INTERNACIONAL
GRETA THUNBERG ‘ACUSA’ PAÍSES DE SUBTERFÚGIOS PARA CONTINUAR A POLUIR
A ativista pelo clima sueca Greta Thunberg criticou hoje o progresso dos trabalhos na cimeira do clima da ONU, acusando os países de procurarem subterfúgios para poderem continuar a poluir.

A ativista pelo clima sueca Greta Thunberg criticou hoje o progresso dos trabalhos na cimeira do clima da ONU, acusando os países de procurarem subterfúgios para poderem continuar a poluir.
Intervindo num dos plenários da 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorre em Madrid, Greta Thunberg afirmou que a cimeira devia concentrar-se em “soluções políticas” mas em vez disso, está a ser “uma oportunidade para os países negociarem subterfúgios e evitarem aumentar a sua ambição”.
“Não há sentido de urgência porque os nossos líderes não se comportam como se houvesse”, afirmou perante uma plateia de dezenas de delegações nacionais e de organizações, defendendo que só a “pressão popular” os pode levar a agir.
Por enquanto, criticou, procuram “maneiras inteligentes para evitarem ações reais”, chegados à antevéspera do fim da COP25.
A ativista adolescente apontou que estabelecer metas de neutralidade carbónica para 2050 “não é liderar, é enganar”, enquanto não se incluírem as emissões de gases com efeito de estufa provenientes da aviação, do tráfego marítimo e do comércio externo.
Da mesma forma, se os países não estabelecerem metas anuais de redução de emissões, ser neutro em carbono em 2050 “não vai querer dizer nada” porque as emissões vão continuar até lá.
Greta Thunberg, que iniciou o movimento das greves climáticas estudantis pelo mundo, considerou que “a esperança não vem das empresas ou dos governos mas das pessoas que começam a acordar e estão prontas para se unir”.
No início da sua intervenção, lembrou outras plateias para quem falou, como a assembleia geral das Nações Unidas, em que perguntou “como se atrevem?” aos líderes mundiais, exortando-os a agir para travar as alterações climáticas.
“Essas frases são o que as pessoas fixam, e não os factos”, referiu, socorrendo-se de números como os “9,3 biliões de dólares gastos em combustíveis fósseis” desde que foi celebrado o Acordo de Paris para a limitação do aquecimento global, em 2015.
Nas contas do aquecimento global, “cada fração de grau conta”, destacou Greta Thunberg, perguntando à plateia como é que não sente “algum pânico” ou “a mais pequena raiva” perante os alertas da ciência.
São precisos “cortes reais e drásticos nas fontes de emissão” de dióxido de carbono, defendeu, acrescentando que “só reduzir não chega”.

INTERNACIONAL
INVESTIGAÇÃO SUECA DESCARTA SABOTAGEM AOS CABOS SUBMARINOS
O procurador sueco que investiga a rutura de um cabo submarino de fibra ótica entre a Letónia e a Suécia, ocorrida a 26 de janeiro, descartou esta segunda-feira tratar-se de um ato de sabotagem, pelo que levantou a apreensão do navio suspeito.

O procurador sueco que investiga a rutura de um cabo submarino de fibra ótica entre a Letónia e a Suécia, ocorrida a 26 de janeiro, descartou esta segunda-feira tratar-se de um ato de sabotagem, pelo que levantou a apreensão do navio suspeito.
“Foi estabelecido que uma combinação de condições climatéricas, falhas de equipamento e erros de navegação contribuíram” para os danos, afirmou Mats Ljungqvist em comunicado.
A Suécia tinha abordado um navio búlgaro, o “Vezhen”, no âmbito da investigação de “sabotagem agravada”.
O diretor executivo da empresa de navegação búlgara NaviBulgar negou qualquer irregularidade.
“A investigação mostra agora claramente que não se tratou de sabotagem”, graças ‘aos interrogatórios, às apreensões efetuadas e analisadas e aos exames do local do incidente’, acrescentou Ljungqvist.
O navio apreendido foi, no entanto, a causa dos danos no cabo, segundo o procurador. A investigação prossegue para determinar se foram cometidas outras infrações relacionadas com este incidente.
Na madrugada de 26 de janeiro, foi danificado um cabo de fibra ótica pertencente ao Centro Nacional de Rádio e Televisão da Letónia (LVRTC), que liga a ilha sueca de Gotland à cidade letã de Ventspils.
O LVRTC afirmou que as avaliações preliminares sugeriam “fatores externos”.
Num contexto de vigilância reforçada face às ameaças de “guerra híbrida”, a Noruega abordou brevemente, entre quinta e sexta-feira, um navio norueguês com tripulação russa por suspeita de envolvimento nos danos, antes de o deixar regressar ao mar por falta de provas.
Vários cabos submarinos foram danificados ou quebrados nos últimos meses no Mar Báltico.
Em resposta à natureza repetida destes acontecimentos, a organização do Tratyado do Atlântico Norte (NATO) anunciou em janeiro o lançamento de uma missão de patrulha para proteger esta infraestrutura submarina sensível.
Aeronaves, navios e ‘drones’ estão agora a ser destacados de forma mais frequente e regular para o Mar Báltico, no âmbito de uma nova operação designada “Baltic Sentinel” (“Sentinela do Báltico”).
INTERNACIONAL
WHATSAPP DENUNCIA CIBERESPIONAGEM A JORNALISTAS COM “SOFTWARE” ISRAELITA
A rede social WhatsApp denunciou uma operação de ciberespionagem contra cerca de 90 utilizadores, incluindo jornalistas, utilizando ‘software’ de uma empresa israelita, segundo meios de comunicação especializados.

A rede social WhatsApp denunciou uma operação de ciberespionagem contra cerca de 90 utilizadores, incluindo jornalistas, utilizando ‘software’ de uma empresa israelita, segundo meios de comunicação especializados.
O WhatsApp (que pertence à empresa norte-americana Meta) disse que a campanha usou ‘spyware’ da empresa israelita Paragon Solutions e teve como alvo cerca de 90 jornalistas e ativistas de 20 países, a maioria da Europa.
Os alvos foram notificados e a operação foi interrompida em dezembro de 2024, segundo noticiou a NBC News.
O WhatsApp disse que a Paragon usou um ‘vetor’ — um método de acesso ilegal a uma rede, possivelmente através de grupos de conversação e do envio de um ficheiro malicioso — mas não sabe quem perpetrou o ataque.
O WhatsApp, que não respondeu às perguntas da agência de notícias EFE sobre o ataque e a nacionalidade dos afetados, enviou uma carta à Paragon a pedir que cesse as suas atividades e não descartou ações legais, segundo a edição norte-americana do The Guardian.
O jornalista italiano Francesco Cancellato, que conduz o jornal ‘online’ de investigação Fanpage, disse na sexta-feira que foi notificado pelo WhatsApp como uma das vítimas da campanha de ciberespionagem.
“As nossas investigações indicam que pode ter recebido um ficheiro malicioso via WhatsApp e que o ‘spyware’ pode ter levado a que acedessem aos seus dados, incluindo mensagens guardadas no dispositivo”, refere a notificação da rede social.
A Paragon é a criadora do programa de espionagem Graphite, tem como clientes agências governamentais e foi recentemente adquirida pelo grupo de investimento norte-americano AE Industrial Partners.
Segundo o seu ‘site’, a Paragon define-se como uma empresa de ciberdefesa e oferece soluções “baseadas na ética” para “localizar e analisar dados digitais”, formar trabalhadores digitais ou “mitigar ameaças”.
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