DESPORTO
FC PORTO X RIO AVE: ANÁLISE DE JOSÉ AUGUSTO SANTOS
Num jogo quase sempre disputado no meio-campo do Rio Ave, O FC Porto não teve a clarividência e classe para concretizar várias oportunidades para marcar e a conquista do título fica cada vez mais distante.
Num jogo quase sempre disputado no meio-campo do Rio Ave, O FC Porto não teve a clarividência e classe para concretizar várias oportunidades para marcar e a conquista do título fica cada vez mais distante.
Uma primeira parte de excelente nível com o Porto a jogar de forma segura, confiante e com um ataque muito móvel, criou oportunidades, que foi desperdiçando e quando foi eficaz e marcou 2 golos, ambos foram invalidados por fora-de-jogo. Uma primeira parte onde se destacou Francisco Conceição, endiabrado.
Na segunda parte o Porto foi perdendo clarividência voltou a jogar no meio-campo do Rio Ave e a desperdiçar oportunidades e com o passar do tempo foi perdendo qualidade e capacidade de desequilíbrio que nem as entradas de Iván Jaime, Toni Martinez, Gonçalo Borges e Namaso, as duas últimas demasiado tarde, resolveram, até porque era nítido que Francisco Conceição estava muito desgastado. As alterações nada acrescentaram e nem nas inúmeras bolas paradas, cantos e livres o Porto conseguiu criar perigo. Aliás um exímio executante na marcação de livres diretos é uma das lacunas do plantel azul e branco.
O Rio Ave indiferente aos problemas de eficácia do Porto fez um jogo seguro com Aderllan Santos a comandar a defesa, com cortes providenciais e conquistou um precioso ponto. Luís Freire procurou povoar mais o meio-campo para defender bem e ter capacidade de gerir a posse de bola, mas Tanlongo, João Teixeira, excelentes jogadores, que foram contratados em janeiro, ainda não estão bem identificados com a equipa e Joca e João Graça também manifestaram dificuldades em sair da pressão que o Porto exerceu. O técnico do Rio Ave tentou resolver o problema que a equipa teve na primeira parte com as entradas de Aziz e Vrousai e mais tarde Umaro Embaló mas nunca conseguiu sair com critério para o contra-ataque. Boateng e depois Aziz nunca foram bem servidos nem apoiados e foi sem surpresa que o Rio Ave não criou uma oportunidade para marcar, nem instabilizou a defensiva contrária.
Francisco Conceição foi o melhor do Porto, Alan Varela também confirmou o seu excelente momento de forma, Evanilson esteve bem na primeira parte e Pepe, apesar de desperdiçar uma flagrante oportunidade para marcar de cabeça também se exibiu a bom nível.
Aderllan Santos foi imperial, Josué e Jhonatan e Costinha também estiveram muito bem. Faltou ao Rio Ave qualidade na transição, talvez por cansaço, para poder tentar ganhar em especial na segunda parte quando o Porto tentou o tudo por tudo se desorganizou e deu algum espaço.
O árbitro António Nobre teve um jogo complicado em que a maior dúvida terá sido se o toque de Miguel Nóbrega em Evanilson teria sido suficiente para assinalar penalti que depois com recurso às imagens reverteu. Na gestão do tempo útil de jogo mantém-se o problema do futebol português, foram jogados 52 minutos…
José Augusto Santos, Comentador Desportivo e Treinador de Futebol Nível IV UEFA Pro.
