NACIONAL
PAN QUESTIONA GOVERNO SOBRE OS CORTES NA AGÊNCIA LUSA
O PAN questionou o Governo sobre a situação de ‘sufoco financeiro’ na Lusa e sobre a possibilidade do executivo ‘continuar a depauperar’ a agência de notícias, impossibilitando-a de cumprir com as suas obrigações contratuais, foi hoje anunciado.
O PAN questionou o Governo sobre a situação de “sufoco financeiro” na Lusa e sobre a possibilidade do executivo “continuar a depauperar” a agência de notícias, impossibilitando-a de cumprir com as suas obrigações contratuais, foi hoje anunciado.
“O contrato de prestação de serviço noticioso e informativo de interesse público firmado entre o Estado e a Lusa contém várias premissas respeitantes às finalidades, obrigações, compromissos e deveres, assumidas pela agência noticiosa”, referiu o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), numa pergunta dirigida ao Ministério das Finanças.
Neste sentido, o deputado André Silva relembrou que, segundo a oitava cláusula do contrato em causa, o Estado deve atribuir à Lusa, “como contrapartida pela respetiva prestação de serviços”, uma compensação financeira anual, que se divide em 12 parcelas.
Porém, sublinhou o PAN, “começa a ser profusamente reconhecido que a agência noticiosa Lusa vive dias de sufoco financeiro, potenciado/provocado por cortes e dificuldades na concretização dos pagamentos pela parte contratual ‘Estado Português’, que incumpre assim com as suas obrigações contratuais, desembocando na incapacidade/impossibilidade de a Lusa cumprir com as suas obrigações, o que faz com que o interesse público esteja em causa”.
Neste sentido, o deputado André Silva pretende saber qual é a estratégia do Governo e se o executivo equaciona a possibilidade de “continuar a depauperar a Lusa, obstando a que esta entidade prossiga o seu objeto e cumpra com as respetivas obrigações contratuais”.
Por outro lado, o PAN questiona se o executivo prevê “continuar a valorizar e apoiar” a agência noticiosa e de que forma.
“Enfatiza-se que o contrato enaltece ‘per si’ a importância desta entidade na prossecução do interesse público, subjacente ao serviço noticioso e informativo, o que está em causa com este estrangulamento financeiro”, lê-se no documento.
Na quinta-feira, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Lusa alertou, em comunicado, para que a cobertura das eleições legislativas pode ficar comprometida se o Governo avançar com os cortes orçamentais que pretende na agência.
Uma cobertura aquém do desejável da campanha eleitoral seria uma das consequências dos mencionados cortes, que também poderiam ameaçar “postos de trabalho de jornalistas que trabalham com a agência há anos, ainda que com vínculo precário”, apontou a CT.
À eventualidade daqueles cortes orçamentais, a comissão acrescentou que o Estado deve à Agência 300 mil euros.
No seu comunicado, intitulado “Governo exige cortes na Lusa penalizando jornalismo”, a CT recordou que a assembleia-geral da empresa para votação do plano de atividades e orçamento para 2019 foi “adiada pela terceira vez em 29 de maio”, com nova reunião marcada para 19 de julho.
Ao justificar o título do comunicado, a CT escreveu: “Segundo informações a que tivemos acesso, nessa reunião [de 29 de maio], o Ministério das Finanças quis aprovar os documentos impondo fortes cortes, sendo o mais significativo de 600 mil euros em Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)”.
Esta rubrica, detalhou, inclui o pagamento de reportagens e outros trabalhos jornalísticos, bem como a remuneração de correspondentes e jornalistas das redes nacional e internacional da Lusa que não fazem parte do quadro da empresa.
A CT previu que “estes seriam os recursos a cortar, uma vez que outras despesas desta rubrica dificilmente podem ser reduzidas (p. ex. luz, limpeza, papel)”.
Se estes cortes ocorressem, o trabalho da Lusa seria posto “em causa”, “uma vez que as redes nacional e internacional são fundamentais na execução da sua missão e ficariam até final do ano gravemente amputadas para fazer trabalhos com a qualidade e quantidade que se exige”, vincou.
LUSA
NACIONAL
MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS
A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.
“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.
No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).
Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.
Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.
Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).
Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.
Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.
O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.
O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).
A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.
Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.
Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.
A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.
Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.
No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.
A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.
NACIONAL
HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.
“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.
Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.
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