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MATOSINHOS: NEM A CHUVA NEM O VENTO IMPEDIU DE DIZER ‘NÃO AO PAREDÃO’

Cerca cinco centenas de pessoas manifestaram-se hoje debaixo de vento e chuva na Praia de Matosinhos contra o prolongamento do quebra-mar exterior do Porto de Leixões, alertando para os impactos ambientais, económicos e sociais da obra.

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Cerca cinco centenas de pessoas manifestaram-se hoje debaixo de vento e chuva na Praia de Matosinhos contra o prolongamento do quebra-mar exterior do Porto de Leixões, alertando para os impactos ambientais, económicos e sociais da obra.

Em declarações aos jornalistas, Humberto Silva – um dos organizadores da manifestação, dinamizada através das redes sociais pelo movimento “Diz Não ao Paredão” – justificou a forte adesão, mesmo com condições climatéricas tão adversas, com o facto de as pessoas “acreditarem na causa”.

“Isto só prova a força e o crescimento que este movimento tem”, disse, recordando que “o grupo dos surfistas foi o primeiro a chamar a atenção para o problema”, mas que “neste momento este não é, de todo, um movimento surfista, mas um movimento da sociedade e dos cidadãos que estão preocupados com o futuro de Matosinhos”.

Segundo sustentou, em causa está “a deterioração e degradação da cidade e, principalmente, da praia da Matosinhos”, já que “está prevista erosão costeira e uma estagnação das águas que vai dar origem a maiores níveis de poluição”.

“E estamos a falar de obras que vão ficar aqui décadas, pelo que as condições não tendem a melhorar, vai ser cumulativo”, frisou, salientando que “alguns dos danos já estão previstos no estudo de impacto ambiental”, mas basta ver “exemplos semelhantes ao longo de todo país” para ter uma ideia de todas as consequências da obra.

Apesar de a Câmara de Matosinhos ter apresentado uma moção para travar a fase de obra de extensão do quebra-mar, Humberto Silva diz que o se pretende é “que pare de imediato todo o processo, o concurso e a obra, até se saber quais os verdadeiros impactos que o projeto irá ter”.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Teixeira, de 46 anos, disse ter nascido e sempre vivido em Matosinhos e ter comparecido no protesto “como pai, veraneante e desportista”: “Sou frequentador da praia com os meus filhos, jogava aqui futebol e faço ‘bodyboard’ há alguns anos. Isto Começou por causa das ondas, mas a nossa preocupação neste momento não são propriamente as ondas, porque temos muitas praias onde surfar, é mais pelos meus filhos, pela preservação desta praia e por causa do ambiente”, disse.

Conforme explicou, a praia de Matosinhos tem ótimas condições para a iniciação do surf e a construção de mais 300 metros de quebra-mar afetará não só a ondulação, diminuindo-a, como também as condições da qualidade da água e da areia, dadas as menores correntes, para além dos efeitos “de todo o tráfego marítimo de que se está à espera”.

“Temos o rio Leça a desaguar no porto de Leixões e com menos frequência de ondas irá haver mais poluição. E também desconfiamos, porque é o que tem acontecido cada vez que se constroem pontões, desde o Cabedelo até Espinho, que a Sul dos paredões ficamos sempre com desassoreamento, com menos areia”, afirmou, notando que “já agora a APDL [Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo] está sempre a fazer a reposição das areias com uma draga”.

Apesar da chuva, vento e frio que se fazia sentir, também Maria Emília e Maria do Rosário, de 75 e 66 anos, respetivamente, desceram até ao areal da Praia da Matosinhos para primeiro participarem na formação de um “NÃO” humano na areia e, depois, integrarem o cordão humano que percorreu praticamente toda a extensão da praia.

Maria Emília, avó de um “muito jovem surfista”, teme que um paredão mais longo vá “estragar a praia” e “levar embora as ondas” onde o neto e várias outras centenas de crianças são alunos das diversas escolas ali instaladas.

“Sou de Matosinhos, vivi esta praia e por aquilo que ouço dizer não vai ser bom a construção de um paredão maior. Para mim a parte dos surfistas é o mais importante, vivo muito isto com o meu neto desde pequenino, e se não é bom para a minha praia, não é bom para mim e eu estou cá”, disse à Lusa.

Já Maria do Rosário frequenta a praia de Matosinhos com as netas e teme os efeitos ambientais e económicos da obra do quebra-mar: “As águas não vão ser renovadas, porque vão andar mais paradas, vai aparecer podridão e mau cheiro na água e na areia e a juventude que já não vai poder surfar como faz agora”, antecipou.

Por outro lado, acrescentou, “não havendo praia não há pessoas e, logo, não há comércio” e “quem gastou fortunas a comprar apartamentos em frente ao mar vai acabar por não ter gosto nenhum em viver aqui”.

