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ECONOMIA & FINANÇAS

NORTE COM CRESCIMENTO DE 95% NAS EXPORTAÇÕES E 20% NOS DESEMPREGADOS

As exportações na região Norte cresceram 95% entre abril e julho, num sinal de retoma após o confinamento devido à covid-19, mas o número de desempregados aumentou 20% face ao período homólogo de 2019, revela hoje um relatório.

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As exportações na região Norte cresceram 95% entre abril e julho, num sinal de retoma após o confinamento devido à covid-19, mas o número de desempregados aumentou 20% face ao período homólogo de 2019, revela hoje um relatório.

De acordo com o Norte Conjuntura, o boletim trimestral da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), a que a Lusa teve acesso, entre abril e julho, as exportações da região “dispararam em 95% entre abril e julho de 2020, atingindo o valor de 2.040 milhões de euros e superando o crescimento da média nacional (em torno de 71%)”.

“Em sentido contrário, há a registar um aumento acentuado do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego da região, que aumentou 20,0% no 2.º trimestre de 2020 face ao trimestre homólogo de 2019”, descreve o relatório que apresenta as tendências da evolução económica na região.

Esta variação do número de inscritos nos centros de emprego “foi, ainda assim, inferior à observada à escala nacional (30,6%)”, acrescenta.

“O elevado número de trabalhadores (20,1% da população empregada da região) em regime de ‘lay-off’ permitiu atenuar significativamente a quebra potencial no emprego”, observa.

O número de trabalhadores da região abrangidos por este regime “era de 337 mil no 2.º trimestre de 2020, correspondendo a 41% do total de Portugal continental”.

“Estima-se que a redução do emprego da Região do Norte teria sido de 22,1% (em vez da redução de 2,5% efetivamente transmitida pelas estatísticas oficiais), caso não tivessem sido adotadas estas medidas”, assinala o documento.

Quanto às exportações, a CCDR-N considera “mais impressionante” que o valor das exportações em julho — três meses após o fim do confinamento obrigatório [devido à pandemia] — tenha “superado o valor de janeiro, altura em que os efeitos negativos da crise ainda não se faziam sentir verdadeiramente”.

Comparado com 2019, o balanço desta recuperação “continua negativo”: no 2.º trimestre de 2020, a queda das exportações “foi de 29,4% face ao período homólogo (em Portugal a redução foi de 30,6%)”.

“Os sinais do primeiro mês do 3.º trimestre de 2020 são mais otimistas”, pois em julho o valor das exportações “era apenas inferior em 6,9% ao do mês homólogo de 2019”, destaca a CCDR-N.

A queda das exportações “até abril e a rápida recuperação que se seguiu até julho de 2020” foram “um padrão observado na grande maioria dos bens exportados, independentemente do perfil tecnológico ou do setor de atividade”.

A área ligada aos automóveis, tratores, ciclos, outros veículos terrestres, suas partes e acessórios “foi, inequivocamente, a mais afetada pelo encerramento internacional dos mercados”.

Entre janeiro e abril, as exportações nesta área “baixaram 83,0%, passando de 249 milhões para 42 milhões de euros”.

Já entre abril e julho, as exportações destes bens “aumentaram de 42 para 215 milhões de euros”, um “crescimento de 406,6%”.

O Norte Conjuntura avisa que esta “análise da participação da Região do Norte no comércio internacional de mercadorias baseia-se em dados apurados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), tendo como critério de afetação regional a localização da sede do operador responsável por cada fluxo de mercadorias”.

Por isso, “os resultados analisados correspondem a dados definitivos até 2019, preliminares para 2020”, estando “sujeitos a revisão”.

Quanto aos indicadores de turismo, “refletem uma evolução favorável, ainda que se situem bastante aquém de 2019”, com o número de hóspedes a aumentar “exponencialmente entre abril e julho”, mas a ficar a “menos de metade do valor homólogo do ano transato”.

Uma evolução positiva “foi registada no salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem, que atingiu na região 909 euros no 2.º trimestre de 2020”.

Em Portugal, “o salário médio mensal líquido cresceu 4,8%, em termos reais, atingindo 956 euros”.

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GOVERNO APROVA COMPENSAÇÃO AOS SENHORIOS DE RENDAS ANTERIORES A 1990

O Conselho de Ministros aprovou hoje a compensação aos senhorios para contratos de arrendamento anteriores a 1990 e não submetidos ao Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).

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O Conselho de Ministros aprovou hoje a compensação aos senhorios para contratos de arrendamento anteriores a 1990 e não submetidos ao Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, foi aprovado o decreto-lei que “estabelece o mecanismo de compensação aos senhorios, até ao limite de 1/15 do Valor Patrimonial Tributário do locado, para os contratos de arrendamento para habitação celebrados antes de 18 de novembro de 1990, na sequência da não transição desses contratos para o Novo Regime do Arrendamento Urbano”.

Na terça-feira, associações de proprietários e inquilinos referiram que o Governo tinha afastado, numa reunião do Conselho Nacional de Habitação, atribuir uma compensação aos senhorios de rendas anteriores a 1990.

