A notícia caiu que nem uma bomba. Os credores do Boavista Futebol Clube recusaram homologar o processo Especial de Revitalização (PER). Agora o Juiz não tem alternativa e poderá declarar a insolvência. No meio deste PER está o Estádio do Bessa agora com futuro incerto. É o fim de linha que há muito se esperava e tal como a Rádio Regional noticiou em primeira mão.

Em 12 de agosto a Rádio Regional já tinha avançado em primeira mão que os credores não se entendiam quanto ao acordo de homologação de mais um PER do Boavista Futebol Clube. Os cenários mais negros vieram agora a confirmar-se.

“No passado dia 17 de Outubro ao meio dia, foi proferido despacho de recusa de homologação (…) ficam citados todos os credores e demais interessados de tudo o que antecede e ainda de que a decisão vincula os credores, mesmo aqueles que não hajam participado nas negociações” pode ler-se na Sentença do Tribunal assinada pela Juiz de Direito.

Feito o anúncio de Sentença “é necessário saber se a situação económica do devedor ainda é, ou não, suscetível de recuperação. Se o for recuperável deve ser extinta a instância. Se, pelo contrário, não for recuperável, a insolvência do devedor é inevitável, não fazendo sentido aguardar por qualquer outro evento para a declarar.” esclarece o Tribunal da Relação do Porto em nota de jurisprudência.

No total 96 milhões de euros em dívidas a 68 credores. Este montante não inclui as dívidas da SAD nem de outras empresas do “universo do bessa”. A Somague representa o maior credor reclamando 53 milhões ainda referentes à reconstrução do Estádio do Bessa nunca pago.

Também o Estado (Autoridade Tributária e Segurança Social) reclama aproximadamente 20 milhões em dívidas. A Parvalorem e bancos reclamam perto de 5 milhões.  A Autarquia do Porto por via da Ágora – Empresa Municipal também reclama mais de 1 milhão de euros. Trabalhadores, atletas, treinadores e fornecedores diversos compõem o resto da longa lista de credores.

Também a SAD segue o mesmo ritual. Depois da Rádio Regional avançar em primeira mão com a notícia de dezenas de Processos de Insolvência, a SAD apresentou-se a um PER que segue termos no mesmo Tribunal. Em insolvência iminente voltam os credores a ser chamados para decidir em tribunal pelo futuro da SAD.

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Enquanto o clube agonia numa “morte anunciada” a comunicação social dá conta de um alegado investidor da Singapura que contra todas as regras do recato e do “segredo que é a alma do negócio” se propõe salvar o “Reino da Pantera”. Mais um episódio de uma série que os boavisteiros tão bem conhecem. A Rádio Regional vai continuar a investigar como o bom jornalismo manda.

Vítor Fernandes