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NACIONAL

SINDICATO DOS REGISTOS E NOTARIADO DIZ QUE FALTAM TRABALHADORES NAS CONSERVATÓRIAS

O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN) queixou-se hoje de “uma tremenda falta de recursos humanos” por não existirem admissões de novos trabalhadores “há 20 anos”, havendo marcações para o Cartão de Cidadão para setembro.

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O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN) queixou-se hoje de “uma tremenda falta de recursos humanos” por não existirem admissões de novos trabalhadores “há 20 anos”, havendo marcações para o Cartão de Cidadão para setembro.

“O Balanço Social de 2019 do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), aprovado e publicado recentemente, revela a falta de 199 Conservadores e de 1.013 Oficiais de Registo. Esta falta de Conservadores e de Oficiais dos Registos é devida ao facto de estas carreiras não terem sido contempladas com a admissão de nenhum novo trabalhador desde há 20 anos”, afirma o sindicato em comunicado.

A estrutura sindical denuncia que “um pouco por todo o país, o agendamento para a emissão, renovação e entrega de cartão do cidadão está a ser feito em média para o mês de setembro” e que “há serviços de registo cujo agendamento ainda pode ser efetuado para agosto (muito poucos) e outros já o estão a fazer para outubro, novembro e até há quem o esteja a fazer para 2021.

Segundo um “cenário” traçado pelo sindicato, em 31 de dezembro de 2001 existiam 6.103 efetivos, incluindo 821 Conservadores e 5.282 Oficiais dos Registos, enquanto em 31 de dezembro de 2019 havia 4.293 efetivos – 571 Conservadores e 3.722 Oficiais de Registo.

“Atualmente há menos 1.810 efetivos – menos 250 Conservadores e menos 1.560 Oficiais de Registo”, afirma o sindicato.

O STRN, queixa-se que, apesar deste problema, “a ministra da Justiça não reconhece a necessidade de abrir concurso externo para a admissão de novos trabalhadores” e adverte que “o que está em causa é que tipo de serviço se pretende prestar aos cidadãos, bem como, a sustentabilidade do próprio setor dos registos e do seu impacto na sociedade”.

Se as medidas que o Governo implementou (pedido de cartão do cidadão online e por SMS) retiraram alguma pressão no atendimento (mas não a suficiente pois continua a haver muita procura presencial) fez com que a pressão para a entrega de cartões disparasse”, aponta o STRN.

“Mas mesmo após aquelas medidas, a falta de recursos humanos ainda continua a ser enorme – mais de 30% -, o que acrescido ao facto de uma grande parte dos trabalhadores estar afeta aos serviços do Cartão do Cidadão, concorre para que fiquem prejudicadas as outras valências, não havendo capacidade instalada para dar resposta à grande procura (…)”, refere.

Acresce, segundo o sindicato, que “continuam com atrasos nas Conservatórias nas diversas valências registais e há mais de 100 mil pedidos de atribuição de nacionalidade por analisar e qualificar, sendo este outro dos graves problemas que o setor está a atravessar”.

“A senhora ministra da Justiça nunca quis saber do nosso setor e apenas lhe interessa a receita que este arrecada, não atacou positivamente os problemas estruturais que assolam o setor, tendo até piorado alguns com as suas decisões. O que se tem visto é a aplicação de meros placebos que por ora, apenas conseguem encobrir aqueles problemas por mais algum tempo (…), mas eles continuam lá e, muito em breve, virão com mais força do que nunca, conforme temos alertado”, argumenta o sindicato.

A estrutura sindical considera que “os cidadãos utentes dos Serviços de Registo mereciam que o Governo os respeitasse mais, através da implementação das condições necessárias para que lhes seja prestado um serviço com a qualidade e a celeridade adequada às taxas que pagam e que têm servido para custear a quase totalidade do funcionamento de todo o Ministério da Justiça”.

A concluir, o sindicato aponta que “é urgente recrutar novos Conservadores e Oficiais de Registo, pelo menos, o que o próprio IRN identifica no Balanço Social de 2019”.

O STRN, fundado em 1975 conta com a filiação de cerca de 90% dos efetivos do setor (cerca de 5.000 funcionários).

NACIONAL

MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS

A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.

“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.

No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).

Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.

Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.

Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).

Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.

Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.

O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.

O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).

A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.

Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.

Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.

A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.

Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.

No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.

A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.

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HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A

O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

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O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.

“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.

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