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É DIFÍCIL CRUZAR DADOS SOBRE FRAUDE COM SUBSÍDIOS EUROPEUS
Um estudo revela a dificuldade de cruzamento de informação sobre fraude na obtenção de subsídios europeus, o que inviabiliza “mudanças positivas” no país, defende a procuradora que coordena o grupo de reflexão da PGR sobre o tema.

Um estudo revela a dificuldade de cruzamento de informação sobre fraude na obtenção de subsídios europeus, o que inviabiliza “mudanças positivas” no país, defende a procuradora que coordena o grupo de reflexão da PGR sobre o tema.
O “Estudo para o Conhecimento da Fraude nos Fundos Estruturais em Portugal” é uma iniciativa do Think Tank – Risco de Fraude, Recursos Financeiros da União Europeia (TT), criado em 2021, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi desenvolvido “por uma equipa de investigadores de Ciência de Dados do Iscte — Instituto Universitário de Lisboa, tendo contado com uma colaboração de investigadores da Nova SBE” e é hoje apresentado em Lisboa.
A principal conclusão do trabalho académico é a dificuldade de análise dos casos de fraude na obtenção de subsídios pela impossibilidade de cruzamento de dados reportados por diferentes entidades, por diversas razões, entre as quais o preenchimento incompleto de dados nos sistemas informáticos.
“Os dados disponibilizados à equipa de investigação não permitem uma análise global das irregularidades e fraudes no âmbito dos fundos europeus estruturais em Portugal. Não é possível cruzar os dados dos casos fraudulentos reportados pela Inspeção Geral de Finanças (IGF) à União Europeia (EU) com os dados dos processos criminais findos”, lê-se numa nota de resumo do estudo.
À Lusa, a procuradora-geral-adjunta Ana Mendes de Almeida, que coordena o TT, afirmou que “a manter-se o contexto que o estudo identifica, mostra-se inviável o conhecimento da fraude no âmbito dos fundos europeus em Portugal”.
“Sem conhecimento não há decisões informadas sobre a realidade que possam causar mudanças positivas”, acrescentou.
O estudo incidiu sobre casos ocorridos em dois quadros de apoio: o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), entre 2007 e 2013, e o Portugal2020 (PT2020), entre 2014 e 2020.
Sobre estes dois períodos, a IGF – a entidade oficial que em Portugal tem a obrigação de reportar suspeitas de fraude e irregularidades nos fundos ao Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), através de um sistema de informação — o Irregularity Management System (IMS) — reportou pouco mais de uma centena de casos.
“No âmbito do QREN e PT2020, foram reportados 137 casos fraudulentos, dos quais apenas dois são de fraude comprovada, isto é, com sentença final transitada em julgado”, adianta o estudo, precisando que estes dois casos, no QREN, correspondem a um montante irregular de 200 mil euros.
“No PT2020 não se registaram fraudes comprovadas, apenas 41 casos de suspeita de fraude. Os 135 casos de suspeitas de fraude no QREN e PT2020 envolvem um total de cerca de 198,5 milhões de euros de despesas irregulares”, acrescenta-se.
Os investigadores adiantam que “com os dados disponíveis” não é possível cruzar os dados do IMS com os dados da justiça sobre os processos criminais, nem mesmo nos dois casos de fraude comprovada, defendendo que isso “é um sério problema de qualidade de dados”, que impede acompanhar casos do princípio ao fim.
Já em relação a processos criminais, foram reportados aos investigadores 1.912 processos, pelo Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça (IGFEJ) e pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DIAP).
“O resultado do cruzamento entre os dados do sistema IMS e os dados da Justiça foi muito insatisfatório. Considerando que existem 137 casos fraudulentos no IMS, registou-se apenas ligação entre cinco processos criminais (referenciados em oito casos IMS) no âmbito do QREN, não tendo sido conseguido nenhum cruzamento para o PT2020”, sublinham os investigadores.
O estudo refere que a análise de dados dos casos reportados no IMS permitiu ainda identificar sete processos criminais que não constam dos processos enviados pelo IGFEJ e pelo DCIAP.
