ECONOMIA & FINANÇAS
GLOBAL MEDIA: FISCO EXIGE 65 MILHÕES ‘ESCONDIDOS’ EM MAIS-VALIAS
O presidente executivo da Global Media relatou hoje que “logo na primeira semana” no grupo foi surpreendido por uma notificação das Finanças para pagar 65 milhões de euros de mais-valia, que considera ter sido escondida.
O presidente executivo da Global Media relatou hoje que “logo na primeira semana” no grupo foi surpreendido por uma notificação das Finanças para pagar 65 milhões de euros de mais-valia, que considera ter sido escondida.
Marco Galinha falava na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, no âmbito do requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) sobre a degradação laboral vivida no grupo Global Media, que detém os títulos Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN) e TSF, entre outros.
O empresário, que é fundador e dono do grupo Bel, contou que antes de entrar na Global Media conheceu “uma realidade, uma auditoria rigorosa que foi feita”.
No entanto, “logo na primeira semana em que lá chegámos (…) recebemos notificações, e não são tão pequenas quanto isso”, começou por relatar aos deputados, acrescentando ter recebido das Finanças uma notificação “para pagar 65 milhões de euros de mais-valia no passado, que tem a ver com negócios do passado da Global Media”.
E, “como deve imaginar, receber uma carta que estava escondida dentro da Global Media no montante de 65 milhões de euros para pagar ao Ministério das Finanças não é propriamente um ato normal”, prosseguiu, apontando que entrou no grupo “com boa fé” e com o sentido de “levantar e dar o melhor” pela empresa.
“Foi um facto, e eu estou-me a basear em factos, que me fizeram perder a confiança total das auditorias e de tudo o que se tinha passado, foi uma enorme surpresa”, referiu.
“Contudo, o grupo Bel, com o seu departamento jurídico, de uma forma confidencial e discreta, resolvemos esse tema e ficou-nos verdadeiramente caro”, salientou o empresário.
Marco Galinha sublinhou a “enorme dedicação da Administração Fiscal em dar continuidade a este processo, na qual podia ser decapitado por um assunto” que não lhe dizia respeito.
“Diz respeito ao grupo Bel levantar este grupo, resolver os seus problemas do passado que o arrastam para um buraco negro e que nós consideramos possíveis de resolver”, defendeu.
Entretanto, o problema dessa mais-valia, que não apontou a razão da mesma, foi resolvido e a Global Media entrou “em processo de sobrevivência”.
Marco Galinha disse que o valor a pagar ainda é grande, mas que as Finanças deram a possibilidade de pagamento a longo prazo.
Face a isto, “o plano empresarial foi totalmente mudado”, admitiu.
“Vim cheio de boa intenção – eu sou de uma zona de Alcobaça, ali perto da Serra dos Candeeiros, até achei curioso ter conseguido, depois de muito desgaste”, comprar este grupo, contou.
“E depois pensei: será por ser um humilde português e empresário que teve algum sucesso e que respeita estes valores ou será que de facto existiam estas coisas escondidas e era preciso um pato que resolvesse estes problemas”, prosseguiu.
No entanto, nem o grupo Bel, nem a Global Media baixaram os braços, “e, pela primeira vez – foi na semana passada que resolvemos este último grande problema – conseguimos começar a respirar e tornar a casa do jornalismo em Portugal, a global Media, a séria casa do jornalismo”, afirmou.
Marco Galinha disse que é seu objetivo dar “um carinho enorme ao espólio” do DN e do JN, “criar toda a dignidade” que a Global Media merece “sobre a vigilância do grupo Bel e entregar à sociedade portuguesa”.
É esse “o meu objetivo como empresário, para mim a riqueza também é a retribuição à sociedade e sou um cidadão muito grato de ter nascido, vivido e trabalhado neste país”, sublinhou.
Durante a sua audição, Marco Galinha apontou que defendeu a promoção da igualdade de género do grupo.
Contou ainda que após a “enorme surpresa” da notificação das Finanças, ainda foi equacionada a possibilidade de abandonar o processo.
“Tentámos abandonar o processo, nós comprámos as ações aos bancos portugueses” e “da parte dos bancos” houve “total abertura para anular o negócio”, mas “chegámos à conclusão: anular o negócio era a queda deste grupo”, relatou.
O grupo Bel “tinha ali uma opção: deixar cair este grupo ou salvar”, sublinhou, acrescentando que a decisão foi continuar.
“Continuamos a acreditar que este grupo tem uma luz ao fundo do túnel e que não é um comboio que vem de frente”, mas antes “luz” de esperança, rematou.
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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