O Parlamento catalão acaba de declarar a independência unilateral de Espanha.
Numa sessão do parlamento regional realizada esta sexta-feira, os deputados do Junts pel Si, CUP e do Catalunya Si Que Es Pot ficaram sozinhos no hemiciclo para proceder à votação secreta, uma vez que todos os deputados do PP, do PSOE e do Ciudadanos abandonaram o edifício em protesto contra o processo, alguns deixando para trás bandeiras de Espanha.
A votação realiza-se numa altura em que Madrid discute a invocação do artigo 155.º da Constituição, que prevê a suspensão da autonomia, neste caso da Catalunha. Esta sexta-feira Mariano Rajoy pediu ao Senado autorização para destituir o Governo regional da Catalunha. Madrid rejeita totalmente o processo de independência, considerando-o ilegal e inconstitucional. A própria equipa jurídica do parlamento regional tinha avisado que o voto seria considerado ilegal e o presidente do parlamento recordou os deputados desse facto. Todos os que participaram na votação correm agora o risco de terem de responder perante a justiça espanhola.
“Não vai ser fácil, não vai ser de borla e não vai mudar tudo num só dia”, avisou Marta Rovira, do partido Junts pel Si, “mas não há alternativa a um processo rumo a uma República Catalã”, afirmou.
Apesar do abandono do parlamento regional por parte dos partidos contra a independência, 10 deputados regionais – os do Catalunya Si Que Es Pot – votaram contra a medida. Um total de 70 deputados votaram a favor e dois votos em branco.
O resultado foi recebido com festejos por populares pró-independência que se tinham concentrado no exterior do parlamento.
Meros minutos após a votação Mariano Rajoy publicou uma mensagem no Twitter, apelando à calma. “Apelo à tranquilidade de todos os espanhóis. O Estado de Direito restaurará a legalidade na Catalunha”.
A Comissão Europeia recusou pronunciar-se sobre este desenvolvimento, alegando tratar-se de uma assunto interno de Espanha.
Nenhum país europeu, nem qualquer instituição europeia, tem reconhecido ou apoiado as pretensões independentistas da Catalunha.