Os investigadores propõem medidas para melhorar a comunicação de dados entre entidades, que permitam o seu cruzamento.

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SINDICATO EXIGE SUPLEMENTO PARA OS POLÍCIAS QUE TRABALHAM NOS AEROPORTOS
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) exigiu hoje a atribuição de um suplemento para todos os polícias que trabalham nos aeroportos, tendo em conta a formação específica obrigatória para exercerem as funções.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) exigiu hoje a atribuição de um suplemento para todos os polícias que trabalham nos aeroportos, tendo em conta a formação específica obrigatória para exercerem as funções.
O pedido da atribuição de um suplemento aeroportuário foi feito pela ASPP num ofício enviado ao ministro da Administração Interna, dois dias depois da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e de a PSP passar a ser responsável pelo controlo e gestão das fronteiras aéreas.
“Exigimos um suplemento aeroportuário porque os profissionais da PSP têm uma formação específica para estar nos aeroportos e não têm qualquer suplemento que permita valorizar essa formação específica”, disse à agência Lusa o presidente da ASPP, Paulo Santos.
O sindicalista explicou que atualmente os polícias da PSP estão com “a chamada dupla capacitação, ou seja, têm formação para segurança aeroportuária, papel que já desempenhavam na PSP, e têm também formação para controlo de fronteiras, que era uma competência do SEF”.
O presidente do maior sindicato da Polícia de Segurança Pública sublinhou que “todos os polícias que trabalham nos aeroportos necessitam de ter formação e certificação de segurança aeroportuária e, ao mesmo tempo, de controlo de fronteiras”, sendo “o único sítio na PSP onde os profissionais têm de ter duas especializações e formações”.
Com o fim do SEF, a PSP passou a ser responsável pelo controlo de entrada e saída de pessoas no país por via aérea e pela segurança nos aeroportos.
Paulo Santos recordou que a ASPP já tinha exigido anteriormente um suplemento para os polícias que trabalhavam na esquadra de segurança aeroportuária.
O presidente da ASPP referiu também que no âmbito do processo de extinção do SEF “há um conjunto de profissionais do SEF que foram desempenhar funções para outros organismos e tiveram um aumento de 25% do salário base”.
O sindicato recorda que, no início deste processo, deu conta das debilidades das divisões de segurança aeroportuária ao nível de escassez de efetivo, de meios e instalações, mas, com a reestruturação do SEF, estas debilidades foram “agravadas, numa total irresponsabilidade política”.
Atualmente, a PSP tem 400 polícias com formação em controlo e gestão de fronteiras aéreas.
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HELENA BORGES CONFIRMA QUE A AT ESTÁ “AVALIAR E INSCREVER” 166 BARRAGENS
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) tem em curso o processo de avaliação e subsequente inscrição na matriz de 166 aproveitamentos hidroelétricos, afirmou hoje a diretora-geral da AT, Helena Borges, numa audição no parlamento.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) tem em curso o processo de avaliação e subsequente inscrição na matriz de 166 aproveitamentos hidroelétricos, afirmou hoje a diretora-geral da AT, Helena Borges, numa audição no parlamento.
Salientando que a avaliação das barragens para efeitos de IMI não é um processo automático e que a AT tem recebido informação de forma faseada da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Helena Borges adiantou que a AT tem neste momento em curso a avaliação da inscrição na matriz de 166 aproveitamentos hidráulicos.
“Ainda estamos a descobrir o universo que temos de avaliar”, referiu, salientando que “não são seis barragens” [vendidas pela EDP] e que neste momento a AT já tem em curso “o processo de avaliação e subsequente da inscrição da matriz de 166 aproveitamentos hidráulicos”.
A diretora-geral da AT está hoje a ser ouvida na Comissão de Orçamento e Finanças na sequência de um requerimento do Bloco de Esquerda sobre o atraso na avaliação das barragens do Douro para cálculo do IMI, tendo referido não poder dizer quando é que o processo vai terminar.
Veja ainda: MIRANDA DO DOURO: AUTARQUIA PEDE DEMISSÃO DA DIRETORA-GERAL DA AT
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