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NACIONAL

REPORTAGEM: AS VIATURAS FANTASMA E A ‘SUCATA DE LUXO’ DO SEF

A primeira reportagem que retrata o destino de viaturas do SEF em aparente bom estado vendidas para o abate. Um caso polémico por se tratar de viaturas em aparente bom estado de conservação e funcionamento.

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De uma montanha de ferro velho até se espera que seja parido um rato. Já equipamento policial, nem tanto. Mais estranho é que este equipamento, viaturas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), parecem não ter pai, mãe ou nome, mas acabam gentilmente adotados por uns nobres sucateiros privados a troco, claro, de alguma compensação pelo benemérito ato.

O contribuinte não sabe. Mas paga. Este é desenho do mapa do “El Dourado” da “sucata” do SEF, só acessível a alguns.

O ponto de partida é um centro de abate de viaturas em fim de vida, onde estranhamente (ou não), deu-se a aparição de carros do SEF. Viaturas em fim de vida num daqueles locais é normal, só que estas em questão estavam em bom estado e a circular pelos próprios meios. A população vizinha, atenta e curiosa, alertou a Rádio Regional para aquela estranha presença e assim começa uma investigação do jornalista Vítor Fernandes.


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POLÉMICA: VIATURAS DO SEF EM BOM ESTADO ENVIADAS PARA ABATE – GNR E PSP PROTESTAM


Tudo acontece ainda no tempo do agora ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita (MAI), a quem pertencia também a tutela do quase extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Os primeiros traços do desenho deste mapa foram trilhados entre um lamentável lamaçal de contradições e faltas de verdade, quando se espera (ou não) que o caminho trilhado por organismos públicos seja transparente, dever a que o Estado está obrigado. A Rádio Regional apenas queria saber porquê e porque caminhos foram levadas aquelas viaturas em bom estado até aquele triste fim.

O Ministério da Administração Interna (MAI) esclareceu, que “viaturas com mais de 14 anos e com elevado desgaste foram substituídas por viaturas novas que o SEF recebeu em 2021“. Diz ainda o MAI que as viaturas em questão estavam “avariadas e tinham um orçamento de reparação muito elevado face ao seu reduzido valor comercial” e que, segundo a Lei do Orçamento de Estado de 2019, a distribuição de novas viaturas implica o abate de outras viaturas.

Posto isto, visto o porquê, o MAI não soube explicar porque caminhos foram as abatidas viaturas até ao parque da sucata e, acima de tudo, quem realmente beneficiou com este abate ? A sucateira ou os contribuintes ?

O passo seguinte foi questionar o SEF, que rapidamente e de retórica coordenada sacudiu a responsabilidade para a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP). Sobre o paradeiro do equipamento de uso exclusivo policial existente nas viaturas, o SEF garantiu que foi desmontado, mas fotografias comprovam que tal não é verdade.

Testemunhos garantem que as viaturas foram entregues com as sirenes e equipamento de telecomunicações da rede de segurança e emergência do Estado, como, aliás, se pode ver nas fotografias.

O SEF garantiu que o equipamento foi desmontado, mas não sabe, ou não quer saber, por quem e quando. Certo é que equipamento de uso exclusivo por forças de segurança foi entregue numa sucata e ninguém pode garantir o paradeiro desse equipamento, nem por quem e para que fins possa estar a ser utilizado.

Nova etapa: Os “Bentos” a família de sucateiros, o novo destino desta reportagem precisamente onde começou.

Em causa está a empresa Bentos – Gestão de Resíduos Limitada, com sede em Samora Correia, licenciada para o abate de veículos comprados ao desbarato (e até gratuitamente) e que tem como principal fonte de rendimento a venda de peças usadas retiradas dos veículos abatidos. Para alguns é uma mina de ouro, que é como quem diz  o bolso dos contribuintes portugueses, como adiante se verá.

Contactada aquela sucateira para se perceber a história destes renegados veículos, a funcionária, manifestamente desconfortável e de cartilha estudada, afiança que “aqui é tudo legal, compramos e pagamos as viaturas à ESPAP em concurso público“.

Investigamos e descobrimos que no universo familiar destes candidatos a reis da sucata há três empresas: a Bentos – Gestão de Resíduos Lda, a Bentos – Leilões, Compra e Venda de Bens Móveis Lda e a BGR – Gestão de Resíduos lda.

