que trabalhe de maneira ocasional em empresas de produção teatral, cinematográfica ou de audiovisual, em geral, deve passar a beneficiar de um seguro desemprego, calculado a partir de um número mínimo de horas trabalhadas e uma contribuição suplementar aplicada especificamente para esta categoria, como se lê nas propostas do movimento.
Esta comissão devia servir ainda como regulador das regras de utilização dos profissionais do espetáculo, pelas entidades contratantes, defendem.
O movimento reclama ainda que a RTP, com financiamento do Ministério da Cultura, promova a realização semanal de peças de teatro na televisão e na rádio, dando a gestão dessa tarefa às companhias de teatro e a encenadores, que devem escolher de preferência os artistas que não se encontrem, no momento, a trabalhar para televisão.
Para o movimento que tem no ator Ruy de Carvalho um dos seus fundadores, nada impede que os canais privados também possam aderir a esta medida.
O movimento exige ainda a salvaguarda dos direitos dos artistas em relação aos direitos conexos, exigindo que as produtoras e televisões os declarem como titulares de propriedade intelectual, cumprindo uma diretiva comunitária em vigor desde 1999 e que, até ao momento, afirmam, diferentes entidades se recusam cumprir.
À semelhança do que já existe noutros países da União Europeia, o movimento defende que seja obrigatório, por lei, que todos os filmes, séries, documentários e desenhos animados sejam sempre apresentados em duas versões: com e sem dobragem em português.
No caso do cinema, haveria assim uma versão na língua original e outra em português, defendendo a proposta esta medida, como inclusiva, beneficiando invisuais, a terceira idade e parte da população que não consegue acompanhar as legendas.
Esta seria uma medida a implantar a curto prazo, defende o movimento. E apesar de não ter diretamente a ver com a pandemia de covid-19, seria justa para incrementar trabalho de artistas, locutores, técnicos e profissionais de audiovisual, defendem.
O movimento pretende ainda a alteração da lei do mecenato, de modo a que o teatro privado possa usufruir do apoio de empresas, assim como a diminuição da percentagem de IVA para 6%, em todas as atividades de espetáculos.
Para o movimento “Pelos Profissionais do Palco”, a diminuição da lotação das salas de espetáculo é inviável, porque, alega, uma sala com lotação de 200 pessoas mesmo que abra com 100 não responde aos encargos que acarreta.
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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