“Eles querem evoluir na parte dos cruzeiros e do turismo e vão estragar o que é natural aqui do povo. As pessoas vão chegar aqui e voltar a meter-se nos autocarros para o centro da cidade”, previu.

Na sua página na rede social Facebook, o movimento “Diz Não ao Paredão”, que surgiu após o anúncio das obras e é responsável pelo lançamento de uma petição pública a pedir a suspensão das empreitadas, que já reuniu mais de 6.200 assinaturas, considera este prolongamento do quebra-mar “o maior atentado ambiental, social e urbanístico” que Matosinhos, no distrito do Porto, já viveu nos últimos anos.

Humberto Silva garante que a petição vai ser levada à Assembleia da República “muito em breve”.

Em fevereiro, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, anunciou um investimento de cerca de 217 milhões de euros, dos quais 147 são investimento público, até 2023 no porto de Leixões para aumentar a sua competitividade portuária.

As empreitadas envolvem o prolongamento do quebra-mar exterior em 300 metros, aprofundamento do canal de entrada, anteporto e bacia de rotação, a criação do novo terminal no Molhe Sul e a melhoria das condições de operação do porto de pesca.

Contudo, tem surgido várias críticas de partidos políticos, autarcas e surfistas.

Em março, a Câmara Municipal de Matosinhos aprovou um documento onde defende que as obras em Leixões não devem ser adjudicadas enquanto não forem apresentados o projeto global e a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA). Contudo, a Assembleia Municipal rejeitou, nesse mesmo dia e com os votos contra do PS e PCP, uma proposta a solicitar a suspensão do concurso.

A APDL, por seu lado, garante que o prolongamento do quebra-mar “não vai acabar com as ondas nem com o surf, nem vai transformar a praia num lago”.

LUSA

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AÇORES: AUTARCA CONDENADO A PENA SUSPENSA E PERDA DE MANDATO (SÃO ROQUE)

O Tribunal de Ponta Delgada condenou nesta quarta-feira o presidente da Junta de São Roque a três anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa, e perda de mandato por peculato na forma continuada e participação económica em negócio.

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O Tribunal de Ponta Delgada condenou nesta quarta-feira o presidente da Junta de São Roque a três anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa, e perda de mandato por peculato na forma continuada e participação económica em negócio.

Pedro Moura, presidente daquela junta de freguesia do concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, fica com a pena suspensa sob obrigação de pagamento, no prazo de um ano, de um montante superior a 3.800 euros.

Para que a perda de mandato a que foi condenado tenha efeito, terão primeiro de ser esgotados os recursos legais e Pedro Moura revelou, após a leitura do acórdão, que vai recorrer da decisão conhecida nesta quarta-feira.

O tribunal considerou como provada a acusação do Ministério Público (MP) no âmbito da investigação, que remonta a 2015, altura em que Pedro Moura era já presidente da Junta de Freguesia de São Roque, eleito pelo PS, e deputado no parlamento açoriano.

Em causa neste processo está o alegado desvio de um montante superior a 137 mil euros das contas da Junta de Freguesia para o Clube Naval de São Roque, criado e gerido por Pedro Moura.

Segundo o MP, a Junta comprou três terrenos para a realização de obras urgentes na freguesia e os bens transitaram para o Clube Naval.

Destes terrenos, dois foram posteriormente restituídos à Junta, mas um terceiro foi vendido pelo Clube Naval por 250 mil euros para sanar parte do empréstimo.

Durante a leitura da sentença, o juiz referiu que Pedro Moura era quem geria “os destinos” da Junta de Freguesia e “os restantes elementos assinavam” e “cumpriam ordens” do autarca, enquanto “o Clube Naval era uma associação fantasma”.

“Nunca existiu nenhum protocolo com a Junta para a deliberação de aquisição destes imóveis”, disse o magistrado, na leitura do acórdão, acrescentando que Pedro Moura, enquanto titular de um cargo público, “se apropriou ilicitamente de dinheiros públicos”.

O tribunal deu como provado que Pedro Moura controlava “exclusivamente” a Junta e o Clube Naval, que “foi criado para adquirir os bens imóveis”.

Ficou ainda provado que “as faturas da água e da luz foram pagas pela Junta, mas estavam no nome do Clube Naval. Segundo o juiz, “não foi um erro, foi uma apropriação ilegítima de quantias pertencentes ao erário público”.

No entender do tribunal, Pedro Moura “agiu com dolo, atuou de forma livre, sabendo que o fazia” na qualidade de presidente de Junta de Freguesia, apropriando-se de dinheiros da Junta em benefício do Clube Naval”.

Na suspensão da pena, foi tido em conta o facto de Pedro Moura não ter antecedentes criminais, bem como a sua integração familiar e social.

Quanto ao montante superior a 137 mil euros, o juiz disse que “o Clube Naval doou à Junta os dois prédios”, pelo que esta “já foi ressarcida”.