Entre as três empresas só a BGR – Gestão de Resíduos Lda é que fez negócios com o Estado Português, na ordem dos 43 mil euros, e após analisados todos os contratos a que tivemos acesso, nenhum deles previa a aquisição de viaturas em fim de vida, ou sequer de serviços de abate de veículos e que nenhuma destas empresas fez qualquer negócio jurídico com a ESPAP, SEF e MAI.

Impunha-se saber por que caminhos estas viaturas do Estado (e outras que entretanto ficamos a saber) chegaram ao parque da sucata da família BENTOS e quem são os verdadeiros beneficiários destes estranhos negócios.

Viatura NISSAN PATHFINDER no parque se sucatas para abate.

Questionada a ESPAP sobre os negócios do Estado com aquela família de sucateiros, o organismo público não apresentou quaisquer informação, nem confirmou as explicações dadas pelo MAI e pelo SEF; pelo contrário “a ESPAP trata da gestão administrativa das viaturas de Estado, não montamos nem desmontamos equipamento” esclarecem por telefone.

Consultados todos os concursos públicos e adjudicações da ESPAP não existe qualquer procedimento administrativo, por concurso ou adjudicação, que justifique a entrega destas e de outras viaturas do SEF à família Bentos.

O Presidente do Sindicato dos Inspetores do SEF, Acácio Pereira, também acusou a estranheza desta situação, nomeadamente pelo facto destas viaturas, aparentemente em bom estado, terem ido parar à sucata quando, disse, “cerca de 60% das viaturas do Estado deveriam ser abatidas e substituídas por novas”.

O passo seguinte deste caminho para o “El Dourado” foi saber qual o valor comercial das viaturas e a avaria que justificou o abate.

Tratam-se de viaturas da marca NISSAN, modelo PATHFINDER de terceira geração, lançadas em 2008, comercializadas até pelo menos 2014 e com lotação até sete pessoas. Modelos mais antigos estão à venda no StandVirtual e em stands de porta aberta por valores que rondam o 20 mil euros.

Viatura NISSAN PATHFINDER ao serviço do SEF.

À Rádio Regional, um mecânico acreditado e certificado pela NISSAN, que pediu anonimato por razões laborais, confrontado com as fotografias das viaturas e os esclarecimentos do MAI não conteve uma gargalhada irónica: “Esses carros são de guerra, quem os tem não os vende (…) desde que não seja um acidente o mais caro é o motor e esses motores compensa reparar” disse.

Estas sucatas compram carros por poucas centenas de euros que depois valem milhares em peças usadas“, acrescentou.

Depois das explicações sobre o modelo de negócio, agora é fazer as contas.

Descobrimos que afinal não são três mas 14 viaturas que custaram aos contribuintes à volta de meio milhão de euros foram entregues ao desbarato a sucateiras que depois do desmanche rendem entre 70 mil a 105 mil euros (tudo isto contas para outra reportagem). Dito de outra forma, o lixo do estado é uma mina de ouro para alguns.

Além do negócio, a segurança do Estado também entra na equação e fomos perceber os riscos associados à entrega a terceiros de viaturas equipadas com dispositivos de uso exclusivo policial, facto que o SEF negou mas que as fotografias, inequivocamente, comprovam.

Fonte da GNR, explicou quais os perigos daqueles equipamento cair nas mãos erradas: “Aquelas sirenes [na foto], naquela cor e formato são homologadas para uso exclusivo das forças de segurança e facilmente podem ser usadas por alguém que queira cometer um crime a fazer-se passar por uma autoridade“, alertou, indo mais longe, “com o rádio, embora já não seja tão fácil, é possível que civis ouçam ou interfiram nas comunicações reservadas às forças de segurança, sabe-se lá com que intenções“.

Unânime é a incompreensão do porquê destas viaturas em causa não terem sido doadas, por exemplo a instituições sem fins lucrativos de apoio social local/regional, normalmente apoiadas gratuitamente por empresas [oficinas] locais.

Vítor Fernandes


NOTA EDITORIAL: A Rádio Regional demarca-se de outras publicações de conteúdo falso e/ou impreciso em redes sociais produzido sem qualquer critério nem habilitação jornalística.

