REGIÕES
REPORTAGEM: POPULAÇÃO DE VERGÃO (PROENÇA-A-NOVA) PREPARA-SE PARA O PIOR
Na localidade de Vergão, fronteira entre o concelho de Proença-a-Nova e Mação, a população está assustada e a preparar-se para o pior devido à proximidade do fogo que está a escassos quilómetros.

Na localidade de Vergão, fronteira entre o concelho de Proença-a-Nova e Mação, a população está assustada e a preparar-se para o pior devido à proximidade do fogo que está a escassos quilómetros.
Américo da Silva, um dos habitantes desta localidade do concelho de Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, nas proximidades de Mação, distrito de Santarém, afirmou à agência Lusa que está muito assustado com o aproximar do fogo e do fumo.
“Tenho aqui a minha casa, as minhas propriedades. Se o fogo salta o cabeço para cá, arde tudo”, lamentou.
Este habitante explicou ainda que quase todas as casas desta povoação são velhas e estão desabitadas.
“Caso o fogo chegue aqui, só peço ajuda aos bombeiros. A minha esposa está numa cadeira de rodas”, disse, sem desviar o olhar da coluna de fumo do fogo que começou no sábado em Vila de Rei e que já atingiu Mação, ameaçando agora Proença-a-Nova.
A agência Lusa percorreu as ruas de Vergão, que às 17:30 parecia mais uma aldeia fantasma.
Um carro da Câmara de Proença-a-Nova, com uma equipa de dois sapadores, e munido de um depósito de 400 litros, está no local, de prevenção.
“As ordens que temos são para nos mantermos aqui [Vergão] até ordens em contrário. Se o vento não mudar, não há perigo. Caso mude, a povoação é logo atingida”, explicou Paulo Marques.
Este operador adiantou ainda que há na zona várias equipas de sapadores dos produtores Florestais de Proença-a-Nova a fazer vigilância.
Na localidade mais próxima de Vergão, Montinho das Cimeiras, Maria Adelina Fernandes está “muito preocupada” com a coluna de fumo que vê do alto da sua casa. E que se aproxima.
“Fui agora ligar a televisão para ver as notícias. Já arrumei a lenha toda e pedi ajuda a um vizinho para montar uma mangueira de 25 metros. Tenho outra ali na horta já preparada”, disse.
Maria Adelina recorda o incêndio de 2017, precisamente o dia 23 de julho, quando ardeu tudo à volta da sua casa.
“Estava rodeada de lume. Calhou cá estar o meu filho, a minha nora, a minha filha e o meu genro. Chamámos os bombeiros que vieram logo. Hoje, estou a reviver essa altura e já me precavi”, referiu.
Esta habitante do Montinho das Cimeiras adiantou que este ano já mandou “cortar a erva por três vezes” à volta da sua casa.
“Tive que pagar. Com 170 euros de reforma o que é que eu faço?”, questionou.
Para além das mangueiras estendidas, um tanque cheio de água, está preparada para o pior: “Até comprei máscaras por causa do fumo”.
José Luís, um vizinho de Maria Adelina, é, neste momento, a única ajuda que tem.
“Se isto piorar, tenho que lhe ligar para me vir ajudar”, rematou.
No percurso em direção a Cardigos (Mação), a agência Lusa chegou ao cruzamento das localidades de Chaveira e Chaveirinha, onde por volta das 17:50 estava um dispositivo de bombeiros e a GNR já tinha uma estrada cortada.
As chamas já chegaram aos montes à volta destas localidades do concelho de Mação e vários meios aéreos estão a operar no local.
Às 18:40, segundo a página da Autoridade nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), encontravam-se a combater o incêndio de Vila de Rei e Mação 1.087 operacionais, apoiados por 331 viaturas e 17 meios aéreos.
CCC // SSS