Em 22 de novembro, tinha sido divulgado um estudo sobre os contratos de arrendamento não submetidos ao Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), divulgado pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) em conjunto com o relatório sobre o Arrendamento Habitacional em Portugal, e que visou caracterizar o número de famílias com as chamadas rendas antigas (anteriores a 1990) e contribuir para estimar os montantes necessários para concretizar os apoios a esta tipologia de contratos.

O documento apresentava os cálculos para vários cenários, em função de medidas contempladas na legislação: o pacote Mais Habitação e o decreto-lei que em 2015 preconizava o subsídio a atribuir aos inquilinos com menores rendimentos, mais idosos ou com deficiência, após terminar o regime transitório.

De acordo com o estudo, o valor do apoio previsto no pacote Mais Habitação que entrou em vigor em outubro deste ano e trava a transição para o NRAU das chamadas rendas habitacionais antigas, seria mais elevado ou mais baixo em função da solução a ser adotada.

Apontando os dados para a existência de 124.083 contratos de arrendamento habitacional anteriores a 1990 (no total são 151.620, aos quais foram subtraídos os 27.537 alojamento que são propriedade de uma entidade pública ou de organização sem fins lucrativos) a compensação poderia ascender a uma despesa mensal de 54,5 milhões de euros ou 653 milhões de euros por ano, assumindo que esta corresponde à diferença entre o valor médio das rendas atuais e uma renda definida com base no valor mediano do metro quadrado dos novos contratos de arrendamento.

Já se esta metodologia fosse aplicada, mas considerando um teto de 80% ao valor mediano do metro quadrado dos novos contratos de arrendamento (publicado pelo Instituto Nacional de Estatísticas), então a despesa mensal com esta medida seria de 39,8 milhões de euros (477,8 milhões de euros por ano).

O estudo considerava ainda um outro cenário, tendo em conta o disposto no diploma do Mais Habitação, apontando, neste caso, para um custo mensal de cerca de 2,2 milhões de euros por mês (26,6 milhões de euros por ano).

Neste segundo cenário, o valor foi calculado assumindo-se que o inquilino paga uma renda de acordo com as taxas de esforço previstas na lei (em função do rendimento anual bruto corrigido — RABC do agregado familiar) e uma compensação ao senhorio no remanescente para 1/15 avos do valor patrimonial tributário da casa, quando este for superior àquele.

Este estudo, cuja realização estava prevista no Orçamento do Estado para 2022, foi elaborado pelo observatório da Habitação, do Arrendamento e da Reabilitação Urbana (OHARU), através de uma parceria entre a PlanAPP, em colaboração com o INE e a Autoridade tributária e Aduaneira (AT).

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TÁXIS MAIS CAROS: AUMENTAM OS PREÇOS 4,6% EM 2024

As tarifas dos táxis vão sofrer, a partir de janeiro, um aumento superior a 4%, na sequência da convenção de preços assinada hoje pelo Governo e pelas principais associações representativas do setor do táxi.

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As tarifas dos táxis vão sofrer, a partir de janeiro, um aumento superior a 4%, na sequência da convenção de preços assinada hoje pelo Governo e pelas principais associações representativas do setor do táxi.

O valor das tarifas dos táxis não era atualizado desde junho do ano passado, altura em que registou um aumento de 8,05%.

Na sequência da convenção de preços assinada hoje pela Direção-Geral das Atividades Económicas, pela Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e pela Federação Portuguesa do Táxi, ficou estabelecido um aumento de 4,6%, que vigorará a partir de janeiro de 2024.

Contactada pela agência Lusa, o presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, considerou que este aumento é “muito curto”, face às quebras que se têm registado no setor, e defendeu um aumento de, pelo menos, 8%.

“Negociou-se uma [convenção de preços] que entrou em vigor em junho do ano passado e, como vê, só passado ano e meio é que vai entrar outra em vigor. Os táxis nos últimos 10 anos estão a perder de rentabilidade 13%. O mais justo seria cerca de 8%”, defendeu.

Segundo explicou Florêncio Almeida, o aumento de 4,6% “não vai cobrir nem de perto nem de longe o aumento do ordenado mínimo nacional do ano passado nem deste”, gerando até uma “perda de receitas”.

Por seu turno, o presidente da Federação Portuguesa de Táxis, Carlos Ramos, considerou que este foi “o aumento possível face à conjuntura política”.

“O Governo arrastou isto desde abril. Nós, tendo em conta o prejuízo que anda acumulado há alguns anos, queríamos mais. Agora, nós, entre não receber nada e receber 4,6%, optámos por assinar. Tendo em conta que se trata de um Governo demissionário, não há muitas condições para estar ali a bater o pé”, argumentou.

Este mês entrou em vigor o novo regime jurídico do táxi que prevê a agregação de municípios para se acabar com a tarifa de retorno e tornar as viagens mais baratas, flexibilizar os contingentes e apostar na digitalização.

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