Após a leitura da sentença, Pedro Moura disse aos jornalistas estar “insatisfeito” e que vai recorrer da decisão, reforçando que foi feita obra pública e que “no saldo das contas” a Junta saiu beneficiada.

“Nós vamos recorrer. Não estamos satisfeitos. Achamos que São Roque ficou beneficiado e era a única forma que tínhamos de fazer obra para a freguesia. Está lá: uma circular, um parque de estacionamento e uma zona balnear que é das mais concorridas da ilha”, sustentou.

Segundo o autarca, “o tribunal acaba por considerar que foram feitas obras” e “não pede a restituição do valor inicial que tinha pedido”.

“Não tirámos qualquer proveito”, sublinhou.

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MATOSINHOS: QUARTAS-FEIRAS SÃO DIAS DO “COMBOIO DE BICICLETAS”

As quartas-feiras passaram a ser dias “diferentes e fixes” para os alunos das escolas da Ermida e Padre Manuel de Castro, em Matosinhos, porque a chegada não se faz a pé ou de carro, mas num comboio de bicicletas.

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As quartas-feiras passaram a ser dias “diferentes e fixes” para os alunos das escolas da Ermida e Padre Manuel de Castro, em Matosinhos, porque a chegada não se faz a pé ou de carro, mas num comboio de bicicletas.

Eram perto das 09:00 quando, já próximo da Escola Básica da Ermida, em São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, no distrito do Porto, se avistou a chegada de um comboio, não de um comboio sobre carris e movido a eletricidade, mas um comboio de 27 crianças de bicicletas acompanhadas de maquinistas, igualmente de bicicletas, que têm como função não verificar se os passageiros têm bilhete, porque é gratuito, mas se chegam à escola em segurança.

O comboio de bicicletas, projeto que está a ser implementado em Matosinhos, tem, à semelhança dos comboios tradicionais hora de saída e chegada, assim como alguns atrasos, e paragens.

Para o apanhar não é preciso ser portador de qualquer bilhete, mas sim ser criança, frequentar as escolas do concelho, ter bicicleta e capacete e, às quartas-feiras, estar na paragem indicada para não perder o comboio e, assim, chegar quando soar o toque de entrada.

Os alunos chegaram a horas, em segurança, divertidos, muito contentes e sob o olhar curioso e atento dos colegas que, já no interior da escola e encostados aos gradeamentos, atiravam um “yeah” ou um simples olá.

“Andar de bicicleta é muito fixe, gosto muito”, confessou à Lusa Leonardo Cavalcante, de 6 anos, que, juntamente com o irmão, apanhou o comboio por volta das 08:05 no qual percorreu cerca de quatro quilómetros até chegar ao destino onde estava a avó com a mochila, porque vir com ela “era pesado”.

A mãe, Laura Cavalcante, que acha este comboio uma excelente iniciativa, afirmou que andar de bicicleta é algo que toda a gente deveria fazer, porque é um excelente meio de transporte, uma boa alternativa ao carro e ótimo para o ambiente.

Com três filhos, dois dos quais já utilizadores deste comboio, Laura Cavalcante, que anda de bicicleta desde os tempos de faculdade, quer que os filhos entendam que a bicicleta é um meio de transporte e tem muitas vantagens.

E que o diga Alice Ribeiro, de 9 anos, que disse que os “carros causam poluição”, por isso, sempre que puder, vai apanhar o comboio de bicicletas.

E acrescentou: “É muito fixe e não é muito perigoso, temos só de ter cuidado a andar”.

E, por falar em cuidados, o colega, João Teixeira, também com 9 anos, enumerou-os todos: usar capacete, parar nos semáforos, não passar à frente do maquinista e dar espaço a quem vai à frente.

E, se cumprirem estes requisitos, chegam em segurança e ajudam o ambiente, comentou.

“As portas das escolas são, provavelmente nas horas de ponta, os sítios mais poluídos das cidades, devido à grande concentração de carros”, afirmou João Araújo, impulsionador deste projeto em Matosinhos e pai de um dos alunos utilizadores do comboio.

Além de ser bom para o ambiente, esta iniciativa é benéfica para as crianças, porque lhes dá autonomia, autoestima, responsabilidade e divertimento, salientou, reforçando que “é seguro pedalar até à escola”.

O percurso demora cerca de 25 a 30 minutos, tem perto de 10 paragens, as crianças têm seguro e os maquinistas são pais ou apaixonados pelas bicicletas, por isso, tem tudo para correr bem, sublinhou João Araújo.

Este comboio de bicicletas ainda está numa fase piloto, sendo objetivo da autarquia estendê-lo a todas as escolas do concelho, referiu o vice-presidente e responsável pelo pelouro da mobilidade, Carlos Mouta.

“Estamos a falar de crianças muito pequeninas, do primeiro ciclo, e a ideia é que elas depois transportem isto para o secundário e mantenham este hábito de usar a bicicleta como meio de transporte”, concluiu.

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