NACIONAL

PORTUGAL CONTINENTAL TEM QUASE UM MILHÃO DE ANIMAIS ERRANTES

Portugal continental tem mais de 930 mil animais errantes, entre os quais 830.541 gatos e 101.015 cães, segundo dados do primeiro Censo Nacional de Animais Errantes divulgado hoje pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

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Portugal continental tem mais de 930 mil animais errantes, entre os quais 830.541 gatos e 101.015 cães, segundo dados do primeiro Censo Nacional de Animais Errantes divulgado hoje pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

O Censo Nacional de Animais Errantes 2023 foi desenvolvido pela Universidade de Aveiro para Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e financiado pelo Fundo Ambiental.

Dados da Guarda Nacional Republicana (GNR), compilados no estudo e relacionados com a sinistralidade rodoviária, revelam que foram reportados 4.640 atropelamentos, sendo de 4.443 cães e 197 gatos entre 2019 e 2022, tendo 2020 sido o ano em que se reportaram mais atropelamentos (1.428 e 84, respetivamente).

Quanto aos gatos errantes, apenas 5,3% dos inquiridos referem que já se sentiram fisicamente ameaçados e 5,9% já foram efetivamente atacados.

No que diz respeito à prestação de cuidados a estes felinos, 83,4% dos inquiridos já providenciaram alimento, 78,6% água, 48,3% abrigo, e 14,1% já prestou outros cuidados.

Quanto aos cães errantes, 27,2% dos inquiridos referem já se terem sentido fisicamente ameaçados por um cão errante, dos quais 7,2% já foram atacados.

Mais de dois terços (70,5%) dos inquiridos já providenciaram alimento a cães errantes, 65,2% já providenciaram água, 37,1% abrigo, e 17,1% já prestaram outros cuidados

Este estudo refere também que os donos de gatos têm menores índices de responsabilidade do que os de cães, especialmente ao nível da identificação individual e do acesso ao exterior sem supervisão.

A maioria (26,8%) tem apenas um ou dois gatos, mas alguns detinham três (17,2%), quatro (7,8%), cinco (5,4%), ou mais de cinco (14,7%), sendo o principal motivo a companhia (78%).

“A obtenção de gatos foi referida como sendo principalmente de animais encontrados (68,6%), adotados em abrigos (29,5%) ou oferecidos por amigos ou familiares (19,6%)”, segundos dados.

Uma pequena parte dos inquiridos aponta a aquisição de animais a criadores (4%) através da internet (3,8%), ou por criação própria (2,7%).

Já os cães registam elevados índices de detenção responsável: 92% dos donos identificam e registam todos os seus animais e 92% nunca permitem o acesso ao exterior sem supervisão, enquanto 25% referem que não usam nenhuma forma de contraceção nos seus animais e 28% relatam que já caçaram.

A maioria dos inquiridos tinha apenas um (45,2%) ou dois (24,1%) cães e a principal motivação para a detenção de cães foi a companhia (88%).

Aproximadamente um em cada quatro pessoas (23,9%) adquiriu animais a criadores (17,2%), através da internet (5,3%) ou em lojas de animais (1,4%).

No âmbito deste estudo, foi ainda criada a aplicação Errantes que permite que cada utilizador registe os seus dados e os dados dos seus animais de estimação, bem como avistamentos de animais que circulam livremente, ou de presas capturadas por animais com ou sem detentor.

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GOVERNO PROPÔS SUPLEMENTO DE MISSÃO PARA PSP E GNR ENTRE 365 E OS 625 EUROS

O Governo propôs hoje um suplemento de missão os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, significando um aumento até 75 euros, revelou o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda.

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O Governo propôs hoje um suplemento de missão os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, significando um aumento até 75 euros, revelou o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda.

César Nogueira avançou aos jornalistas que este novo suplemento de missão, que tem como referência o vencimento base do comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, vai substituir o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

No final da reunião com a ministra da Administração Interna, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) classificou esta primeira proposta do Governo de “muito má”, indicando que os elementos das forças de segurança teriam, com esta proposta, um aumento até 75 euros.

Segundo a proposta apresentada às cinco associações socioprofissionais da GNR, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 12% da remuneração base do comandante-geral da GNR, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os sargentos é de 9% e para os guardas de 7%.

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