DESTAQUE
VIANA DO VASTELO: HOSPITAL CONTRATA MÉDICOS “TEMPORÁRIOS” – FNAM
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou hoje o “biscate” utilizado pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) para suprir a falta de médicos motivada pela recusa em exceder as 150 horas de trabalho extraordinário anual.
AFNAM classifica de “biscate” o recrutamento de médicos através de um “concurso por intermédio de uma empresa de trabalho temporário para suprir as falhas que não quer resolver por via da contratação de mais médicos sem termo”.
“Depois da tentativa de escalar médicos que já tinham manifestado indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais legalmente previstas, o conselho de administração da ULSAM tornou pública a contratação de médicos avulso, para dois turnos noturnos, das 20:00 às 08:00, por um período máximo de 728 horas, pagos a 35,5 euros, por hora”, lê-se num comunicado hoje emitido pela FNAM.
Para a FNAM, “o valor oferecido para pagar as consequências da falta de médicos é um insulto a quem tem alegado falta de verbas para concretizar um programa de emergência para fixar médicos e salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), atribuindo “a responsabilidade deste absurdo, exclusivamente, ao Ministério da Saúde e ao Governo”.
“Este valor é muito superior ao que ganham os médicos nos primeiros anos da especialidade, cujo valor por hora é de 16,52 euros, ou dos internos, cujo valor, por hora, varia entre 9,54 euros e 11,73 euros ou, mesmo de um médico no topo da carreira, em 42 horas com dedicação exclusiva, cujo valor, por hora, pode chegar até 32,45 euros, o mais alto da tabela salarial em vigor e, ainda assim, mais baixo do que o conselho de administração da ULSAM está a oferecer para resolver o problema da falta de médicos”, sustenta a FNAM.
A agência Lusa contactou o conselho de administração da ULSAM, mas ainda não obteve resposta.
Para a FNAM, “este é um episódio revelador do modelo de trabalho que o Governo e as administrações hospitalares querem generalizar no SNS”.
“O anúncio com a oferta de biscate na ULSAM, que denunciamos, concretiza aquilo que a FNAM tem vindo a denunciar: o Ministério da Saúde e o Governo, ao recusarem as propostas dos médicos para defender a carreira médica e o futuro do SNS, são os responsáveis pelo desenvolvimento de um modelo de trabalho precário, com contratações a termo, ferido de direitos e incapaz de construir as equipas que o SNS precisa para estar à altura das necessidades dos utentes”, acrescenta o comunicado.
Para a FNAM, trata-se de “um modelo de trabalho que mais não é do que um decalque do modelo empresarial das companhias de ‘low cost'”.
“Não é útil para a salvaguarda do SNS, nem tão pouco é capaz de ser económico, uma vez que o recurso a empresas de trabalho temporário para suprir tarefas regulares e fixas dos diferentes serviços de saúde do SNS implica gastar até cerca de três vezes mais por hora”, sustenta.
A FNAM adianta que “o Ministério da Saúde, o Governo e os conselhos de administração pretendem reduzir custos fixos com trabalhadores, mesmo que isso signifique gastar mais dinheiro, investindo numa contratação avulsa, desprovida de direitos e de projeto”.
“É uma escolha política, e os principais lesados são os utentes. Recusamos e combateremos um modelo de trabalho precário, onde são aplicadas métricas já obsoletas no universo de produção fabril, quanto mais aplicadas à prática clínica, e que, para cúmulo do absurdo, acabam por sair mais caras aos utentes, que ficam simultaneamente com menos SNS e com uma gestão danosa dos recursos públicos”, frisa.
A FNAM garante que não vai “ceder à pressão” e nem vai “recuar”: “Dizemos ‘somos todos Viana do Castelo’ e ‘somos todos SNS’, sendo que tudo faremos para evitar a transformação do SNS numa plataforma precária de serviços de saúde”.
A FNAM assegura que vai continuar a “mobilizar os médicos para que se recusem a exceder o limite legal das 150 horas de trabalho suplementar, exercendo a profissão e assistindo os utentes sem estarem condicionados pela exaustão”.
DESTAQUE
AMÉRICO AGUIAR NOMEADO BISPO DE SETÚBAL
O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).

O bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal Américo Aguiar foi hoje nomeado bispo de Setúbal, informou a Conferência Episcopal portuguesa (CEP).
“O Papa Francisco nomeou hoje D. Américo Manuel Alves Aguiar como Bispo de Setúbal”, lê-se num comunicado da CEP.
Américo Aguiar, de 49 anos, tomará posse da sua nova diocese no dia 26 de outubro, data em que se completam 48 anos sobre a ordenação episcopal do primeiro bispo de Setúbal, Manuel Martins.
A diocese de Setúbal estava sem bispo titular desde o início de 2022, quando o atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, foi nomeado bispo de Leiria-Fátima.
Américo Aguiar, que no próximo dia 30 de setembro será criado cardeal no consistório a realizar no Vaticano, é o quarto bispo de Setúbal, depois de Manuel Martins, Gilberto dos Reis Canavarro e José Ornelas.
Nascido em Leça do Balio, Matosinhos, em 12 de dezembro de 1973, Américo Aguiar foi ordenado padre em 2001 e bispo em 2019.
É presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, tendo sido o principal rosto da organização do encontro mundial de jovens com o Papa, que se realizou em Lisboa entre 01 e 06 de agosto deste ano.
-
DESPORTO DIRETO4 semanas atrás
DIRETO: GIL VICENTE X SL BENFICA (20:30)
-
DESPORTO DIRETO4 semanas atrás
DIRETO: RIO AVE FC X FC PORTO (20:15)
-
DESPORTO DIRETO3 semanas atrás
DIRETO: SC BRAGA X SPORTING CP (20:30)
-
DESPORTO DIRETO3 semanas atrás
DIRETO: FC PORTO X FC AROUCA (18:00)
-
DESPORTO DIRETO7 dias atrás
DIRETO: FC VIZELA X SL BENFICA (20:30)
-
DESPORTO4 semanas atrás
CHAMPIONS: SC DE BRAGA VENCE PANATHINAIKOS NA PRIMEIRA MÃO DO PLAY-OFF
-
INTERNACIONAL4 semanas atrás
MARCELO DISCURSA EM UCRANIANO E GARANTE APOIO À INDEPENDÊNCIA
-
INTERNACIONAL4 semanas atrás
AUTORIDADE AÉREA RUSSA CONFIRMA MORTE DE YEVGENY PRIGOZHIN